Na história da Terra, consideramos cinco extinções em massa - episódios nos quais grandes números de espécies foram extintas em um curto período de tempo. Todas as extinções em massa foram causadas por catástrofes naturais, como o impacto de um meteorito ou intensas erupções vulcânicas.
Agora a Terra está começando a sofrer a sexta extinção em massa, de acordo com um estudo feito por três universidades americanas. E os humanos podem estar entre as primeiras vítimas. A pesquisa, feita por cientistas das universidades de Stanford, Princeton e Berkeley, diz que os vertebrados estão desaparecendo a uma taxa 114 vezes mais rápida que o normal.
A descoberta confirma os resultados de um estudo publicado em 2014 na revista “Conservation Biology", tendo como autor principal Jurriaram de Vos, pesquisador de pós-doutorado da Universidade de Brown (EUA), seu colega Stuart Pimm, professor da Universidade Duke (EUA), entre outros. A este trabalho segue outro ("The biodiversity of species and their rates of extinction, distribution, and protection"), publicado na revista “Science”, de autoria de Pimm, Jope e outros colegas, que rastreia onde as espécies estão ameaçadas ou confinadas a pequenas faixas ao redor do globo. Na maioria dos casos, a principal causa de extinções é o crescimento da população humana e do consumo per capita.
“Estamos entrando agora no sexto grande período de extinção em massa”, disse um dos autores do novo estudo, publicado em 19 de junho de 2015. O último desses períodos ocorreu há 65 milhões de anos, quando os dinossauros foram extintos, provavelmente devido a um grande meteoro que atingiu a Terra. “Se for permitido que isso continue, a vida vai levar milhões de anos para se recuperar e nossa própria espécie provavelmente desapareceria logo no início”, disse o autor principal, Gerardo Cabellos.
Os pesquisadores analisaram, historicamente, as taxas de extinção de vertebrados – animais com espinha dorsal – por meio de dados de fósseis. Eles descobriram que a taxa de extinção atual era mais que 100 vezes mais alta que em períodos em que a Terra não estava passando por um evento de extinção em massa. Desde 1900, segundo o relatório, mais de 400 vertebrados desapareceram. Uma perda desta magnitude normalmente seria vista em um período de até 10 mil anos, segundo os cientistas.
O estudo – publicado na revista científica “Science Advances” – cita, como causas da extinção, mudança climática, poluição e desmatamento. Como consequência da destruição de ecossistemas, processos benéficos como a polinização feita pela abelhas podem desaparecer em até três gerações humanas. “Há exemplos de espécies, em todo o mundo, que são basicamente mortos-vivos”, disse o professor de Stanford Paul Ehrlich. “Estamos cavando nossa própria cova”, afirma.
A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) diz que pelo menos 50 animais ficam mais perto da extinção a cada ano. Cerca de 41% de todos os anfíbios e 25% dos mamíferos estão ameaçados de extinção, afirmam.
No ano passado, o relatório de Stuart Pimm, um biólogo e especialista em extinção da Universidade Duke, na Carolina do Norte, também alertou que a humanidade estava entrando no sexto período de extinção. Mas o estudo de Pimm diz que a atual taxa de extinção era mais de mil vezes mais veloz que no passado – o estudo atual fala em 114 vezes. Os autores do novo estudo afirmam que ainda é possível evitar “uma queda dramática da biodiversidade” por meio de conservação intensiva, mas que é necessário agir rapidamente.
Fonte: http://novo.maternatura.org.br/news.php?news=749
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