quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Aquecimento global faz 35 anos. E ainda tem gente que precisa conhecer


O aquecimento global faz aniversário esta semana. Ele completa 35 anos. Além de a Terra aquecer há mais de três décadas, no dia 8 de agosto de 1975 foi publicado o primeiro estudo científico que usou o termo “aquecimento global”. A autoria é de Wally Broecker, cientista americano reconhecido sobretudo por seu trabalho sobre a relação dos oceanos e as mudanças do clima. No estudo “Mudança Climática: Estamos à beira de um aquecimento global pronunciado?”, publicado naquele ano na revista Science, Broecker diz que no século XX o planeta estaria 0.8OC mais quente devido à concentração de dióxido de carbono na atmosfera. Na época o aquecimento não era evidente. Os níveis de CO2 aumentavam, mas há décadas as temperaturas diminuíam.

O prenúncio do aquecimento global foi baseado, primeiro, a partir de constatações de que as emissões de carbono cresceriam 3% ao ano. Depois, que cerca de 50% do carbono emitido fica aprisionado na atmosfera. Broecker calculou que a concentração do gás subiria de 296 para 403 ppm entre 1900 a 2010. E associou isso ao aumento de temperatura. Ele enxergou o aquecimento quando o mundo esfriava, pois considerou a variação natural do clima que ocorre de tempos em tempos. As estimativas estavam um pouco acima do que realmente aconteceu. Alguns aspectos, como a atuação de outros gases do efeito estufa e a concentração de calor nos mares, ainda não eram compreendidos.

De acordo com dados do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), órgão americano de metereologia, em 2008 a concentração de carbono na atmosfera era de 385 ppm. Um estudo do Global Carbon Project (GCP) mostra que o maior crescimento da concentração foi de 1.93 ppm entre 2000 e 2006. Desde a Revolução Industrial até 2007, o aumento foi de 37%. A temperatura global também alcançou seu recorde na última década. O National Climatic Data Center, do NOAA, aponta que entre os dez anos mais quentes da história, nove são da década passada. Além disso, os quatro primeiros meses de 2010 foram os mais quentes da história.

Há quem desconfie de que o globo está esquentando. No começo do ano, o IPCC (Painel Intergovernamental de Especialistas sobre Mudanças Climáticas), da ONU, foi questionado sobre a precisão de informações divulgadas no relatório de 2007. Mas as evidências foram publicadas em estudos feitos ao longo desses 35 anos. Há muito tempo o aquecimento global é tido como certeza pelos grandes centros de pequisa.

Recentemente o NOAA divulgou um novo estudo que reforça a crise climática. A pesquisa leva em conta indicadores que não entraram naquele relatório do IPCC. Ela afirma que 7 entre 11 indicadores estão se intensificando. São eles a temperatura do ar sobre a terra, da superfície do mar, dos mares, o nível do mar, o calor do oceano, a umidade e a temperatura da troposfera (camada da atmosfera mais próxima à superfície da Terra). Em contraponto, o gelo do mar Ártico, as geleiras, a neve no hemisfério norte e as temperaturas na estratosfera estão diminuindo. O aquecimento global é inegável.

(Marina Franco)

FONTE:http://colunas.epoca.globo.com/planeta

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