Com o objetivo de levar um pouco mais de conhecimento sobre a Mata Atlântica e a importância de sua conservação, o projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante” da Fundação SOS Mata Atlântica, viajou por 21 cidades das regiões Sudeste e Nordeste em 2012, realizando atividades de educação ambiental. Entre essas ações, está a análise da qualidade da água de um rio, córrego ou lago de cada cidade. Agora, próximo às comemorações do Dia Mundial da Água (22/03), a ONG apresenta os resultados dessas atividades.
Entre janeiro e dezembro de 2012, foram analisados 30 rios de 9 Estados brasileiros. Entre os rios avaliados, nenhum obteve resultado satisfatório. Desse total, 26 foram analisados pela primeira vez. Entre os rios já analisados em outros anos, três pioraram seus índices e um se manteve na mesma classificação.
“A iniciativa tem o papel de provocar uma reflexão sobre a importância do cuidado com a água nas cidades brasileiras e mostrar como as ações cotidianas podem impactar a qualidade da água que bebemos”, afirma Romilda Roncatti, coordenadora da exposição itinerante da Fundação SOS Mata Atlântica.
Para o monitoramento, é realizada a coleta de água usando um kit desenvolvido pelo programa Rede das Águas, da Fundação SOS Mata Atlântica, que possibilita uma análise que engloba 14 parâmetros físico-químicos, entre eles transparência da água, lixo, odor, entre outros. O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos). “Esse monitoramento tem caráter educativo e não tem valor pericial, pois a proposta é apresentar uma percepção ambiental sobre a região analisada”, esclarece Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Rede das Águas, da Fundação SOS Mata Atlântica.
Dos 30 corpos d’água monitorados, 70% foram classificados como “regular” e 30% no nível “ruim”. Nenhum dos pontos de coleta conseguiu a soma necessária para alcançar os níveis “bom” ou “ótimo”. As análises que tiveram o melhor resultado foram as do Rio Vaza-Barris, em Aracajú (SE), com 34 pontos; e do Rio Pratagy, em Maceió (AL), com 33 pontos.
Uma curiosidade em relação a Maceió é que, ao mesmo tempo em que a cidade teve o segundo melhor índice, também teve um dos piores, dessa vez com o Rio Salgadinho, com 23 pontos. Rio que inclusive já havia sido analisado em setembro de 2010 e agora, dois anos após, continua com a mesma classificação.
Outro com classificação negativa foi o Rio Bussocaba, de Osasco (SP), que também teve 23 pontos. Essa é a segunda vez que o rio é analisado. Em abril de 2010, sua nascente havia sido considerada “regular”, com 29 pontos.
Outros dois rios que pioram sua situação foram Paquequer, de Teresópolis (RJ), classificado como “ruim”, com 26 pontos – em janeiro de 2010 sua classificação era regular, com 30 pontos – e o rio Capibaribe, de Recife (PE), considerado “ruim”, também com 26 pontos e que, em 2010, havia sido considerado “regular”, com 28 pontos.
“Infelizmente, os monitoramentos indicam que os rios de nossas cidades estão, de maneira geral, com qualidade bem longe do ideal, um alerta para que as pessoas fiquem atentas e cobrem do poder público ações para transformar essa realidade”, conclui Malu.
FONTE: http://www.plurale.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário