domingo, 25 de novembro de 2012

Só um em cada 581 artigos científicos questiona as mudanças climáticas




Embora a ciência trabalhe com vários consensos sobre as mudanças climáticas e a contribuição humana para o fenômeno, algumas pessoas não têm essa impressão. Para medir o grau de concordância ou discordância entre os pesquisadores, o americano James Powell fez um estudo interessante. Ele é diretor do Consórcio Nacional de Ciências Físicas, uma parceria entre agências oficiais, centros de pesquisa, empresas e universidades para promover o ensino de ciências e engenharia.

Powell pesquisou no Web of Science, um buscador específico que reúne artigos publicados em revistas científicas de renome que só aceitam textos revisados por outros cientistas. Ele levantou todos os artigos sobre mudanças climáticas e aquecimento global publicadas entre janeiro de 1991 e novembro de 2012. Foram 13.950 artigos, assinados por cerca de 33 mil autores individuais. Eles foram divididos em duas categorias. A primeira é a dos artigos que rejeitam o aquecimento. Reúne estudos que explicam as mudanças climáticas por outras causas, que não as eminentemente humanas, ou que questionam se há aquecimento, ou que afirmam que essas variações de temperatura não são extraordinárias. A segunda categoria, dos artigos que aceitam o aquecimento causado pelo homem, junta os textos sobre métodos, estudos de clima antigo, mitigação ou adaptação que concordam com as mudanças climáticas provocadas por atividades humanas.
Seguindo essa divisão, entre os 13.950 artigos Powell encontrou 24 que questionam a tese prevalente do aquecimento global causado pelos humanos. Dá 0,17% do total. Ou 1 em cada 581. Os 24 artigos foram citados 113 vezes em outros artigos científicos ao longo de 21 anos. É uma unidade de medida tradicional no meio para avaliar o grau de relevância do estudo. Esses 24 estudos tiveram uma média de 5 citações cada. É menos do que a média de 19 citações para todos os artigos que citam “aquecimento global”. A comparação pode indicar que os 24 estudos negando aquecimento global são vistos como menos relevantes do que a média.
“Uma coisa é certa”, diz Powell. “Se algum desses estudos apresentasse a fórmula mágica para desmascarar a tese do aquecimento global causado pelo homem, esse artigo seria um dos mais citados na história da ciência.” Para Powell, o estudo mostra que os cientistas não discordam que o aquecimento global é provocado principalmente por emissões poluentes humanas.
O levantamento de Powell bate com um estudo anterior, de Naomi Oreskes. Ele levantou estudos com o termo “mudanças climáticas globais” publicados entre 1993 e 2003. Encontrou 928 artigos científicos. Nenhum deles questionava o aquecimento provocado pelo homem.
(Alexandre Mansur)
Na foto acima, raios anunciam uma tempestade nos EUA. Crédito: NOAA

FONTE: colunas.revistaepoca.globo.com/planeta/

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