sábado, 22 de fevereiro de 2014

Agrotóxico mata milhares de abelhas no interior de São Paulo

abelhas
Abelhas africanas (Apis mellifera scutellata). Foto: Lies Van Rompaey

Pelo menos dois agrotóxicos são responsáveis pela morte de 4 milhões de abelhas em Gavião Peixoto, município produtor de mel do interior de São Paulo. A suspeita foi confirmada ontem pela Prefeitura, após resultado de um laudo feito a pedido do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente do município.
Em dezembro, após a mortandade das abelhas, apicultores fizeram boletim de ocorrência para conseguir entrar na Justiça atrás de indenização. A prefeitura encomendou um laudo para o laboratório Centerlab, que fica em Araraquara, para examinar os insetos mortos.

Os laudos divulgados ontem (18) apontaram a presença de Glifosato e Clorpirifós, o primeiro herbicida e o segundo insenticida, usados no controle de ervas daninhas e de pragas em lavouras. Centenas de colméias foram perdidas na região. Os dois agrotóxicos são permitidos no país.
Mortes de abelhas
Em 2012, o Ibama começou a reavalição de 4 agrotóxicos associados a efeitos nocivos às abelhas: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, proibindo a pulverização aérea. Porém, após sofrer pressão dos setores rurais que reclamaram da falta de tempo para adequação às novas regras, o Ibama e o Ministério da Agricultura flexibilizaram a norma, criando regras especiais para as culturas de soja, trigo, arroz, algodão e cana-de-açúcar.
A redução de abelhas em escala mundial é um dos principais problemas ambientais do século, já que afeta diretamente a produção dos alimentos. São as abelhas as responsáveis por pelo menos 73% da polinização das plantas, de acordo com estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004.
A utilização indiscriminada de agrotóxico tem sido apontadas pelos cientistas como provável causa da chamada Desordem de Colapso da Colônia (em inglês, de Colony Collapse Disorder - CCD), quando as abelhas não conseguem voltar para as colmeias e simplesmente desaparecem no caminho.
Em grande parte dos países, como a União Europeia e Estados Unidos, a solução encontrada pelos governos foi restringir o uso de substâncias apontadas como nocivas às abelhas. No Brasil, a proibição de pulverização aérea das 4 substâncias voltou a valer esse ano. A exceção é a cultura do algodão, que poderá aplicar os venenos até julho de 2014.
*editado às 12h do dia 21/02

fonte:http://www.oeco.org.br/noticias/28024-agrotoxico-mata-milhares-de-abelhas-no-interior-de-sao-paulo?fb_action_ids=10151990610407087&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B280445925445980%5D&action_type_map=%5B%22og.recommends%22%5D&action_ref_map=%5B%5D

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