domingo, 19 de maio de 2013

Com 400 ppm de CO2 na atmosfera, Stern adverte sobre migrações forçadas de bilhões de pessoas



Com a divulgação de que os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera atingiram mais um marco perigoso, especialistas internacionais expressaram a sua preocupação com o rumo das ações para lidar com as mudanças climáticas.

Na quinta-feira (9), cientistas do Scripps Institution of Oceanography, da Universidade de San Diego, que está monitorando a estação de Mauna Loa, no Havaí, declararamque a concentração de CO2 na atmosfera chegou a 400,03 partes por milhão (ppm) – antes da era industrial, a concentração de CO2 era de apenas 280ppm. 



Também na semana que passou, um estudo internacional publicado na revista Science alertou que da última vez em que os níveis de dióxido de carbono atingiram o patamar de 400 ppm, entre 3,6 e 2,2 milhões de anos atrás, a temperatura da terra era 8ºC mais alta e o nível dos oceanos, 40 metros maior. 
O economista britânico Nicholas Stern, ex-diretor de economia do Banco Mundial e autor do conhecido Relatório Stern, sobre as consequências do aquecimento global, alertou que a probabilidade é cada vez maior de que muitas pessoas tenham que migrar das suas terras natais em um futuro próximo como consequência do aumento das temperaturas.

“Bilhões de pessoas serão forçadas a deixar suas casas, pois seus cultivos e animais terão perecido. Porém, o problema virá quando tentarem migrar para novas terras. Isso os levará a conflitos armados com pessoas que já vivem nestes locais”, lamentou Stern segundo o jornal The Guardian.

Nesta segunda-feira (13), as Nações Unidas também fizeram um alerta à comunidade internacional.

Em comunicado, a chefe da Convenção da ONU sobre Mudança Climática, Christiana Figueres, disse que "é hora de o mundo acordar e entender o que isso significa para a segurança humana, o bem estar e o desenvolvimento econômico."

Para Figueres, é preciso intensificar a resposta à mudança climática por todas as partes da sociedade.

Muitos cientistas argumentam que a concentração de CO2 na atmosfera precisa ser mantida no máximo em 350 ppm para que se evite mudanças climáticas desastrosas para o planeta. Apesar de o montante de 400 ppm parecer apenas mais alguns números em relação às últimas medições, é um marco importante no cenário climático mundial.

“É importante principalmente como um marco que determina o avanço contínuo do aumento do CO2 na atmosfera”, explica James Butler, do Laboratório de Pesquisas sobre o Sistema Terrestre da NOAA.

O coordenador do movimento 350.org, Bill McKibben, aproveitou o anúncio para provocar os negociadores internacionais.

“Estamos em um território novo para os seres humanos – fazem milhões de anos desde que houve essa quantidade de carbono na atmosfera. Agora a única questão é se o aumento implacável no carbono pode será alcançado por um aumento implacável no ativismo necessário para detê-lo”.



fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=733984

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