sexta-feira, 18 de abril de 2014

Consumidores esperam que as empresas respeitem a biodiversidade, afirma pesquisa



Uma pesquisa internacional divulgada hoje em Paris pela União para o BioComércio Ético (UEBT) afirma que 87% dos consumidores entrevistados em sete países esperam que as empresas respeitem a biodiversidade ao buscarem ingredientes naturais para seus produtos. 

A preocupação estende-se também para a forma como essas empresas se relacionam com os fornecedores de matéria prima. Ao todo, foram ouvidas sete mil pessoas entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano na França, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Colômbia, Vietnam e Brasil. 



A pesquisa denominada Barômetro da Biodiversidade é feita desde 2009 a pedido da UEBT para entender de que maneira os consumidores percebem o modo como empresas de alimentos, cosméticos e fármacos se relacionam com a biodiversidade. Uma das conclusões é que a palavra ‘biodiversidade’, apesar de muito difundida, ainda confunde a cabeça de muita gente, inclusive em países desenvolvidos.

A pesquisa deste ano confirma que a preocupação com a conservação da biodiversidade é particularmente grande entre consumidores de mercados emergentes. 

Mais de 90% dos entrevistados no Brasil, Colômbia e Vietnam declararam já ter ouvido falar sobre biodiversidade e quase a metade deles (49%) foi capaz de definir corretamente o termo. Isso é o dobro dos que conseguem a mesma façanha em países como os Estados Unidos, por exemplo. Segundo a pesquisa, os brasileiros estão entre os que melhor sabem conceituar a biodiversidade.

No Brasil, 89% dos entrevistados também esperam que as empresas reconheçam em suas políticas o papel “essencial” da biodiversidade e 88% acreditam que devem contribuir “pessoalmente” para a conservação da natureza. 

Estratégico

“Nos mercados em ascensão, como o Brasil, os consumidores demonstram uma boa compreensão da biodiversidade e um elevado interesse em abastecimento ético, ou seja, utilizar os recursos naturais respeitando o ambiente e as comunidades fornecedoras. Com o crescimento do mercado desses países, informações como estas passam a ter importância estratégica para as empresas que lá investem”, afirma o diretor executivo da UEBT, Rik Kutsch Lojenga.

Há outras mensagens para o setor empresarial na pesquisa da UEBT. Conforme o Barômetro, os consumidores (85%) querem mais informações sobre os ingredientes naturais usados na fabricação dos produtos. E as empresas que melhor comunicarem isso tendem a ser mais  reconhecidas, garante a pesquisa.

O Barômetro chega à minúcia de aferir o que as pessoas entendem por biodiversidade, de onde elas absorvem informações sobre esse tema e como a indústria se refere aos aspectos socioambientais em seus relatórios anuais. A pesquisa ajuda na interpretação sobre como as pessoas, de um modo geral, associam assuntos relacionados à biodiversidade em sua percepção cotidiana, como na relação de consumo.

Metas da ONU

 
Uma das Metas de Aichi, que fazem parte do Plano Estratégico da  Convenção da Biodiversidade das Nações Unidas – CDB/ONU é que até o ano de 2020, os cidadãos de todo o mundo devem estar cientes sobre o valor da biodiversidade e os meios para conservá-la e usá-la de modo sustentável. O Barômetro da Biodiversidade da UEBT de 2014 confirma que o conhecimento geral sobre a biodiversidade cresceu desde 2009. No entanto, de 2012 para cá, o entendimento sobre o tema parece ter retrocedido. Isso indica que para se atingir o objetivo da ONU serão necessários esforços adicionais.

“Considerando que 84% do entrevistados acreditam que é importante contribuir para a conservação da biodiversidade, existe aí uma tremenda oportunidade de trabalharmos juntos para conservar e usar sustentavelmente a biodiversidade de modo justo, com benefícios para a sociedade e evitando a perda de espécies”, afirma Bráulio Ferreira de Souza Dias, secretário executivo da CDB.


Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=736839

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