segunda-feira, 13 de junho de 2011

Plástico verde já está pronto para ser comercializado

Plástico feito de etanol, foto: Mathias Cramer (divulgação)


Rio de Janeiro — A produção ainda é pequena comparada ao plástico convencional, derivado de petróleo, mas a primeira iniciativa em escala comercial da América do Sul, da empresa Braskem, já pode produzir o plástico verde comercialmente. Ele é fabricado na unidade industrial de eteno derivado de etanol, inaugurada em 2010. Essa fábrica foi destacada no Bright Green Book, que se autodenomina o “Livro Verde do Século 21”. Publicado pelo Eubra – Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável,  apresenta 100 iniciativas mundiais da última década que se destacaram por contribuir para o desenvolvimento sustentável.
O plástico verde é feito com uma resina gerada a partir da cana de açúcar. O etanol da cana é desidratado e passa por um processo industrial para se transformar em eteno, que é, então, polimerizado. “É um plástico de origem vegetal 100% renovável. As propriedades físico-químicas são as mesmas. No final do processo, temos o mesmo plástico como se tivesse sido produzido a base de petróleo”, explicou a ((o))eco Frank Alcântara, diretor de marketing da Braskem, enquanto participava do Rio Global Green Business.
A sustentabilidade do plástico verde está na sua origem: quando a cana-de-açúcar é cultivada, o crescimento da planta captura 2,5 toneladas de CO2 da atmosfera para o equivalente a cada tonelada do polietileno verde produzido. O produto final é usado por empresas que abraçaram o conceito como pilar de sua estratégia de mercado. Isso vai desde empresas de alimentos a veículos, cosméticos, produtos de higiene e farmacêuticos.
A tecnologia em si não é uma novidade. Ela já existe desde o início da década de 80. Contudo, faltava viabilizá-la comercialmente. A Braskem investiu cerca de R$ 500 milhões no projeto, concebido com tecnologia brasileira, que tem capacidade de produção de 200 mil toneladas de polietileno verde por ano.
Este ainda é um pequeno passo comparado aos 3 milhões de toneladas/ano de plástico tradicional produzidas pela Braskem. Aumentar essa parcela depende de logística para a obtenção do etanol que é a principal matéria-prima. “A indústria petroquímica tradicional toda a base de petróleo está localizada próximo aos centros que tratam o petróleo. Então, a indústria a base de matéria-prima renovável, como a cana, é uma quebra de paradigma. Podemos ter uma indústria petroquímica produtora de resina termoplástica próxima a uma usina de etanol no interior do Brasil, como por exemplo no Mato Grosso”, explica Alcântara.
Do lado das desvantagens, o plástico verde não é biodegradável. Ele tem a mesma degradabilidade de um plástico comum à base de petróleo. “Já existem iniciativas biodegradáveis no mundo de plásticos. Mas isso requer processos caros. Está na nossa pauta produzir um plástico biodegradável”, completou Alcântara.
fonte: http://www.oecocidades.com

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