sábado, 20 de junho de 2015

Concentração de CO2 na atmosfera bate recorde e preocupa, diz agência


Imagem: http://www.mercadoetico.com.br/website/wp-content/uploads/2013/05/CO2_520.jpg

Cientistas do governo dos Estados Unidos indicaram no dia 6 de maio que as concentrações globais de dióxido de carbono (CO2) atingiram um recorde de média global de 400 partes por milhão no mês de março. Em grandes quantidades, o CO2 é um poderoso e perigoso gás-estufa, resultado das atividades humanas como a combustão de combustíveis fósseis (carvão e petróleo), e desmatamento. 


“Pela primeira vez desde que medimos a concentração de dióxido de carbono na atmosfera global, a concentração mensal deste gás de efeito estufa ultrapassou 400 partes por milhão (ppm) em março de 2015″, informou a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Em abril de 2014, as concentrações mensais de CO2 na atmosfera ultrapassaram 400 partes por milhão (ppm) apenas no Hemisfério Norte, atingindo o nível mais alto dos últimos 800.000 anos, ressaltou a NOAA. Os cientistas anunciaram que o dióxido de carbono excedeu a barreira de 400 ppm (número de moléculas de gás por milhão de moléculas de ar seco) pela primeira vez no Ártico em 2012.

“Alcançar uma média de 400 partes por milhão em todo o mundo era apenas uma questão de tempo”, disse o cientista Pieter Tans, que lidera a rede global sobre os gases de efeito estufa (Global Greenhouse Gas Reference Network). “Ter alcançado os 400 ppm é um marco significativo”, alertou. Tans indicou que as quantidades de C02 aumentaram em mais de 120 ppm desde a era pré-industrial. “Metade deste aumento foi produzido desde 1980″, disse ele.

Os cientistas asseguram que o aumento de CO2 por milhão produz, entre outras coisas, o aumento das temperaturas na Terra e uma desordem climática. 

1% das árvores da Amazônia 'captura metade do carbono da região'
A Amazônia abriga cerca de 16 mil espécies de árvores, mas apenas 182 dominam o processo de captura de gases que causam o efeito estufa, de acordo com a pesquisa, publicada na revista "Nature Communications". Com 5,3 milhões de quilômetros quadrados, o ecossistema é a maior floresta tropical do mundo e essencial para o ciclo de sequestro de carbono do planeta: responde por cerca de 14% do carbono assimilado por fotossíntese e abriga 17% de todo o carbono estocado em vegetação em todo o planeta.

"Considerando que a Amazônia é tão importante para o ciclo de carbono e armazena tanto da biomassa do planeta, calcular exatamente quanto carbono é armazenado e produzido é importante para entender o que pode acontecer no futuro sob condições ambientais diferentes", disse a co-autora do estudo, Sophie Fauset, da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

O novo estudo toma como base as conclusões de uma outra pesquisa, de outubro de 2013, que encontrou 227 espécies "hiperdominantes" que respondem por metade dos 390 bilhões de árvores amazônicas.

Dentro desse universo, árvores de grande porte, que contém mais biomassa e portanto mais carbono, são mais influentes no ciclo, diz a pesquisadora. "E como as árvores são organismos que vivem por muito tempo, isto significa que o carbono é removido da atmosfera por décadas, se não séculos." Apesar dessa dinâmica, a cientista alertou contra a tentação de estimular a multiplicação das 182 espécies identificadas de plantas, na tentativa de capturar mais carbono da atmosfera.

"Embora tenhamos um número pequeno de espécies exercendo uma influência desproporcional no ciclo de carbono, isto é apenas o que conseguimos medir hoje", disse Fauset. "Dada a quantidade de mudanças que estão ocorrendo nas regiões tropicais, em termos de clima e uso do solo, no futuro espécies diferentes podem se tornar mais importantes."

Em um estudo anterior, Fauset e uma equipe de cientistas perceberam que a capacidade de armazenamento de carbono de florestas no Oeste da África aumentaram apesar de uma seca de 40 anos na região. O estudo sugeriu que o incremento da biomassa capaz de armazenar carbono nessas florestas resultou de mudanças na composição das espécies: a seca prolongada havia beneficiado espécies que conseguiam viver nessas condições.

Outro estudo, publicado no dia 5 de maio, sugeriu que as emissões globais de carbono da floresta podem estar sendo subestimadas, pois os cálculos não levariam em conta árvores mortas logo após o desmatamento. O dióxido de carbono é liberado por essa vegetação durante o processo de decomposição. O estudo foi feito em Bornéu e publicado na revista científica "Environmental Research Letters".

A perda de floresta contribui por até 30% das emissões de gases que causam o efeito estufa causadas pela atividade humana, rivalizando com o setor de transporte. 

No Brasil, 61% das emissões são resultantes de mudanças de uso do solo e desmatamento, segundo a ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. O país está entre os cinco maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, de acordo com a organização. Aproximadamente 17% da floresta – uma área equivalente ao território da França ou quase duas vezes ao do Estado do Maranhão – já foram convertidos para outras atividades de uso do solo.


Fonte: http://novo.maternatura.org.br/news.php?news=747

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