quinta-feira, 9 de julho de 2015

Saiba mais sobre espécies recém-descobertas ou ameaçadas de extinção



(i) A metade dos golfinhos capturados vivos no Japão mediante um método de pesca muito criticado foram exportados à China e a outras partes do mundo, segundo a imprensa japonesa. Os caçadores da baía de Taiji venderam entre setembro de 2009 e agosto de 2014 um total de 760 golfinhos vivos, segundo a agência Kyodo, que cita dados da Agência de Investigação Japonesa de Pesca. Deste total, 354 foram exportados a uma dezena de países, 216 deles à China, 36 à Ucrânia, 35 à Coreia do Sul, 15 à Rússia e alguns aos Estados Unidos, entre outros destinos, disse Kyodo. 


Quase todos os cetáceos vendidos ao exterior foram destinados a zoológicos e aquários, segundo a ONU. Os pescadores de Taiji caçam todos os anos centenas de golfinhos mediante a pesca dirigida, considerada cruel pelos defensores de animais. Reúnem os golfinhos em um arrecife, os despedaçam a facadas e depois vendem sua carne, alegando que se trata de uma tradição culinária local. Mas, segundo os ativistas, como a demanda de carne de golfinho é insuficiente, os pescadores rentabilizam sua caça vendendo alguns cetáceos vivos a preços elevados, a mais de 7 mil euros por exemplar.
(ii) Um pássaro que chegou a ser uma das aves mais abundantes na Europa e na Ásia agora está quase em extinção devido aos hábitos alimentares na China, afirma um estudo publicado no dia 9 de junho. O número de escrevedeiras-aureoladas (Emberiza aureola) diminuiu 90% desde 1980, desaparecendo do leste da Europa, da Rússia e do Japão, afirma o estudo publicado no jornal científico “Conservation Biology”. Devido a este rápido declínio, a China proibiu em 1997 a caça desta espécie, conhecida no país como “o pássaro-do-arroz”. No entanto, milhares destas aves, junto com outros pássaros cantores, ainda são caçados como alimento e até 2013 podiam ser encontrados no mercado negro, afirma o estudo.

Os pesquisadores afirmam que o consumo aumentou devido ao desenvolvimento econômico e à prosperidade no leste da Ásia, onde estima-se que apenas na província de Guangdong, no sul da China, um milhão destas aves tenham sido consumidas em 2001. As aves se reproduzem no norte do Himalaia e passam o inverno na parte mais quente do sudeste asiático, passando pelo leste da China, onde foram caçadas por mais de 2.000 anos, segundo a organização ambiental BirdLife International. O estudo estabeleceu um paralelo entre este processo e a extinção da pomba migratória americana em 1914. “A magnitude e a velocidade deste declínio não têm precedentes entre aves distribuídas em áreas tão extensas, com a exceção da pomba migratória”, estimou o líder do estudo, Johannes Kamp, acadêmico da Universidade de Munster, em um comunicado divulgado pela BirdLife International.
(iii) No dia 12 de junho, 14 bisões da Europa, uma espécie ameaçada de extinção, foram reintroduzidos nos Cárpatos meridionais romenos. Trata-se de uma das mais importantes operações desse tipo na Europa. “É o maior mamífero terrestre da Europa, e há menos bisões na Europa do que rinocerontes negros na África. Por isso, é uma prioridade para a Europa voltar a contar com essa espécie na natureza”, disse o diretor de conservação da associação Rewilding Europe, Wouter Helmer. Doados por parques zoológicos de Suíça, Alemanha, Bélgica e França, esses gigantes de pelo marrom foram levados para uma área nos montes Tarcu. No ano passado, outros 17 da mesma espécie foram soltos nessa região.

A doença da “língua azul” matou três deles pouco depois de sua chegada, mas os outros “se adaptaram perfeitamente” ao novo habitat. Os recém-chegados foram soltos em uma zona selvagem de 59 mil hectares, de acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, em inglês). Nos Cárpatos, o bisão já havia desaparecido, assim como em quase toda a Europa, dizimado pela caça e pelo desmatamento. Calcula-se que ainda existam no continente cerca de 5 mil exemplares do animal. Apenas 3.400 vivem soltos, ou em regime de quase liberdade.
(iv) Uma nova espécie de polvo foi descoberta pela bióloga marinha Stephanie Bush e sua equipe do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterrey, nos EUA. A sua fisionomia encantadora faz com que os cientistas, que descobriram esta nova espécie de polvo, de tentáculos curtos e grandes olhos castanhos, queiram chamar-lhe de Opistoteuthis adorabilis. Ele foi comparada ao personagem doutor Zoidberg, da série Futurama. A espécie vive em águas profundas e tem cerca de 18 centímetros de diâmetro. Os primeiros exemplares desta espécie foram encontrados nos anos 90, no entanto, só recentemente, o Monterey Bay Aquarium Research Institute teve acesso a espécimes vivos que permitiu a analisar os aspetos que tornam o “adorabilis” uma espécie distinta.
(v) Chimpanzés mantidos em cativeiro agora terão as proteções legais concedidas a animais em extinção nos Estados Unidos. A decisão é do Serviço Americano de Peixes e Vida Selvagem (FWS, na sigla em inglês) e pode barrar as pesquisas invasivas realizadas com esses animais, segundo a revista "Scientific American". Os chimpanzés que vivem na natureza já têm a mesma proteção legal de animais em extinção desde a década de 1990, o que na prática impede sua importação e exportação e também que danos sejam causados a eles. O FWS propôs em 2013 a alteração da regra, que estendia os benefícios aos animais em cativeiro.

Segundo a revista, a proteção agora será estendida a mais de 700 chimpanzés usados em pesquisas, além dos que vivem em zoológicos ou participam de eventos de entretenimento, como os circos. A única exceção, aponta a publicação, fica para pesquisas que possam "beneficiar as espécies em estado selvagem" ou auxiliar a propagação ou a sobrevivência do chimpanzé, incluindo o trabalho para melhorar o habitat do animal e a gestão das populações selvagens. A proteção aos chimpanzés está sendo discutida em outro processo legal. A Suprema Corte de Nova York deve decidir se dois chimpanzés mantidos na Universidade de Stony Brook são "pessoas" mantidas no local ilegalmente. Segundo a revista, os argumentos foram ouvidos e a decisão deve sair nos próximos meses.
(vi) Entre os dias 23 de junho a 12 de julho, o Manauara Shopping sedia a exposição fotográfica “A Jornada do Rinoceronte”, do fotógrafo brasileiro Érico Hiller. A amostra, exibida primeira vez em Manaus (AM), mostra a situação atual dos rinocerontes na África, animais cuja sobrevivência se encontra ameaçada de extinção devido à caça ilegal.

Com 24 imagens feitas pelo fotógrafo durante viagem a países como Zimbábue, Moçambique, África do Sul e Quênia, o trabalho retrata a beleza desses mamíferos e as dificuldades de pessoas e organizações que lutam contra o extermínio dessa espécie. O objetivo da exposição é conscientizar a população sobre o problema e promover o diálogo a respeito dessa questão. Érico também foi um dos últimos a fotografar Suni, o rinoceronte branco do Norte que morreu em outubro de 2014, causando uma enorme comoção global. Ele era o penúltimo macho de sua espécie e agora apenas três exemplares restam no planeta.
(vii) O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) lançou, em cooperação com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Livro Vermelho das Crianças, com o objetivo de familiarizar crianças com temas como a proteção da fauna brasileira ameaçada de extinção e popularizar a ciência como ferramenta de conservação da natureza. Ele apresenta como é feita e porque é importante existir uma lista vermelha de espécies ameaçadas, quais as principais ameaças à fauna silvestre e o que é uma espécie bandeira e uma espécie guarda-chuva.

Após a apresentação dos conceitos, os leitores são brindados com 50 histórias envolvendo bichos ameaçados de extinção no Brasil. Histórias como do peixe-boi-da-amazônia e do cágado Mesoclemmys, o discurso preocupado do rato Juscelinomys, a indignação de Justino, o tubarão-baleia, e os planos de Clodoaldo, a perereca-pintada, para conquistar uma namorada, além de curiosidades sobre a fauna brasileira e citações de autores consagrados como Guimarães Rosa, Helmunt Sick, João Simões Lopes Neto, Marcelo Carneiro da Cunha, Manoel de Barros, Monteiro Lobato, Orlando e Cláudio Villas Bôas e Patativa do Assaré. O livro é de autoria de Otávio Maia e Tino Freitas, e a capa e o projeto gráfico são de Ricardo Campos, da Zoo Designer.

A maioria das 76 ilustrações foram feitas por crianças de diversas regiões do Brasil participantes do Concurso de Desenhos Infantojuvenis Animais em Perigo, realizado ano passado. Um desenho especial colore a página 9 do livro: trata-se de um dos desenhos dos filhos de Darwin, provavelmente Francis, feito no verso de uma das folhas do manuscrito original 'A origem das espécies' (1859). Clique aqui para baixar o Livro Vermelho das Crianças.
(viii) A agência policial europeia Europol anunciou no dia 18 de junho uma ampla operação internacional contra o tráfico de animais em 62 países, na qual foram apreendidas grandes quantidades de marfim, chifres de rinocerontes e ossos de baleias. “A operação COBRA III, a mais importante já organizada contra o comércio ilegal de espécies ameaçadas, levou à apreensão de imensas quantidades de contrabando animal”, indicou a Europol em um comunicado. Trezentas pessoas foram detidas, segundo a ASEAN-WEN, uma das associações que participa da operação e que reúne países da Ásia do Sudeste. Entre os detidos há um chinês envolvido em um vasto tráfico de chifres de rinoceronte na Namíbia, assim como um traficante de elefantes indiano.

A Europol anunciou a apreensão de mais de uma centena de chifres de rinoceronte, 1.439 animais (vivos e mortos), entre eles cavalos-marinhos, tartarugas e enguias, assim como 16 costelas de baleias que foram localizadas na Holanda. Por países, foram apreendidos mais de 10.000 cavalos-marinhos e 400 tartarugas vivas na Grã-Bretanha, quatro toneladas de marfim na Tailândia (escondidas em contêineres provenientes da República Democrática do Congo) e onze toneladas de ossos de tigre na Índia. “A investigação prossegue em muitos países”, declarou a Europol e, segundo seu diretor, Rob Wainwright, a operação demonstra mais uma vez “a dimensão internacional destes crimes”.
(ix) Uma tartaruga de mais de 100 anos poderá salvar sua espécie da extinção total. A última fêmea da espécie Rafetus swinhoei, também conhecida como tartaruga-gigante-de-casco-mole-do-Yangtze, passou por um procedimento de inseminação artificial no final de maio. Exames de imagem feitos após o procedimento revelaram o desenvolvimento de ovos. Somente depois que a fêmea botar esses ovos, em algumas semanas, os cientistas poderão verificar se são realmente férteis ou não.

Existem apenas quatro exemplares conhecidos de tartaruga-gigante-de-casco-mole-do-Yangtze no mundo: dois machos no Vietnã e um macho e uma fêmea na China. Desde 2008, o macho e a fêmea da China passaram a viver juntos no Zoológico de Suzhou, em uma tentativa de fazê-los procriar. Apesar de o casal ter sido visto acasalando, os ovos que a fêmea botava eram sempre inférteis. Ao investigar a situação, os especialistas descobriram que o macho era infértil, pois seu órgão sexual fora danificado provavelmente em uma briga com outro macho no passado. Constatado o problema, os especialistas passaram à coleta de seu sêmen para avaliar se ele ainda era viável.

O procedimento, porém, não foi fácil. “No começo, tentamos coletar o sêmen por estimulação manual e o uso de um vibrador, mas como já foi observado em outras tartarugas-do-casco-mole, o único jeito foi por sedação e eletro-ejaculação”, afirmou Gerald Kuchling, especialista Aliança pela Sobrevivência das Tartarugas (TSA) que liderou os esforços para a inseminação artificial. As análises revelaram que o esperma ainda era viável, o que permitiu que a fêmea fosse submetida ao procedimento de inseminação artificial. “A tentativa de procriação de espécies criticamente ameaçadas, e a superação de obstáculos para a procriação natural por esse consórcio global de especialistas é um ótimo exemplo de cooperação internacional para salvar espécies em perigo”, disse o veterinário-chefe da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS), Paul P. Calle. O projeto de inseminação artificial é resultado de uma parceria entre a Aliança pela Sobrevivência das Tartarugas (TSA), o Zoológico de San Diego, o Zoológico do Bronx, da WCS, o Zoológico de Changsha, o Zoológico de Suzhou e a Associação Chinesa de Zoológicos.

(x) A Comissão Baleeira Internacional (CBI) pediu no dia 19 de junho que o Japão forneça mais documentação para justificar seu plano para caçar baleias por razões científicas, alegando que não pode emitir uma sentença com a documentação apresentada até agora. A organização baseada em Londres deveria anunciar nesta data se a nova proposta japonesa, que tem o objetivo de caçar 3.996 baleias de Minke no Oceano Sul nos próximos 12 anos, tinha corrigido os problemas que fizeram com que seu plano anterior fosse declarado ilegal pelo Tribunal Internacional de Justiça (CIJ).
O relatório apresenta as conclusões da reunião anual dos 200 especialistas que integram o comitê científico da CBI, que se encontraram durante duas semanas em San Diego, Estados Unidos, entre 22 de maio e 3 de junho. Apesar da decisão, o Japão tem a intenção de prosseguir com o polêmico programa de caça de baleias que deverá ser lançado em dezembro de 2015, afirmou Joji Morishita, o principal negociador japonês na CBI.

O Japão caçou 251 baleias na Antártica na temporada 2013-2014 e 103 no ano anterior, menos do que pretendia. Em 2014-2015, precisou desistir da campanha de caça em razão da decisão do Corte Internacional de Justiça. O principal órgão judicial das Nações Unidas decidiu que a pesca era realizada por razões comerciais, e não científicas. No fim de 2014, o país asiático apresentou à CBI um novo programa de caça de cetáceos com objetivos científicos. Segundo o novo plano, o Japão pretende reduzir a meta anual de pesca a 333 pequenas baleias, contra as quase 900 que eram caçadas no programa anterior. Tóquio alega que este nível de caça é “necessário” para obter informações sobre a idade da população baleeira e fixar um limite para a pesca, que não coloque em risco a sobrevivência da espécie.

Por sua vez, a Islândia começou no dia 29 de junho a temporada de caça de baleias 2015, utilizando dois navios baleeiros, informaram as autoridades locais, enquanto centenas de milhares de internautas assinaram uma petição exigindo o fim desta prática. Desde que a caça foi retomada em 2006, a Islândia (a exemplo da Noruega) rejeitou a moratória da Comissão Baleeira Internacional (CBI) sobre a caça à baleia para fins comerciais. Depois da caça de 137 baleias-fin em 2014, o governo decretou uma quota de 154 capturas em 2015. A Islândia também caça a baleia-de-minke, uma espécie menor, com uma quota de 229 para 2014-2015, bem acima do número de exemplares capturados (apenas 24 em 2014). Uma petição protestando contra a pesca de baleias coletou mais de 700.000 assinaturas, ou seja, o dobro da população islandesa. O abaixo-assinado foi lançado pelo site de ciberativismo Avaaz.org.
(xi) A Nova Zelândia vai gastar o equivalente a R$ 25 milhões para tentar salvar a ave símbolo do país, o kiwi, da extinção. Ambientalistas neozelandeses elogiaram a iniciativa do governo diante da queda preocupante da população do animal. Os kiwis, uma ave que não voa, estão sob risco de extinção por causa da introdução de predadores não naturais pelos humanos, como arminhos, doninhas e furões. Segundo o governo, parte do novo financiamento será gasto em armadilhas para capturar esses animais.

Os cachorros também vêm contribuindo para a morte dos kiwis - cerca de 27 morrem por semana. No ano passado, o Ministério da Preservação do país informou que no ritmo atual de queda da população dos kiwis, a ave poderia ser extinta da Nova Zelândia em alguns anos. Uma entidade protetora desses animais denominada Kiwis for Kiwi Charity formou 90 mutirões de voluntários para ajudar no combate contra a extinção do animal. Outro ambientalista, Matthey Lark, afirmou que há pouco mais de 8 mil kiwis selvagens na Nova Zelândia. Segundo Lark, o dinheiro que o governo vai disponibilizar permitirá investir em projetos para aumentar a população das aves. Uma das soluções, disse ele, seria migrá-las para ambientes mais isolados, com menos predadores.
(xii) Uma espécie de aranha considerada extinta há 100 anos foi observada no Reino Unido. Segundo a entidade de preservação RSPB, a Hypsosinga heri já havia sido removida da lista de espécies britânicas. Mas voluntários flagraram duas aranhas fêmeas entre flores na reserva natural do Lago Radipole em Weymouth, no condado de Dorset, no sudoeste da Inglaterra, durante um levantamento de borboletas. Os últimos registros da espécie datavam de 1898 e 1912. Em ambos os casos, as aranhas haviam sido vistas perto de Ely, no condado de Cambridgeshire, na região central da Inglaterra. As novas descobertas foram feitas meses atrás.

Os voluntários estavam concluindo um levantamento de borboletas no Lago Radipole quando notaram "duas aranhas muito pequenas e coloridas no meio das flores". Eles tiraram fotos, e a descoberta foi posteriormente confirmada pela Sociedade Aracnológica Britânica. Somente aranhas fêmeas foram flagradas até agora. Allan Neilson, voluntário da RSPB, afirmou que mais fêmeas foram vistas perto da reserva Lodmoor desde os primeiros registros. "Agora a grande pergunta é: onde estão os machos?", brincou ele.

 
 

Pesquisadores do Mater Natura descobrem sapinhos minúsculos e coloridos na Mata Atlântica
 
No alto das montanhas da Mata Atlântica, no Sul do Brasil, vive uma variedade ainda indefinida de pequenos habitantes. São sapinhos do gênero Brachycephalus, com tamanhos de 0,6 a 1 cm de comprimento, cheios de cores, e exclusivos deste bioma, tão rico em diversidade quanto ameaçado. Sete novas espécies deste gênero acabam de ser apresentados ao mundo e pesquisadores associados ao Mater Natura acreditam que nos próximos anos pelo menos mais dez devem ser descritas. O nome de uma das novas espécies, Brachycephalus mariaeterezae (foto), homenageia Maria Tereza Jorge Pádua, na área ambiental, uma das personalidades mais destacadas do Brasil. Outra espécie, a Brachycephalus boticario, homenageou a Fundação Grupo Boticário.

Em um artigo publicado na edição do dia 4 de junho na revista científica on-line Peer J, de acesso livre, foi apresentada a descrição das espécies, encontradas nos estados do Paraná e Santa Catarina, entre 800 e 1.200 metros acima do nível do mar. Estas espécies se diferenciam entre elas e outras do gênero, que apresenta grande endemismo, pelas cores e rugosidade em partes do corpo. Antes desse trabalho, haviam sido descritas 21 espécies desse gênero, mais da metade nos últimos 15 anos.

"Nós já conhecíamos algumas das espécies do gênero antes deste estudo. O que fizemos então foi procurar outras regiões montanhosas que apresentassem características climáticas e de vegetação parecidas", afirma Marcio Pie, que além de atuar no trabalho de campo, contribuiu com análises e na redação do paper. "Com isso, conseguimos encontrar não só as espécies do estudo, mas também outras que estão no processo de serem descritas".

Pode parecer fácil, mas não é. A região escolhida para os estudos fica em uma região de montanhas de difícil acesso na Serra do Mar, dos 1.800 metros. De acordo com Márcio Pie, a grande dificuldade foi o cansaço. "As trilhas para os cumes levam de três a oito horas de caminhada íngreme para chegar ao topo", conta.

Mas o céu dos sapinhos tem sofrido pressão em geral por plantações de pinus. Além disso, afirma Pie, a maior parte das espécies novas não estão em Unidades de Conservação. "Estamos trabalhando juntamente com órgãos estaduais e federais para buscar a criação de reservas para assegurar a preservação dessas espécies em longo prazo", afirma Márcio Pie. Outra ameaça é a sensibilidade dos anfíbios às mudanças climáticas.

Fonte: http://novo.maternatura.org.br/news.php?news=749

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