sábado, 5 de fevereiro de 2011

Seca na Amazônia deve liberar mais de 5 bilhões de toneladas de CO2, projeta estudo
amaz�ia sofreu com a seca em 2010

O ano de 2010 ficou marcado em razão de uma das maiores secas da história da Amazônia. Como as secas severas são danosas à vegetação, menos carbono foi capturado pelas árvores no ano passado, de acordo com estudo publicado por cientistas brasileiros e ingleses nesta sexta-feira, 4 de fevereiro, na revista científicaScience. As informações são da Agência Fapesp.
Os pesquisadores Paulo Brando e Daniel Nepstead, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, analisaram dados climáticos, pluviométricos e de perda de vegetação para concluir a repetição do “evento único no século”. Segundo eles, a Floresta Amazônica costuma atuar fortemente no sequestro de carbono atmosférico, ao impedir que o dióxido de carbono (CO2) seja liberado na atmosfera, mas secas podem revertar essa característica.

Em um ano normal, a floresta sequestra cerca de 1,5 bilhão de toneladas de CO2. Em 2005, quando foi registrada a maior seca na Amazônia até o registro de 2010, a morte das árvores promoveu cerca de 5 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera - o equivalente a quase toda a emissão dos Estados Unidos em 2009 a partir de combustíveis fósseis.
Como morreram mais árvores em 2010 do que em 2005, os cientistas destacam que muito mais carbono permaneceu na atmosfera e mais de 5 bilhões de toneladas ainda serão lançadas em decorrência da seca. Os autores ainda vão estimar o impacto da vegetação perdida em 2010 e apontam que a seca de 2005 pode ter impactado na gravidade da estiagem mesmo cinco anos depois.
Os resultados indicam que secas semelhantes e repetidas na região poderão ter impacto importante no ciclo global de carbono e, por consequência, no clima terrestre. Se tais secas intensas se tornarem frequentes, apontam os autores, os dias da Amazônia como equilibrador natural das emissões de carbono promovidas pelo homem podem estar ameaçados.
Entenda o problema
As árvores têm a capacidade de armazenar carbono. Quando elas morrem, seja por meio de desmatamento ou secas, o carbono é lançado na atmosfera em forma de CO2, um dos gases causadores do efeito estufa. É por esse motivo que o bioma amazônico, que abriga a maior biodiversidade do mundo, atua nesse sentido como uma espécie de "regulador do clima mundial".
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano Internacional das Florestas, com o objetivo de alertar para a importância da preservação.

Fonte: www.ecodesenvolvimento.org.br

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