domingo, 17 de agosto de 2014

Protetor solar pode liberar substância tóxica para algas (conheça opções sustentáveis)

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Os pesquisadores coletaram amostras na popular praia Palmira, na ilha espanhola de Maiorca
Foto: Getty Images.

Embora seja um aliado dos banhistas contra a radiação ultravioleta perigosa, o protetor solar pode causar impactos negativos aos oceanos, segundo alerta um novo estudo publicado na revista científica Environmental, Science & Technology.
De acordo com a pesquisa, produtos químicos presentes nos filtros acumulam-se no mar e geram efeitos tóxicos sobre os fitoplânctons, microalgas que formam a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos.

Isso ocorre porque, na presença de luz, as nanopartículas de dióxido de titânio (elemento que cria o revestimento protetor na pele) empregadas em alguns filtros geram peróxido de hidrogênio, que é liberado nas águas costeiras em níveis suficientes para “estressar” as algas, diz o estudo.
O peróxido de hidrogênio é popularmente conhecido com "água oxigenada" e costuma ser usado para limpar aquários infestados de algas e até piscinas. O composto tem a capacidade de provocar rompimento das células das algas.
Ao longo de um dia em agosto de 2013, os pesquisadores coletaram amostras na popular praia Palmira, na ilha espanhola de Maiorca. Segundo as análises, as concentrações de peróxido de hidrogênio na praia ficavam abaixo de 100 Nm durante a madrugada (1 Nm, ou um nanômetro é um bilionésimo de metro), mas atingiu o pico em torno de meio-dia, em 278 nm, um nível conhecido por causar estresse oxidativo em algas, afetando seu crescimento.
Como as potenciais consequências ecológicas são preocupantes, o estudo acrescenta que é preciso estimular mais pesquisas sobre como os compostos de protetores solares afetam as comunidades de algas e sobre as formas de reduzir os impactos no meio ambiente desses produtos.
Alternativas
Novas fórmulas a base de frutas e verduras, contudo, chegam cada vez mais ao mercado. Elas dispensam alguns compostos químicos e têm como base ingredientes naturais, como cenoura, óleo de abacate e aloe vera.
As empresas de produtos de beleza e cosméticos têm investido em pesquisas nesta área. Um bom exemplo é a Fundação de Tecnologia do Acre (FUNTAC), que, junto com a Vita Derm, desenvolveu um projeto para a fabricação de bloqueador solar a base de óleos de buriti e de cupuaçu, dois frutos típicos da Amazônia. O produto ajuda no combate e prevenção de câncer de pele e deverá ser distribuído pelo SUS (Sistema Único de Saúde) a pessoas com propensão a desenvolver a doença de pele.
Para quem quer descartar as embalagens com produto vencido, a recomendação é entrar em contato com o produtor. Algumas, lojas aceitam os protetores de volta e reciclam as embalagens, o resto do produto é incinerado.
Relembre aqui no EcoD algumas opções de protetores orgânicos.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/protetor-solar-pode-liberar-substancia-toxica-para?tag=biodiversidade

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