sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Queimadas crescem 27,5% no país em 2015, mostra Inpe



As queimadas aumentaram 27,5% em todo o território nacional, passando de 184 mil focos em 2014 para aproximadamente 235 mil no ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo a série histórica, iniciada em 1999, o resultado perde apenas para o número de queimadas registradas em 2010, que totalizarm 249 mil focos.


Os incêndios florestais em 2015, detectados por meio de satélite, predominaram no período menos chuvoso, entre agosto e dezembro. Em agosto, ocorreram 39 mil queimadas; em setembro, foram 72 mil; em outubro, foram registrados 50 mil focos; em novembro, ocorreram 27 mil queimadas; e em dezembro, foram 18 mil focos.

Entre os meses menos críticos, estão janeiro (4 mil focos), junho (5 mil incêndios) e julho (8 mil queimadas). Os meses de fevereiro, março, abril e maio registraram cerca de 2 mil queimadas cada. 

O estado com maior ocorrência de queimadas foi o Pará, que teve mais de 44 mil registros em 2015, um crescimento de cerca de 8 mil focos em relação a 2014. O segundo colocado foi Mato Grosso, com 32 mil incêndios florestais, alta de 4 mil focos na comparação com o ano anterior.

Responsável pelo monitoramento, o pesquisador do Inpe Alberto Setzer atribui o crescimento do índice a um conjunto de elementos interligados. O primeiro seria o fator climático: “Este foi um ano com menos chuva e mais quente que a média histórica, principalmente no Brasil central, no Sul da Amazônia e em parte do Nordeste. Algumas regiões registraram quatro graus celsius acima da média. Com temperatura alta, você tem condições mais favoráveis ao fogo”, afirma.

O pesquisador também aponta a redução nos orçamentos dos governos e, consequentemente, uma queda na realização de campanhas de conscientização e fiscalização de queimadas. Ele cita exemplos como o do Amazonas, estado que cortou pela metade em 2015 o orçamento de iniciativas de preservação do meio ambiente.

O aumento das exportações brasileiras e, consequentemente, da limpeza da terra por meio de métodos ilegais para realização de grandes projetos agropecuários, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, também são os grandes vilões é apontado como responsável pelo aumento.

“São vários fatores. Todos, de alguma forma, contribuíram para o quadro. A grande maioria das queimadas tem origem humana. As causas naturais são raríssimas e relacionadas à ocorrência de raios”, analisa o especialista.



Fonte: http://novo.maternatura.org.br/news.php?news=767

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