sexta-feira, 8 de março de 2013

Custo das doenças atribuíveis a fatores ambientais em Manaus somou R$ 286 milhões em 12 anos

Em igarapé de Manaus, a correnteza deposita o lixo que desce pela margem esquerda do Rio Negro no meio das palafitas

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A soma total dos custos das doenças fortemente atribuíveis a fatores ambientais em Manaus, capital do Amazonas, em 12 anos, foi estimada em R$ 286 milhões, considerando os valores corrigidos pelo Índice Geral de Preços do Mercado para o ano de 2009. A estimativa resulta de pesquisa conduzida pelo professor Marcilio Sandro de Medeiros, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz), de 1998 a 2009. Um artigo sobre o estudo será publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva e já está disponível aqui.

O estudo identificou que as doenças cardiovasculares, as infecções respiratórias das vias aéreas inferiores e as doenças diarreicas são responsáveis por 78,6% da carga de doença ambiental. Outras doenças como tuberculose, malária, hepatites virais, dengue, neoplasias e consumo de drogas e álcool completam a carga. Das doenças estudadas, as diarreias têm a maior fração atribuível a fatores ambientais: 94% dos casos. Já as infecções respiratórias das vias aéreas inferiores respondem por 41% e as doenças cardiovasculares por 16%.
As causas de internação hospitalar foram agrupadas com base nos estudos de Carga Global de Doença e da Análise Comparativa de Risco da Organização Mundial da Saúde. O valor foi estimado por meio da soma dos gastos hospitalares com tratamento das doenças atribuíveis a fatores ambientais com os valores dos dias de trabalho perdidos resultante da permanência em leito hospitalar, estimados a partir da remuneração média dos trabalhadores de Manaus. Os dados ainda foram calibrados levando-se em consideração a cobertura da população com plano de saúde privado. A pesquisa faz parte do projeto Abordagem Ecossistêmica para o Desenvolvimento de Indicadores e Cenários de Sustentabilidade Ambiental e de Saúde em Manaus, financiado pelo Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP) da Fiocruz.
De acordo com Medeiros, a equipe agora está aplicando a mesma metodologia para estimar os custos da carga de doença ambiental em toda a Amazônia Legal. Os dados preliminares devem ser divulgados em agosto. “O objetivo do projeto é ajudar a estabelecer prioridades no emprego dos recursos públicos, que são escassos, e criar ferramentas para dialogar com os gestores e a sociedade sobre estas prioridades”, explica. Medeiros é autor do livro Saúde ambiental na Amazônia: desafios e perspectivas, uma compilação de artigos que mostram as inquietações dos trabalhadores que atuam nos órgãos de saúde e de meio ambiente dos municípios do Amazonas e de Roraima
fonte: ecodebate


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