domingo, 29 de abril de 2012


Novos projetos movimentam cenário solar brasileiro

As 18 iniciativas aprovadas pela primeira chamada de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica para geração fotovoltaica somam juntas R$ 395 milhões em investimentos, envolvendo 96 empresas e 62 instituições.


No fim do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) abriu a chamada “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira”, a primeira em toda a história da entidade voltada para projetos de energia solar. O resultado desse processo foi a seleção de 18 iniciativas com um total de 24.578 kWp de potência instalada, que vão desde estádios com tetos solares à uma usina no parque Villa Lobos em São Paulo.
“O principal objetivo da chamada é inserir a energia solar na matriz energética, o que atualmente não acontece de maneira significativa. Além disso, buscamos o desenvolvimento científico nacional e a capacitação de mão de obra”, explicou Fabio Stacke Silva, especialista em regulação da ANEEL, durante o Seminário Energia+Limpa, realizado nesta semana na Universidade Federal de Santa Catarina.
Todos os 18 projetos tiveram que cumprir uma série de pré-requisitos como a contrapartida de recursos financeiros na proporção dos benefícios econômicos do empreendimento, intercâmbio de especialistas estrangeiros de notório saber e análise do custo de componentes e de formação de tecnologia nacional.
“Ainda é muito difícil desenvolver no Brasil a capacidade de se fabricar todos os equipamentos necessários para a geração fotovoltaica. Mas esperamos que cada novo projeto aproxime nosso país do domínio dessa tecnologia”, disse Silva.
Os projetosEntre as 18 iniciativas estão quatro relacionadas ao programa de Estádios Solares para a Copa de 2014: o Castelão, desenvolvido pela Coelce no Ceará, a Cidade da Copa, da Coelba em Salvador, o Itaquerão, da AES Eletropaulo em São Paulo, e a Arena da Baixada da Copel em Curitiba.
Outra iniciativa é a da CESP, que pretende construir uma usina fotovoltaica de 0,73 MWp  conectada à rede elétrica do parque Villa Lobos em São Paulo. Também na capital paulista, um projeto da CTEEP pretende colocar painéis solares nos telhados da USP, com uma potência de 0,525MWp.
Outras instituições de educação receberão projetos. No Rio de Janeiro, a PUC será sede da iniciativa de 0,5 MWp da Elektro e a UDESC, em Florianópolis, participará do Megawatt Solar, projeto da Eletrosul de 1 MWp.
A Petrobras entrou com uma iniciativa, a construção de uma usina de 1,1 MW em Alto do Rodrigues, município do Rio Grande do Norte situado a 200 quilômetros de Natal. Além disso, a empresa estabelecerá um laboratório para certificação de módulos fotovoltaicos e calibração de instrumentos de medição.
Porto Alegre contará com uma usina de 550kWp instalada pela CEEE na linha do Aeromovel, um novo meio de transporte público que ligará o aeroporto da cidade até a estação de metrô mais próxima.  
Ao todo, os 18 projetos somam R$ 395 milhões em investimentos – recursos do Programa Anual de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor Elétrico, que obriga que 1% da Receita Operacional Líquida (ROL) das empresas de geração deva ser aplicado em P&D – e envolvem 96 empresas, 62 instituições e 584 profissionais.
As iniciativas devem começar a ser construídas nos próximos 180 dias e têm 36 meses para ficar prontas.
Veja todos os projetos:
Imagens: Projetos no parque Villa Lobos, em São Paulo, e em Porto Alegre / ANEEL 

Nenhum comentário:

Postar um comentário