A camada de gelo que cobre o Pólo Norte, no Ártico, nunca foi tão pequena para o mês de dezembro. Desde que as medições começaram em 1979. O dado é do Centro Nacional de Gelo e Neve (NSIDC, na sigla em inglês), a agência do governo americano que monitora a região.
A superfície media de gelo no Pólo Norte em dezembro passado foi de 12 milhões de quilômetros quadrados. Foram 270 mil quilômetros quadrados a menos do que o recorde de menor área anterior, registrado em 2006. É o equivalente a perder uma área de gelo maior do que a do Estado de São Paulo.
O mapa ao lado mostra a superfície de gelo em dezembro de 2010, comparada com o que foi a média entre os anos 1979 e 2000 (a linha rosa).
O gráfico logo abaixo mostra a oscilação da área de gelo no Ártico em alguns períodos. A linha cinza mostra o que seria a média, entre os anos 1979 e 2000. A área em cinza seria variação esperada. Dá para reparar como o gelo tem encolhido mais em anos recentes. A linha azul mostra o gelo na virada de 2010 para 2011.
O gráfico no pé desta nota mostra a evolução da área de gelo em dezembro no Ártico desde 1978. É fácil ver que, apesar da oscilação, há uma tendência de derretimento do Ártico.
O derretimento do gelo coincide com altas anormais de temperatura. Embora a onda de frio deste inverno tenha sido fora do normal na Europa, o resto do hemisfério norte viu um calor extraordinário. As temperaturas do ar na Sibéria estavam de 6 a 10 graus Celsius acima do normal em dezembro. No Ártico canadense e na Baía de Hudson, as temperaturas também estavam 6 graus acima do normal. No Alasca e na Escandinávia, as temperaturas de dezembro ficaram entre 7 e 13 graus acima da média. Isso tudo é coerente com o aquecimento global acelerado que estamos vendo. O ano de 2010 foi um dos três mais quentes já medidos pela Nasa, nos últimos 131 anos.
(Alexandre Mansur)
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