domingo, 15 de setembro de 2013

Turbina eólica vertical urbana, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Turbina eólica, com eixo horizontal
Turbina eólica, com eixo vertical. Foto: MIT Technology Review
A produção de energia é fundamental para a manutenção da estrutura produtiva moderna. O grande crescimento da economia e da população mundial só foi possível devido ao uso de energia não humana e não animal. Ou seja, a sociedade moderna se desenvolveu graças ao uso e ao abuso dos combustíveis fósseis, que além de serem não renováveis são poluidores e agravam o problema do aquecimento global.

Portanto, a humanidade precisa de energia, mas precisa superar rapidamente a era do petróleo, do carvão mineral e do gás. As alternativas mais promissoras são a energia solar e a energia eólica. Já escrevi sobre ambas (ver referências abaixo). As energias do sol e do vento podem ser uma alternativa às represas hidrelétricas da Amazônia, possibilitando a sobrevivência da floresta e da biodiversidade, assim como permitindo que as águas corram livremente.
Neste artigo vou falar de um tipo especial de turbina eólica. Há dois tipos de turbinas eólicas, com eixo horizontal (Horizontal-axis wind turbine – HAWT) e com eixo vertical (Vertical-axis wind turbine – VAWT). A maior parte das turbinas em funcionamento no mundo são do primeiro tipo. Em geral, estas turbinas são colocadas em áreas litorâneas, montanhas ou nos oceanos nas plataformas continentais e costumam ser barulhentas.
A capacidade de produção de energia eólica alcançou o montante de 282.275 Megawatt, sendo 44.609 Megawatt somente em 2012, representando um crescimento de 19,2%. Somente a China adicionou 13 Gigawatt em 2012, mais do que toda a energia produzida por Itaipu (segundo dados da World Wind Energy Report 2012)
Mas a maior parte do consumo está nos centros urbanos. Portanto, a possibilidade de instalar turbinas nas cidades seria muito adequado, desde que fosse solucionado os problemas das grandes hélices das turbinas, o barulho, a morte de aves, etc.
A solução pode existir e tem sido buscada por meio das turbinas verticais e silenciosas. Este tipo de aerogeradores não necessita de dispositivo de orientação da turbina face ao vento, tal como acontece nos aerogeradores de eixo horizontal. As turbinas verticais podem ser colocadas no teto das casas ou no topo dos edifícios.
As turbinas verticais urbanas, paralelamente à revolução verde na energia, podem também revolucionar o tipo de propriedade de sua produção, possibilitando que casas e prédios tenham poder sobre o futuro energético das cidades.
O crescimento da energia eólica e solar pode ser uma alternativa viável para a superação do “pico do petróleo”, para evitar os problemas da queima dos combustíveis fósseis e para fazer a transição para uma economia de baixo carbono.
Referências:
ALVES, JED. Energia renovável: um salto na evolução? EcoDebate, RJ, 29/01/2010
ALVES, JED. Energia verde para reduzir a pegada ecológica. EcoDebate, RJ, 04/02/2010
ALVES, JED. Blowin’ In The Wind: Itaipus de cataventos. EcoDebate, RJ, 05/02/2010
ALVES, JED. A “corrida do ouro” da energia renovável. EcoDebate, RJ, 14/05/2010
ALVES, JED. Power to the people: energia verde para a comunidade. EcoDebate, RJ, 21/07/2010
ALVES, JED. O Brasil pode ser a “Arábia Saudita” da energia renovável. EcoDebate, RJ, 09/06/2011
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

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