Empresas encontram novo negócio na prática da logística reversa
A logística reversa é de extrema importância já que cresce anualmente a quantidade de equipamentos elétricos e eletrônicos comercializados. (Imagem: Mayra Rosa - CicloVivo)
Há três meses a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi aprovada, porém como ainda está em fase de regulamentação, a legislação não entrou em vigor. Mesmo assim, algumas empresas já têm colocado em prática uma das determinações: a logística reversa.
As iniciativas estão espalhadas pelo Brasil, no interior de São Paulo, por exemplo, a rede de varejo Cybelar passou a vender produtos eletrônicos com a opção de uma garantia de descarte futuro. O esquema utilizado na empresa consiste em oferecer ao cliente a possibilidade de pagar uma determinada taxa, para garantir que ao fim da vida útil de seu eletrônico a revendedora faça a retirada em domicílio e dê a ele a destinação adequada. O valor do serviço varia de R$ 6,99, cobrado na venda de aparelhos celulares, até R$ 130, valor negociado pela garantia de descarte de uma geladeira.
Em declaração feita ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor da Cybelar, Ubirajara Pasquotto, garantiu que a receptividade dos consumidores tem sido boa. Segundo ele, a cada dez produtos comercializados, um deles sai da loja com o descarte programado.
Um dos motivos que fez com que as empresas se mobilizassem tão rapidamente é o fato de enxergarem nesta prática um novo negócio. Exemplo disso é a empresa Descarte Certo, que é parceira da Cybelar. O empreendimento é especializado em gestão da coleta, manejo de resíduos e reciclagem dos componentes eletrônicos. A empresa disponibiliza um canal em seu site em que qualquer pessoa pode comprar on-line o descarte adequado para produtos eletrônicos que já não têm mais vida útil. Lá as pessoas se cadastram e agendam um dia para que um representante da companhia vá retirar o equipamento em sua residência e encaminhá-lo à reciclagem.
Grandes fabricantes de eletrodomésticos, como a Whirlpool, detentora das marcas Brastemp e Consul, também já investem em novas maneiras de praticar a logística reversa. A empresa montou uma divisão da fábrica, em Joinville (SC), especializada em desmontar refrigeradores e aparelhos de purificação de água. Como a empresa não possui um sistema de coleta, os eletrodomésticos velhos chegam à fábrica por meio de uma ação realizada pela concessionária de energia elétrica da região. Desde 2005, esse sistema resultou na recuperação de três mil toneladas de componentes, como aço, plástico e gases de refrigeração.
No caso dos computadores, a empresa Ceva Logistics fechou contrato com grandes fabricantes para retirar os produtos fora de uso. Com sede no interior de São Paulo, na cidade de Jundiaí, a empresa chega a recolher mensalmente cinco mil equipamentos de informática, na maioria computadores e impressoras.
No galpão da Ceva os aparelhos são desmontados e, alguns deles, após serem recondicionados, voltam ao mercado. Outros são mandados para os Estados Unidos, para que o processo de reciclagem seja finalizado. Lá os metais nobres, como ouro e prata, são separados e reaproveitados.
A logística reversa é de extrema importância já que cresce anualmente a quantidade de equipamentos elétricos e eletrônicos comercializados. A previsão para este ano é de que sejam vendidos 13,5 milhões de computadores, somente no Brasil. Portanto, dar a destinação correta a esses resíduos é essencial.
Com informações do Estadão
Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia.php
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