segunda-feira, 8 de agosto de 2011


Manual trará informações sobre restauração florestal

A ideia central do livro é que, a partir de uma chave de identificação, o proprietário possa reconhecer a situação de sua propriedade e recorrer à técnica de restauro mais apropriada às suas condições ambientais e financeiras. Além disso, traz sugestões de manutenção e monitoramento da área recuperada e estimativas de custos, levantadas durante 2010 na região.
Com o objetivo de apontar caminhos ecológicos viáveis para restabelecer a cobertura florestal em áreas degradadas, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) lançará o Manual para Restauração Florestal: Florestas de Transição, voltado ao produtor rural interessado na recuperação de suas matas e na preservação das águas. A publicação, que faz parte da série Boas Práticas, tem autoria de Roberta Cury e Oswaldo Carvalho Jr. e foi construída a partir de experiências do próprio IPAM nas cabeceiras dos rios Xingu e Araguaia, no Mato Grosso, além de outras iniciativas regionais.
Embora a recuperação florestal não seja uma preocupação recente, apenas na década de 1980, com o desenvolvimento da ecologia da restauração como ciência, o termo restauração ecológica e suas derivações passaram a ser mais claramente definidos. Hoje, são consideradas degradadas áreas que apresentam “sintomas”, tais como processos erosivos, ausência ou diminuição da cobertura vegetal, deposição de lixo, superfície espelhada, entre outros.
Segundo os autores, na maioria das vezes, os ambientes que requerem restauração têm sido degradados, danificados, transformados ou inteiramente destruídos como resultado direto e indireto das atividades humanas. Um dos desafios para a restauração ecológica consiste em tornar essas áreas degradadas em ambientes saudáveis, onde as espécies possam se manter no longo prazo. Um projeto de restauração, porém, torna-se necessário quando a floresta perde a capacidade de se recuperar sozinha, ou seja, quando um ecossistema sofre distúrbios de tal modo que, pela amplitude, não consegue se recuperar até voltar ao seu estado de equilíbrio, ou quando os processos do ecossistema estão vagarosos e se deseja acelerar a regeneração.
Entre as áreas que podem ser restauradas com as técnicas apresentadas no manual, estão as Áreas de Preservação Permanente (APP), sobretudo as matas ciliares, cuja função ambiental é preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e da flora, com a finalidade de proteger o solo e o bem estar das populações.
Xingu-Araguaia
A região do Xingu-Araguaia é uma das mais recentes fronteiras de desmatamento para a formação de lavouras e pastagens. Essas alterações na cobertura vegetal e no uso da terra acarretaram vários níveis de degradação florestal das matas da região. Por outro lado, já existem várias iniciativas locais que visam à restauração florestal.
Dentre essas iniciativas, estão: a Campanha Y Ikatu Xingu, que surgiu em 2004 para atuar na recuperação e proteção das nascentes e cabeceiras do rio Xingu; o programa de recuperação de áreas degradadas do município de Canarana, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA); o Cadastro de Compromisso Socioambiental (CCS), da Aliança da Terra (com parceria do IPAM), que visa orientar o produtor rural na adequação socioambiental de sua propriedade, conciliando o equilíbrio entre produção, responsabilidade social e conservação ambiental; e a Rede de Sementes do Xingu, que se propõe a realizar um processo continuado de formação  de coletores de sementes na região para disponibilizar sementes da flora regional com qualidade e quantidade.
A publicação estará disponível para download no site do IPAM e será distribuída no escritório regional do IPAM em Canarana (MT).
Fonte: http://www.ipam.org.br/revista/Manual-trara-informacoes-sobre-restauracao-florestal/314

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