quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Economia Verde cria milhões de empregos no Brasil e no mundo



Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT)lançado nesta sexta-feira (15 de fevereiro) afirma que, em países com diferentes níveis de desenvolvimento, a transição para uma economia mais verde e sustentável criou milhões de postos de trabalho.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o emprego em bens e serviços ambientais foi de 3,1 milhões em 2010. No Brasil, 2,9 milhões de postos de trabalho foram registrados em áreas dedicadas à redução dos danos ambientais, no mesmo período.

Os números em diversos países mostram que o argumento de que a transição para uma economia mais verde impactará negativamente o nível de emprego tem sido geralmente exagerado.
“De fato, são os países em desenvolvimento que podem se beneficiar da criação de empregos em áreas de tecnologias limpas e energias renováveis”, afirma o estudo, intitulado “O desafio da promoção de empresas sustentáveis na América Latina e no Caribe: Uma análise regional comparativa”.
Países como México e Brasil estão liderando a adoção de medidas para lidar com as questões ambientais, especialmente em estratégias nacionais de crescimento com baixo carbono, indica o documento.
Um estudo do Banco Mundial no Brasil citado pela publicação da OIT afirma que a redução, até 2030, das emissões de carbono em mais de um terço é compatível com o crescimento do PIB e da economia.
O estudo afirma que “o País tem grande oportunidade de mitigar e reduzir suas emissões de carbono em setores como agricultura, energia, transporte e gestão de resíduos, sem afetar negativamente o crescimento econômico”.
Problemas endêmicos”
A Organização recomendou aos países da região que enfrentem os “problemas endêmicos” que inibem o desenvolvimento das empresas sustentáveis, como os relacionados com a alta informalidade e baixa produtividade, no âmbito dos esforços que são realizados para gerar mais e melhores empregos.
“Sem empresas sustentáveis não haverá trabalho decente e sem trabalho decente não haverá empresa sustentável”, advertiu a diretora da OIT para a América Latina e o Caribe, Elizabeth Tinoco, ao participar da apresentação do relatório na sede da União Industrial Argentina (UIA). Na apresentação, estiveram presentes Daniel Fuentes de Rioja, vice-presidente da Organização Internacional de Empregadores (OIE), e Brent Wilton, secretário-geral da OIE.
O relatório afirma que o setor privado gera cerca de 200 milhões de empregos na América Latina e no Caribe, o equivalente a 79% do total de postos de trabalho disponíveis, através de 59 milhões de unidades produtivas, ainda que a grande maioria destas unidades – cerca de 48 milhões – sejam empreendimentos unipessoais.
Existem 11 milhões de negócios ou empresas de diversos tamanhos que contratam trabalhadores na região, das quais 2,5 milhões têm mais de 6 trabalhadores, acrescenta o documento.
Degradação ambiental
O documento da OIT alerta que a América do Sul foi uma das regiões com a maior perda líquida de florestas entre os anos 2000 e 2010, com quatro milhões de hectares perdidos a cada ano, de acordo com dados compilados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
“Este fato é extremamente grave, dada a importância das florestas para a conservação dos ecossistemas e da biodiversidade, e também por sua grande contribuição para o PIB de países como Brasil, México, Guiana, Paraguai, Bolívia e Chile. A exploração insustentável, portanto, representa não apenas graves riscos ecológicos, mas também econômicos”, aponta o documento.
O relatório lembra, no entanto, que várias políticas têm sido implementadas para reduzir o impacto ambiental do setor privado. “Alguns países fizeram progressos rumo à criação de incentivos para a produção limpa, gestão sustentável dos recursos naturais e investimentos em energia renovável, embora sejam experiências muitas vezes ainda incipientes.”
O documento aponta no entanto alguns exemplos relevantes sobre os incentivos para a gestão de resíduos sólidos. Na Colômbia, recicladores tradicionais recicladores foram reconhecidos como empreendedores. O documento cita ainda a recente Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que regula a coleta, tratamento e destino final dos resíduos.
O relatório lembra que o Brasil produz 161 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos e, embora a cobertura de coleta seja de 97%, muitos destes têm um alvo inadequado. “A finalidade da lei é promover a responsabilidade partilhada e criar incentivos econômicos para atividades de reciclagem e resíduos com o destino apropriado.”
Pequenas e médias empresas
O relatório da OIT lançado ontem aponta que, embora haja “poucas políticas eficazes de apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME)”, há várias iniciativas nesta área. A OIT cita o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Brasil (Sebrae), que tem desenvolvido várias iniciativas para promover uma maior sustentabilidade ambiental em empresas menores, como a criação da Rede Brasileira de Produção Mais Limpa (PML).
Esta rede – desenvolvida juntamente com o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL/Senai) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)– trabalha por meio núcleos de PML em sete estados ligados a federações de indústrias locais. Sua função é prestar serviços de diagnóstico ambiental, assistência técnica e treinamento em PML para empresas de diversos segmentos e atividades.
O Sebrae também colaborou na promoção da eficiência energética no Rio de Janeiro, sensibilizando mais de três mil pequenas e médias empresas. Casos de sucesso no âmbito desta iniciativa resultaram em uma economia de energia de mais de 50%, afirma o documento da OIT citando dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Acesse o estudo, em espanhol, clicando aqui.

fonte: http://blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental/economia-verde/economia-verde-cria-milhoes-de-empregos-no-brasil-e-no-mundo/

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