domingo, 7 de agosto de 2011


Publicação da ANA atualiza volume do Plano Nacional de Recursos Hídricos

A Agência Nacional de Águas (ANA), ligada ao Ministério do Meio Ambiente, divulgou no dia 19 de julho a publicação "Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil - Informe 2011".
Ela atende a demanda do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e atualiza o volume I do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), inicialmente denominado "Panorama e estado dos recursos hídricos no Brasil". O PNRH é composto de outros três volumes: II. Águas para o Futuro: Cenários para 2010; III. Diretrizes; e IV. Programas Nacionais e Metas. Entre 2010 e 2012, estão previstos Informes anuais que atualizam os dados do estudo.

Com esta publicação, o Brasil saberá qual é a situação mais atualizada da água no Brasil em vários aspectos, como: disponibilidade hídrica, qualidade da água e gestão de recursos hídricos.

Com dados consolidados até dezembro de 2010, o estudo é uma ferramenta de acompanhamento sistemático e anual da condição dos recursos hídricos e de sua gestão em escala nacional, por regiões hidrográficas, em temas fundamentais para o setor de recursos hídricos, como: volume de chuvas; ocorrência de eventos hidrológicos críticos (secas e cheias); disponibilidade hídrica nas diferentes regiões do Brasil; os usos múltiplos da água (irrigação, saneamento e hidroeletricidade, por exemplo); qualidade das águas; a evolução dos comitês de bacias; o planejamento, a regulação e a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.

O relatório mostra que a qualidade da água em 9% de 1.747 pontos de medição em diversos estados brasileiros é ruim ou péssima. A classificação segue os parâmetros do Índice de Qualidade das Águas (IQA), que indica principalmente a contaminação por esgoto doméstico. Os dados se referem a amostras coletadas em 2009 já que, pela dimensão do estudo, seus resultados demoram para ser computados.

Os valores médios do IQA em 2009 apontam, segundo a ANA, uma condição ótima em 4% dos pontos de monitoramento, boa em 71%, regular em 16%, ruim em 7% e péssima em 2%. Em 2008, os números foram semelhantes: 10% de qualidade ótima; 70% boa; 12% regular; 6% ruim; e 2% péssima. Como os pontos de medição não coincidem nos dois anos, não é possível fazer uma comparação exata para identificar uma tendência de melhora ou piora.

Alexandre Lima, especialista em recursos hídricos da ANA, aponta que, embora o Brasil tenha atualmente 18% de toda a água doce disponível na superfície do planeta, a maioria do potencial hídrico nacional (81%) está concentrado na Amazônia, ou seja, longe dos grandes centros urbanos do país. “A parte que restou para abastecer os grandes centros urbanos está em situação crítica de uso. Percebemos uma pequena melhora na qualidade da água em virtude de investimentos no tratamento de esgotos em algumas bacias. Porém, é necessário um investimento contínuo neste setor”, diz o especialista.

Lima ressalta que a água apontada em estado de má qualidade está concentrada nos grandes centros urbanos, como na Região Metropolitana de São Paulo, abastecida pela Bacia do Alto Tietê. “Na comparação dos últimos dez anos, o investimento feito no tratamento de esgoto proporcionou melhorias na qualidade da água em rios como o Paraíba do Sul (que é responsável por abastecer as cidades do Vale do Paraíba Paulista e Fluminense, além de municípios de Minas Gerais)”, afirmou Lima.

O trabalho registra melhorias na qualidade da água na última década em algumas bacias brasileiras, que receberam investimentos em tratamento de esgotos. Além disso, o estudo mostra que em 2010, 19% dos municípios brasileiros decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública devido à ocorrência de cheias ou problemas de estiagem ou seca, sendo que o número geral desses registros caiu de 1967, em 2009, para 1184 no ano passado. No aspecto da gestão de recursos hídricos, o Informe 2011 indica um aumento do número de comitês de bacias e da área de cobertura do território nacional por planos de recursos hídricos (51% do território nacional) – planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação do gerenciamento e da Política Nacional de Recursos Hídricos.

O Informe 2011 contém uma análise considerando de forma integrada os aspectos de quantidade (relação entre demanda de água e oferta – balanço quantitativo) e qualidade  da água nas bacias brasileiras. Os resultados dessa avaliação apontam para um conjunto de bacias críticas, onde há maior potencial para ocorrência de conflitos pelo uso da água, que deverão merecer atenção crescente por parte dos gestores de recursos hídricos.

Clique aqui 
para consultar publicação "Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil - Informe 2011".  


fonte: http://novo.maternatura.org.br/news.php?news=611

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