Illinois, nos EUA, se tornou o primeiro estado a banir as bolinhas de produtos esfoliantes. Nova York e Califórnia devem ser os próximos.
As microesferas de plástico são conhecidas por causarem danos ambientais a grandes lagos e oceanos. Contudo, a maioria dos consumidores nem tem ideia sobre isso.
Biólogos marinhos têm alertado há um tempo que o despejo de pequenos pedaços de plástico de polietileno no ralo gera prejuízos para o oceano. Contudo, apenas quando uma organização sem fins lucrativos, chamada 5 Gyres Institute, realizou um estudo profundo sobre a poluição intensa em uma região dos EUA, em 2013, o caso começou a ganhar força entre os americanos, gerando alerta e preocupação.
Nova York e Califórnia tomaram conhecimento da proibição em Illinois e estudam legislações similares para tentar banir produtos cosméticos com microesferas de polietileno, mas ainda nada foi confirmado oficialmente.
A densidade dessas “partículas” plásticas surpreendeu os pesquisadores. "Na verdade, eu achei maior concentração na região dos Grandes Lagos que em qualquer amostra em qualquer lugar nos oceanos do mundo", disse Marcus Eriksen, diretor de pesquisa do 5 Gyres Institute.
Avaliando os rios e lagos das cidades americanas, a ONG encontrou cerca de 500.000 microesferas de plástico em apenas um quilômetro quadrado, o que chega a ser banal, se você considerar que existem 330.000 microesferas de plástico em uma única embalagem de um cosmético esfoliante facial. Elas também são muito comuns em cremes dentais e sabonetes líquidos.
As microesferas são, tal como nome, tão pequenas que medem cerca de 0,355 milímetros. O temor é que essas bolinhas minúsculas de plástico têm o tamanho suficiente para peixes e outras criaturas confundi-los com alimentos. Elas conseguem obstruir seus estômagos e impedi-los de obterem uma nutrição adequada.
Outra preocupação é que estas microesferas, por terem afinidade molecular, são muito boas em absorver outros poluentes tóxicos na água, como os PCBs, pesticidas e óleo de motor. E quando ingeridas pelos organismos, por serem bioacumulativas, tais toxinas se concentram na cadeia alimentar, causando danos à saúde dos animais e do ser humano.
Um dos principais desafios é que o plástico não é a única coisa pequena na água. Como você garante que você está mesmo recolhendo-o, e não o zooplâncton – minúsculas criaturas que são a base das cadeias alimentares aquáticas?
O tamanho dessas peças de plástico também faz com que seja um desafio para as estações de tratamento de esgoto, que são, naturalmente, efetivas em limpar efluentes antes de serem distribuídos para a população. Porém, muitos mecanismos filtram sólidos usando a gravidade, o que não remove as pequenas esferas de plástico. É muito mais fácil parar de despejar o plástico nos nossos esgotos do que removê-lo do sistema de água.
Visando a esse problema microscópico de poluição, grandes fabricantes como a Unilever, L'Oréal, e Johnson & Johnson fizeram vários compromissos voluntários para eliminar progressivamente as microesferas de polietileno.
Contudo, a matéria prima continuará disponível no mercado, sendo muito utilizada em receias caseiras. O importante agora é conscientizar as pessoas e informar sobre a existência de substitutos naturais como a argila e os cristais de quartzo.
Contudo, a matéria prima continuará disponível no mercado, sendo muito utilizada em receias caseiras. O importante agora é conscientizar as pessoas e informar sobre a existência de substitutos naturais como a argila e os cristais de quartzo.
Fonte: http://www.institutoecofaxina.org.br/2014/06/por-que-as-microesferas-de-esfoliantes-estao-destruindo-os-oceanos.html
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