sábado, 15 de março de 2014

Janelas matam bilhões de pássaros todo ano.

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O impacto ambiental dos grandes edifícios nas cidades afeta o ambiente não somente pela pegada no terreno, a emissão de carbono gerada pela fabricação de materiais e a diminuição de área verde, como também pela interferência na biodiversidade e nos hábitos naturais dos animais.
Segundo estudos, bilhões de aves morrem todos os anos em colisões com edifícios em grandes áreas urbanas. E o pior, esse número aumenta com o passar dos anos, à medida que as áreas verdes são tomadas pelas massas urbanas. As colisões ocorrem devido aos aspectos arquitetônicos e paisagísticos do modelo dos edifícios atuais que favorecem os acidentes com as aves. Grandes fachadas cobertas por vidro, grande quantidade de luz refletida pelas janelas em direção as ruas, presença de pequenas vegetações nos arredores dos edifícios e até a existência de locais de alimentação de pássaros próximos as construções, estão promovendo um verdadeiro abate de espécies como Sabiás, João-de-barro, Andorinhas, entre outros. Os pássaros, ao se depararem com janelas transparentes ou espelhadas, muitas vezes não conseguem distinguir a diferença entre o céu e o obstáculo.

Há décadas, grupos de cientistas vem estudando as causas e consequências da colisão de pássaros em edifícios. Segundo uma pesquisa feita em um edifício em Chicago, nos Estados Unidos, em um único edifício monitorado entre 1978 e 2012, foram registrados, em média, 1.028 incidentes por ano. Baseados nesse estudo e em diversos outros, um grupo de cientistas estima que o número de aves mortas ao coliderem com prédios e casas está entre 365 milhões e 988 milhões todo ano.
Os dados obtidos permitiram ainda, estimar um número médio de pássaros mortos para cada tipo de construção. A pesquisa aponta que, prédios de 3 andares podem ter por ano uma mortandade de 253 milhões por ano, casas e edifícios de até dois andares podem ter cerca de 339 milhões por ano e os grandes arranha céus podem ter um número de 508 mil mortes todo ano. Com isso, puderam afirmar que os prédios mais altos oferecem menos riscos às aves do que os médios e baixos.
Além de determinar o número de colisões de acordo com a altura da edificação, também foi possível afirmar os tipos de espécies mais recorrentes. O surpreendente é que, para cada tipo de edificação, uma determinada espécies morre com mais frequência. Outro dado curioso é que algumas espécies acabam colidindo em uma quantidade maior do que a esperada, comparando a outras espécies. Os beija flores, por exemplo, colidem em uma quantidade maior do que a esperada, enquanto patos e marrecos colidem menos.
O principal dano causado pelo alto número de colisões é a diminuição das populações de algumas espécies. Os estudos apontam que mais de 20 espécies já podem correr risco de extinção.
Com esses dados, não é difícil imaginar o impacto que as cidades em todo mundo causam ao ambiente.
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Informações em Estadão SP (Fernando Reinach)
Imagens via: BellMuseum, ABCBirds e Audubom

fonte: http://arquiteturasustentavel.org/janelas-matam-bilhoes-de-passaros-todo-ano/

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