Assim como aconteceu na Sapucaí no ano de 1989 onde a escola de samba Beija Flor do Rio de Janeiro utilizou o lixo para compor as fantasias e carros de seu desfile, o carnaval de 2014 da cidade maravilhosa foi marcado também pela sujeira. Porém, dessa vez foi a cidade que chamou a atenção pela quantidade de resíduos deixados em suas ruas e bairros. As montanhas de lixo que os cariocas estão tendo que desviar para se locomoverem na cidade serviu para mostrar pelo menos dois problemas crônicos: Como nossa sociedade é porca (digo, como nossa sociedade gera lixo) e Como a cidade necessidade dos garis.
Nessa quarta feira de cinzas, pudemos ver como a paisagem da cidade maravilhosa foi modificada pela exposição do lixo gerado pelos seus cidadãos em 5 dias sem a limpeza urbana pública. A greve aderida por cerca de 300 agentes de limpeza da COMLURB, trouxe à tona a realidade das grandes cidades e mostrou a necessidade de se rever o comportamento do povo e de seus governantes quanto o descarte de lixo nas cidades.
Dos milhões investidos pela prefeitura no carnaval (em 2013 foram cerca de R$ 35 milhões , segundo levantamento da UOL), grande parte é utilizada para gastos com infraestrutura, festas e publicidade. Entretanto, as pessoas responsáveis pelo trabalho insalubre e desagradável de recolher todo o tipo de materiais que descartamos diariamente, tem um piso salarial de R$ 874,00, isso, sem os 40% de insalubridade retirados antes da greve.
Em resposta à paralisação, a prefeitura do Rio propôs um reajuste de 9% e o retorno do adicional de insalubridade com a ameaça de demissão coletiva caso a greve persistisse. A greve persistiu reivindicando a alteração do piso salarial da classe de R$ 874,00 para R$ 1200,00 mais benefícios, e hoje (quinta feira - 06/03/2014) ainda podemos apreciar a paisagem de nossa bela cidade imunda.



Imagens via UOL
Fonte: http://arquiteturasustentavel.org/do-luxo-ao-lixo-veja-como-terminou-o-carnaval-no-rio-de-janeiro/
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