sábado, 26 de outubro de 2013

Empresas B: fazendo negócios em prol do planeta

Divulgação/B Corporation
Conscientizar e certificar empresas que, além de lucrar, usam seus negócios para ajudar a resolver problemas sociais e ambientais, é a grande missão do movimento global Empresas B, criado em 2006 nos EUA pela organização sem fins lucrativos B-Lab

A iniciativa, que já soma mais de 850 companhias certificadas, de diferentes setores, em 28 países, foi lançada nesta quinta-feira, 24/10, no Brasil. Por aqui, o movimento chegou com grande estilo: já no evento de lançamento, em São Paulo, três novas companhias nacionais entraram para a comunidade das Empresas B, totalizando sete marcas brasileiras na iniciativa - CDI, Abramar, Plano CDE, Ouro Verde Amazônia, Aoka, Maria Farinha Filmes e Kapa+ EcoSocial

Em uma cerimônia de adesão cheia de simbolismos, as companhias receberam às boas-vindas de Jay Coen, cofundador do B-Lab, que reforçou a filosofia das Empresas B: gerar prosperidade durável e compartilhada. "Durável, porque as futuras gerações serão diretamente afetadas pelas nossas ações, e compartilhada, porque vivemos em um mundo conectado e as empresas nunca serão totalmente bem-sucedidas em uma sociedade doente", explicou Coen. Ele completou: "As empresas B são aquelas que fazem negócios por um propósito maior e que entendem o poder da cooperação. Em vez de ser a melhor do mundo, a empresa B quer fazer o melhor para o mundo". 

O cofundador do B-Lab ainda declarou o desejo de ter cada vez mais companhias brasileiras engajadas no movimento. Para participar, as empresas devem seguir 
três passos: 
- realizar a avaliação das Empresas B (e obter pontuação adequada); 
- providenciar os trâmites legais e 
- assinar a Declaração de Interdependência das Empresas B. (Saiba mais em Como se tornar uma Empresa B). 

ECOSSISTEMAS B O evento de lançamento da iniciativa global Empresas B ainda contou com debate, moderado por Caco de Paula, diretor do Planeta Sustentável, a respeito das oportunidades e desafios de criar um cenário cada vez mais "sexy" para as companhias se interessarem por essa nova maneira de fazer negócios. 

"Esse debate é fundamental, porque enquanto as empresas não forem guiadas por propósitos, pela ética, será impossível ter uma economia a favor do social", pontuou o sociólogo Ricardo Abramovay, autor do livro Muito Além da Economia Verde, publicado pela nossa iniciativa. 

Para Daniel Izzo, da VOX Capital, empresa brasileira pioneira em investimentos em negócios com impacto social positivo, o principal desafio é introduzir a visão de longo prazo nas companhias. "É preciso entender que os benefícios sociais não são imediatos. O Sistema B indica o caminho certo, mas a transformação é vista em 10, 20 anos. É um desafio trabalhar isso em uma atmosfera de retorno financeiro imediato", explicou Izzo. 

Para vencer essa barreira, Jorge Abrahão, do Instituto Ethos, acredita que é preciso fazer com que as empresas desejem estar no Sistema B. "Não deve ser uma questão de competição ou de buscar um selo. As companhias devem se interessar por um jeito diferente de fazer negócio porque entendem suas oportunidades. A comunicação é fundamental nessa mudança de pensamento", afirmou. 

E a postura do consumidor também: "É absolutamente necessário que a sociedade civil se torne mais participativa nesse processo de transformação econômica. A essência das empresas não vai mudar se o consumidor não mudar, se não houver transformações culturais", concluiu o empresário Guilherme Leal, cofundador da Natura.

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