Consumismo aumenta depressão e ansiedade, diz pesquisa
Segundo a pesquisa, pessoas expostas a ambientes consumistas são mais depressivas, ansiosas e menos interessadas em atividades coletivas. Foto: Oscar Cortés
Uma pesquisa realizada pela Northwestern University, nos Estados Unidos, publicada na segunda-feira, 9 de abril, apontou que as pessoas que dão alto valor para riqueza, status e bens materiais são mais depressivas, ansiosas e menos sociáveis do que as pessoas que não se importam tanto com essas questões.
Segundo o estudo, publicado no jornal científicoPsychological Science, o materialismo não é apenas um problema individual, mas também ambiental. “Nós descobrimos que, independentemente da personalidade, em situações que ativam uma mentalidade consumista, as pessoas apresentam os mesmos tipos de padrões problemáticos no bem-estar, incluindo afeto negativo e desengajamento social”, destacou a psicóloga Galen V. Bodenhausen, coautora do estudo.
Nos experimentos, estudantes universitários foram expostos a imagens e palavras que remetiam a bens de luxo e valores consumistas, enquanto outros viam cenas neutras e sem essa conotação.
Ao preencher um questionário após a experiência, aqueles que olharam para fotos de carros, produtos eletrônicos e joias se avaliaram mais depressivos e ansiosos, menos interessados em atividades coletivas e mais em atividades solitárias. Estas pessoas ainda demonstraram mais competitividade e menos desejo de investir seu tempo em atividades sociais, como trabalhar para uma boa causa.
Para a psicóloga, os resultados da pesquisa têm implicações sociais e pessoais muito grandes. Segundo Galen, tornou-se comum usar o termo “consumidor” como uma designação genérica para as pessoas, seja nos noticiários, nos governos ou nos mercados. Para ela, utilizar a palavra “cidadão”, no lugar, já pode ativar “diferentes preocupações psicológicas”.
Galen também recomenda iniciativas pessoais para reduzir os efeitos do consumismo, como isolar a mentalidade materialista, evitar os maus estímulos, como a publicidade, e “ver menos TV”.
* Publicado originalmente no site EcoD.
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