quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Crise ambiental: Conhecendo suas causas para solucionar seus efeitos

crise ambiental gerada pelo consumo intenso dos recursos naturais e consequente degradação ambiental, representa hoje um medo para algumas pessoas de que o planeta esteja à beira de um colapso, onde a natureza não consiga mais prover o necessário para que elas continuem vivendo com seu estilo de vida de forma indefinida. Além disso, de que o homem nem consiga mais o necessário para sua sobrevivência na Terra, devido aos anos de irresponsabilidade e negligência na sua relação com o planeta.

A escassez de água potável é um bom exemplo dessa situação. Relatórios da ONU alertam que se o padrão de consumo e poluição não mudar, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas estão vivendo em países ou regiões com absoluta escassez de água, e dois terços da população do mundo poderia estar vivendo sob condições de estresse hídrico. Isso sem mencionar a poluição do ar, que nas grandes cidades é o responsável por graves doenças pulmonares, ou o agronegócio que compacta e degrada, todo ano, extensas áreas com seu modelo predatório, forçando a fronteira agrícola adentrar em áreas com florestas nativas.
Por todo o canto do globo, populações inteiras estão enfrentando graves problemas ambientais, com maior intensidade nos locais mais pobres, uma vez que os impactos ambientais não são democráticos. Nesse momento, é de suma importância entender da onde vem essa corrente destrutiva, porque apenas entendendo as verdadeiras causas da degradação que iremos conseguir chegar à uma solução eficaz. A humanidade está tão dependente do consumo excessivo dos recursos naturais, que mesmo os ditos recursos renováveis não conseguem se regenerar pois a taxa de exploração e consumo é maior que a taxa de reposição desses recursos por parte dos processos naturais. Como que chegamos a esse ponto? Porque precisamos consumir tanto para viver? Porque precisamos explorar tanto os recursos de nosso planeta para manter nosso estilo de vida?
Caso os impactos e consequente destruição dos recursos naturais sejam causados pela negligência e falta de critérios técnicos para guiar a sua exploração, a busca por soluções e tecnologias para mitigar o impacto ambiental de nossas atividades é a solução padrão. Mas será que essas soluções são o bastante? Buscar soluções tecnológicas para os problemas ambientais acabam por se mostrarem apenas como uma medida paliativa e não atinge o cerne da questão, que está centrada na busca pelo crescimento ilimitado. E então, como fazer para contornar esse quadro rumo ao Colapso?
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Quanto de floresta ainda iremos ter no futuro se não for contido o impulso devastador de madeireiras e da agropecuária? (Foto: WWF.com)
Modelo de consumo: A grande questão
Jose Mujica, presidente do Uruguai levantou diversos pontos importantes em sua palestra na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a Rio +20. Para ele, a causa dessa crise está no modelo de desenvolvimento e consumo que atualmente vivem as sociedades.
Ele indagou: “O que aconteceria com o planeta se os habitantes da Índia tivessem a mesma proporção de carros por família que os alemães possuem? Quanto de oxigênio teríamos para respirar? O mundo de hoje teria os elementos materiais para que 7 a 8 bilhões de pessoas possam desfrutar o mesmo nível de consumo e desperdício que têm as sociedades ricas do ocidente?”
Nossa economia está baseada no consumo, e é nele que ela se desenvolve. Caso o consumo seja freiado, a economia freia junto, e o fantasma da estagnação econômica aparece para cada um de nós. Mas é este consumo desenfreado que está agredindo o planeta. Os fabricantes acabam por fabricar bens de consumo com baixa vida útil de forma a vender mais. E com novos modelos dos produtos sendo lançados a cada momento no mercado, acabamos por sustentar uma civilização que “usa e joga fora”, entrando sempre em um ciclo vicioso.
Estes são problemas de caráter político e estão dizendo que está na hora de começar a lutar por outros hábitos. Não se trata de retornar para os dias do “homem da caverna”, ou ter um “monumento ao atraso”. O que não pode ocorrer mais é sermos indefinidamente governados pelas tendências autodestrutivas do consumo e do desperdício ditadas pelo mercado.
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Acabamos virando meros consumidores, sem nenhum tipo de consciência ambiental prática (Foto: Reprodução)
E agora? Como podemos reverter esse cenário de degradação da natureza? Por onde começamos?
Um passo consciente de cada vez…
Se o nosso modelo econômico é o grande causador da intensa exploração de nossos recursos naturais e consequente degradação ambiental, o primeiro passo para conseguir ser um motivador de mudança é ir contra essa corrente consumista da economia de desperdício. O crescimento ilimitado é justificado por diversos pontos de vista, mas é baseado no consumo. Uma mudança de perspectiva e hábitos acabam se tornando uma ótima forma de conseguirmos transformar o nosso ambiente aos poucos.
Nesse embate de mudança de visão e hábitos de consumo, a educação ambiental se faz presente. É através dela que conseguiremos passar hábitos mais saudáveis através da conscientização sobre as questões ambientais e as formas de se consumir menos e ser mais saudável. Grandes mudanças começam com pequenos passos. Não iremos conseguir mudar dando passos maior que nossas pernas, focando primeiro em questões grandes e mega complexas, como é o caso de nossa dependência pelo petróleo. Antes disso, que tal usar menos o carro?
Para onde vai o seu lixo? Quanto de lixo que você produz? Se não estivermos usando tanto material descartável não precisaríamos fazer essas perguntas, mas como vivemos nesse estilo de vida que tudo virou descartável, a conscientização que praticamente todo o plástico que jogamos fora vai para lixões e aterros sem critérios técnicos para prevenir acidentes ambientais pode fazer a diferença se adotada por parte da população. Além disso, reutilização, redução e reciclagem (o famoso 3R) são mais que uma estratégica de marketing para empresas. Elas realmente podem nortear mentalidades mais sustentáveis de auto gerenciamento de resíduos sólidos.
Claro que essas sugestões são apenas o começo. A consciência do nível de degradação ambiental que temos hoje em dia e a noção da necessidade que temos dos recursos naturais e ecológicos para sobreviver serão a base da mudança. Nesse fluxo de entendimento e compreensão das questões pela população e consequente adoção por melhores hábitos, as tecnologias aí sim, terão um papel crucial para conseguirmos cada vez mais melhorar nossa qualidade de vida sem degradar nossa natureza.
Por fim…
Devemos perceber que a crise da água e a agressão ao meio ambiente não são a causa da crise que estamos presenciando. A causa é o modelo de civilização que nós construímos. E nós temos que rever o nosso modo de vida. Quando lutamos pelo meio ambiente, devemos lembrar que o primeiro elemento do meio ambiente se chama Felicidade Humana.

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