quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Conferência Ethos 2013- Michael Porter anuncia pesquisa sobre progresso social: Brasil é destaque entre os BRICs

destaques
Por Sônia Araripe, Editora de Plurale
Foto de Diego Gazola, do www.mudedeideia.com
De São Paulo
O professor da conceituada Harvard Business School, Michael Porter, considerado uma das principais vozes no mundo sobre administração e liderança, foi a principal estrela na Conferência Ethos 2013, que se encerra amanhã, dia 5, em São Paulo. Ele anunciou resultados de pesquisa recém-concluída sobre o progresso social de 50 países. A boa notícia dada por Porter é que o Brasil foi o principal destaque entre os países em desenvolvimento, os chamados BRICs, na frente da China, Índia, Rússia e África do Sul.

"É uma boa noticia. O país se comprometeu com a inclusão social", disse Porter. Em algumas áreas, no entando, o Brasil não se saiu bem na pesquisa global: violência, saúde, nutrição, moradia e acesso à água e sanemento foram os pontos negativos. "Nestes segmentos, os números não foram bons", afirmou. 
Resultado - O Brasil ficou em 18º lugar - o que o coloca na melhor posição entre os Brics e quarto colocado na América Latina. Na frente do Brasil estão a Costa Rica, no 12º lugar, o Chile, na 14ª posição e a Argentina, que ficou em 15º.
No ranking, o Brasil se coloca entre os países de desempenho médio. Entre os mais bem colocados, estão as nações ricas, como a Suécia e a Grã Bretanha. Tanto na entrevista coletiva para jornalistas, quanto ao falar para uma plenária cheia de executivos, funcionários do governo e representantes do terceiro setor, o professor de Harvard foi bem otimista sobre a boa posição do Brasil. "O Brasil pode ser um importante protagonista." 
Porter frisou que o Produto Interno Bruto (PIB) não é mais suficiente para mostrar um retrato fiel do que se passa no mundo e que é preciso olhar também os avanços sociais. "Ter mais renda não significa q teremos mais progresso mundial p os cidadãos", destacou.
A expectativa é que a próxima edição da pesquisa, a ser divulgada em 2014, possa ser medido o progresso social em cerca de 100 países. Porter destacou que ter indicadores como este é essencial não só para ter um retrato mais claro do desenvolvimento, mas também para poder fazer cobranças. "Se não pudermos medir bem, não podemos responsabilizar as pessoas."
Metodologia - O professor explicou a metodologia e a dinâmica do novo Índice de Progresso Social (IPS). O IPS compõe um projeto global, baseado em métricas sociais e ambientais a partir de fontes oficiais e pesquisas de percepção. O objetivo é dar informações objetivas sobre o bem-estar humano aos formuladores de políticas, organismos internacionais de desenvolvimento, empresas e organizações da sociedade civil, para que possam direcionar seus investimentos nas áreas de interesse.Desenvolvido por Porter e por economistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o índice é respaldado por empresas e instituições sem fins lucrativos: Fundação Avina, Skoll Foundation, Delloite, Cisco e Banco Compartanos.
O IPS é dividido em três pilares, mostrou o professor: necessidade humanas básicas (nutrição, moradia, saúde, água, saneamento e segurança), fundamentos de bem-estar (sustentabilidade dos ecossistemas, acesso ao conhecimento básico, acesso à informação e comunicação, saúde e bem-estar) e oportunidades, envolvendo tolerância e respeito, liberdades individuais, direitos individuais e acesso à eduação superior.
Ao explicar a metodologia e o conceito do novo IPS, Porter deixou bem claro que é diferente do Índice de Felicidade Bruta, muito conhecido entre especialistas do terceiro setor, comparando a felicidade de quem mora no Butão com outros países. "Queremos medir o progresso social nos países a partir de dados concretos de fontes oficiais e confiáveis", disse.
Protagonismo do Brasil e papel das empresas - Respondendo à pergunta dePlurale, Michael Porter reforçou que empresas privadas têm um papel essencial neste cenário. "Sei que muitos dos senhores são céticos sobre a iniciativa privada e a questão do lucro. Mas é preciso abrir suas cabeças. As empresas podem e devem participar deste processo. Se uma empresa tem uma boa solução para avançar no progesso social, porque não usá-la?", afirmou o professor de Harvard.
E voltou a mostrar-se otimista sobre o papel do Brasil no cenário global. "O Brasil tem tudo para ser protagonista." 

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