sábado, 2 de julho de 2011



Brasil alcança meta do milênio de acesso a água, mas ainda apresenta grandes desafios


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O Brasil alcançou a meta de reduzir as desigualdades no que se relaciona ao acesso à água com canalização interna proveniente de rede geral / Foto: Mario Vitor Bastos
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentado na terça-feira, 28 de junho, em Brasília, apontou que o Brasil alcançou a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir as desigualdades no que diz respeito ao acesso a água potável. Segundo o instituto, o desafio agora é levar esgoto à zona rural.
Os dados foram apresentados durante a primeira edição do Seminário Franco-Brasileiro sobre Saúde Ambiental: Água, Saúde e Desenvolvimento, organizado pela Embaixada da França no Brasil e pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), com parceria do Ipea, dos ministérios da Saúde, Cidades, Meio Ambiente e Desenvolvimento Social e Combate à Fome, além da Fiocruz, Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde.
Os resultados apresentados foram relativos a estudos do alcance dos ODM nos estados brasileiros no contexto da sustentabilidade ambiental. De acordo com Maria da Piedade Morais, coordenadora de Estudos Setoriais Urbanos da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, o Brasil alcançou a meta de reduzir as desigualdades no que se relaciona ao acesso à água com canalização interna proveniente de rede geral. O percentual passou de 82,3%, em 1992, para 91,6%, em 2008.
Maria da Piedade ressaltou, no entanto, que quando os dados são avaliados por estados e zona rural, ainda há muito espaço para melhoria dos indicadores, fazendo com que o alcance dessa meta ainda não seja uma realidade. Segundo ela, considerando todos os recortes geográficos e socioeconômicos, as desigualdades ainda permanecem bastante elevadas.
Nas áreas rurais, embora tenha sido registrado avanço significativo na proporção da população abastecida por rede geral, com ou sem canalização interna (que passou de 12,4%, em 1992, para 32,6%, em 2008), o percentual de cobertura por rede pública ainda é bem inferior ao registrado nas áreas urbanas, não tendo sido possível alcançar a meta de reduzir as desigualdades pela metade. O estudo aponta que, na zona rural, a água utilizada pelas famílias ainda provém principalmente de poços, nascentes ou outro tipo de fonte.
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De acordo com a coordenadora do Dirur, Maria da Piedade Morais, apesar das melhorias, as desigualdades ainda permanecem bastante elevadas / Foto: Rodrigo Sieiro
Esgoto
A desigualdade espacial e social também se dá no acesso aos serviços de esgotamento sanitário. Na escala regional, os maiores déficits ocorrem no Norte, Centro-Oeste e Nordeste e áreas rurais. Embora o percentual de cobertura por rede geral de esgotos ou fossa séptica tenha subido de 10,3%, em 1992, para 23,1%, em 2008, as condições ainda são inadequadas.
No campo, 46,6% da população é atendida por fossas rudimentares, 5,6% por vala, 3,1% lançam seus esgotos diretamente nos rios, lagos ou mar, 0,6% adotam outro tipo de solução não adequada e 21% não possuem nenhum tipo de esgotamento sanitário.
No acesso simultâneo aos dois tipos de serviço de saneamento básico, o porcentual da população urbana servida por água canalizada de rede geral no interior do domicílio e esgotamento sanitário de rede geral ou fossa séptica passou de 62,3%, em 1992, para 76%, em 2008.
Levando em conta os aspectos étnicos, mesmo tendo sofrido redução de 13% nos últimos 16 anos, as desigualdades no acesso a saneamento adequado ainda são bastante pronunciadas: 82,2% da população branca está coberta por serviços de água e esgoto adequados, contra apenas 69,4% de cobertura entre pretos e pardos.

fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br

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