quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Florestas fragmentadas aceleram extinção de mamíferos, mostra pesquisa



Quando se trata de desmatamento e dizimação de áreas verdes é melhor que reste uma pequena floresta do que nada, certo? Nem tanto. Um estudo conduzido por pesquisadores de diversas universidades pelo mundo – entre elas, Universidade da Califórnia, Universidade Nacional de Cingapura e Universidade de Adelaide – chegou à conclusão de que para os mamíferos a sobra de um fragmento de floresta não é um bom cenário, já que esses ambientes podem, na verdade, acelerar a extinção dos bichos que ali habitam.


O estudo “Near-complete extinction of native small mammal fauna 25 years after forest fragmentation”, publicado naScience em 27 de setembro, relata que os cientistas utilizaram como laboratório natural o reservatório hidrelétrico de Chiew Larn, na Tailândia, cuja inundação em 1987 deu origem a mais de 100 ilhas de floresta tropical fragmentadas. Por duas vezes, realizaram um inventário da fauna em 16 desses fragmentos florestais: de 5 a 7 anos após as inundações e, depois, de 25 a 26 anos mais tarde.

Luke Gibson, da Universidade Nacional de Singapura, e colegas, queriam descobrir se as espécies autóctones desses habitats conseguiriam sobreviver o tempo suficiente – digamos, muitas décadas – para permitir a criação de corredores entre os fragmentos e compensar assim os efeitos nefastos do isolamento ecológico. A conclusão parece ser que não há tempo nenhum.

Assim, descobriram que, em cinco anos após a formação das florestas fragmentadas, quase todas as espécies de pequenos mamíferos haviam sido extintas nas florestas menores do que 10 hectares. Já nas florestas maiores (10 a 56 hectares), levou-se 25 anos para o desaparecimento das espécies. Ou seja: o ambiente menor levou a uma extinção mais veloz das espécies, acelerando seu desaparecimento.

A culpa seria de uma única espécie invasiva, que demonstrou êxito nas florestas fragmentadas: o rato malasiano do campo (Rattus tiomanicus). Esse animal não ocorre naturalmente na região e é conhecido por existir primordialmente em áreas ocupadas por humanos, em vilarejos.

A conclusão do estudo aponta que apesar de as florestas fragmentadas terem sua importância na conservação ambiental, suas dimensões menores se mostram favoráveis à atuação de espécies invasivas e à extinção de espécies animais nativas. A única forma de manter uma biodiversidade tropical sustentável, é, segundo os pesquisadores, a preservação de largas porções de mata.


FONTE: http://novo.maternatura.org.br/news.php?news=688

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