sábado, 24 de novembro de 2012

Projeto educativo em manejo florestal é lançado no Pará




Por abrigar a maior floresta tropical do Planeta, o Brasil tem a responsabilidade de preparar seus jovens para a gestão desse rico patrimônio natural e cultural. Pensando nisso, a Fundação Roberto Marinho, o Fundo Vale e o Governo do Estado do Pará lançaram ontem, dia 13 de novembro, em Belém, o Florestabilidade, um projeto de educação que visa despertar vocações para carreiras ligadas ao manejo florestal e oferecer recursos pedagógicos para professores e técnicos da extensão rural da Amazônia. O projeto conta com apoio do Serviço Florestal Brasileiro.

A cerimônia de lançamento foi realizada no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas de Belém, e contou com a presença do governador do Estado, Simão Jatene; do presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho; de educadores; estudantes; manejadores e técnicos extensionistas; além de parceiros.
“O projeto Florestabilidade nasceu da necessidade de propagar os valores econômicos, sociais e ambientais do manejo florestal. O escopo do programa é amplo e aborda as três principais utilizações da floresta: como bem de produção, como meio de vida e como serviço ambiental”, explica Andrea Margit, gerente de Meio Ambiente da Fundação Roberto Marinho.
Utilizando como base uma metodologia pedagógica aprimorada pela Fundação Roberto Marinho ao longo de mais de duas décadas, o Florestabilidade será inicialmente aplicado em parceria com os órgãos ambientais do Estado do Pará, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-PA). Entre 19 e 30 de novembro, 100 técnicos da Emater-PA serão formados pelo projeto e receberão os materiais pedagógicos.
“O Florestabilidade é um projeto fundamental para o Estado, por causa da quantidade de florestas que temos aqui. O que queremos mostrar é que, com o plano de manejo adequado, podemos nos beneficiar da área, tirar dela tudo o que precisamos, sem devastá-la. O projeto fará com que as pessoas entendam que o importante é manter a floresta em pé”, diz Cleide de Oliveira, presidente da Emater- Pará.
Entre janeiro e março de 2013, serão formados mil professores vinculados à Secretaria de Estado de Educação do Pará. Durante oficinas, professores e extensionistas vão simular a aplicação do conteúdo em escolas e comunidades. O Florestabilidade também chegará às escolas do Amazonas, Acre e Amapá.
Os recursos pedagógicos incluem 15 programas de televisão (15min cada), 15 programas de rádio (2min30 cada), dois livros para os mediadores (com conteúdo sobre manejo florestal e sugestões de planos de aula), o jogo Florestabilidade e um website interativo – que vai conectar os participantes do projeto com oportunidades de estudos e de trabalho em manejo florestal.
“Em um Estado da região amazônica que está trabalhando a questão dos municípios verdes, cujo objetivo é alcançar uma economia mais forte e sustentável, revertendo um quadro de devastação, trabalhar a questão das florestas a partir da educação é fundamental. Trata-se, também, de sistematizar um conhecimento empírico que esses jovens já têm, contribuindo para formar uma geração que valorize muito mais o exercício de uma consciência socioambiental responsável para a região e para o país”, afirma o secretário de Estado de Educação do Pará, Cláudio Cavalcanti Ribeiro.
Diversos especialistas e instituições dedicadas ao tema contribuíram com o desenvolvimento do material pedagógico, dentre eles o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o Instituto Floresta Tropical (IFT), o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e o IEB (Instituto Internacional de Educação do Brasil).
“O Florestabilidade vem para abrir o horizonte dos jovens para uma profissão do futuro. Estima-se que em 2020 haverá uma carência de aproximadamente 10 mil postos de trabalho na área de manejo florestal na Amazônia, e os centros de excelência nessa área estão com limites de capacidade de operação. Além disso, o projeto vem atender a demanda de comunidades onde há grande vocação para o manejo florestal e pouco acesso à educação especializada”, diz Mirela Sandrini, diretora de operações do Fundo Vale.
Na TV
As ações de responsabilidade socioambiental difundidas pelo Florestabilidade são tema de programas televisivos que, além de integrarem o material didático, são exibidos, para todo o País, pelo Canal Futura.
Apresentada por Sérgio Marone na Amazônia, a série de 15 episódios mostra experiências bem-sucedidas no manejo de recursos florestais, feito por extrativistas, indígenas e empresas, principalmente nos Estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. A estreia aconteceu no dia 5 de novembro. O programa vai ao ar todas as segundas-feiras às 20h50, com reprises aos sábados, às 15h50.
Na série, estarão em pauta assuntos como o manejo da madeira, da copaíba, do açaí, da castanha, do látex, dentre outros, e o desenvolvimento social e econômico das famílias que têm práticas responsáveis na gestão dos recursos da floresta.
Para a realização da série, a equipe de produção foi conferir o manejo da floresta em unidades de conservação, como a Floresta Nacional do Tapajós e a Reserva Extrativista Verde para Sempre (PA); a Reserva Extrativista Chico Mendes (AC); e as Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Uacari (AM). Foram gravados ainda programas em localidades como a Terra Indígena Sete de Setembro (RO), a Cooperacre, a Cooperfloresta e o Terra Indígena Sete de Setembro (RO). No Florestabilidade, extrativistas, ribeirinhos e indígenas são os instrutores do manejo florestal.
Fundo Vale
O Fundo Vale foi criado pela Vale S.A. em 2009 para atuar em projetos de desenvolvimento sustentável. Como um fundo de cooperação, articula parcerias e participa diretamente da gestão dos projetos que apoia, visando a conservação dos recursos naturais e a melhoria das condições de vida das populações.
Até o fim de 2012 o Fundo Vale estima um aporte de cerca de R$ 41 milhões em 27 projetos na Amazônia, com foco no combate ao desmatamento e geração de alternativas econômicas para melhora da qualidade de vida na região. Trata-se de uma ação pioneira que permite estender as boas práticas em gestão do setor empresarial para o desenvolvimento sustentável, deixando um legado para as próximas gerações. Saiba mais em www.fundovale.org
Fundação Roberto Marinho
A Fundação Roberto Marinho está presente em todas as regiões do País, da Amazônia à costa litorânea, valorizando a cultura e a identidade nacionais. Criada em 1977 pelo jornalista Roberto Marinho, a instituição já formou mais de cinco milhões de brasileiros por meio do Telecurso – metodologia que une aulas presencias e a distância e trabalha com a construção coletiva do conhecimento.
Nesses 30 anos de atuação, trabalhando em quatro áreas principais – Meio Ambiente, Educação, Patrimônio e Televisão, por meio do Canal Futura –, a Fundação tem criado modelos e metodologias que são replicados por meio de parcerias com agentes públicos e privados. O objetivo é criar matrizes que garantam a sustentabilidade dos programas e ajudem a transformar as pessoas em protagonistas de suas próprias vidas. Saiba mais em www.frm.org.br.
Serviço Florestal Brasileiro
Tem a missão de conciliar uso e conservação das florestas, valorizando-as em benefício das gerações presentes e futuras, por meio da gestão de florestas públicas, da construção de conhecimento, do desenvolvimento de capacidades e da oferta de serviços especializados. O órgão foi instituído pela Lei nº 11.284/2006, e aprovado na estrutura regimental do Ministério do Meio Ambiente pelo Decreto nº 6.063/2007. Saiba mais em www.florestal.gov.br.
fonte: blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental

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