O “caranguejo peludo de coral” (Cymo melanodactylus) tem virtudes profilácticas contra o branqueamento (foto) da grande Barreira de Corais da Austrália, segundo um estudo publicado pela escola de biologia marinha da Universidade James Cook. Os cientistas estudaram o impacto do “caranguejo peludo” em fragmentos de coral que sofrem com branqueamento, uma doença mortal presente em todo o perímetro Indo-Pacífico.
Os caranguejos não erradicam a doença, cujos mecanismos continuam sendo pouco conhecidos, mas o estudo mostra que, diferentemente do que se acreditava, contribuem para retardá-lo. Graças ao caranguejo peludo, o branqueamento é três vezes menos rápido. “Penso que os caranguejos são úteis ao consumir o tecido de coral caído e ao ingerir os micro-organismos associados que poderiam prosperar nestes tecidos mortos ou agonizantes”, explicou o biólogo Joseph Pollock. Desta forma, estabelecem, de fato, um cinturão sanitário entre as colônias saudáveis e as doentes, explicou. A Grande Barreira de Corais da Austrália perdeu nas três últimas décadas mais da metade de seus corais devido às tempestades, ao reaquecimento e aos efeitos devastadores de uma estrela do mar que se alimenta de corais.
(ii) Um relatório divulgado pela ONG Butterfly Conservation em janeiro aponta a diminuição das populações de várias espécies de mariposas na Grã-Bretanha nos últimos anos, inclusive com extinções ocorrendo ao longo da última década. Pelo menos cinco espécies de mariposa – a Macaria wauaria, a Euxoa nigricans, a Tholera cespitis, a Ennomos fuscantaria e a Graphiphora augur – tiveram perdas de 97% ou mais nas populações entre 1968 e 2007 no país. Para a Butterfly Conservation, elas estão ameaçadas de extinção na Grã-Bretanha. Outras espécies, como a Ourapterys sambucaria, tiveram redução de 60% da população em 40 anos, segundo o relatório. Três espécies de mariposa – aJodia croceago, a Heliophobus reticulata e a Oria musculosa – foram extintas na Grã-Bretanha desde o início da década, diz o documento, intitulado Condições das Grandes Mariposas Britânicas em 2013.
Em todo o século XX, foram 62 espécies de mariposas extintas na Grã-Bretanha, segundo a ONG. A perda de habitat e a diminuição de áreas rurais, cada vez mais urbanizadas e sendo substituídas por cidades, são os principais fatores para o declínio das populações, de acordo com o documento. Pelo menos 66% das maiores espécies de mariposas, mais comuns em várias regiões britânicas, sofreram diminuição e estão mais vulneráveis do que há 40 anos, diz o estudo. No mesmo intervalo de tempo, ao menos 37% das espécies de mariposas britânicas tiveram reduções de mais da metade de sua população. As mariposas são um “indicador” da qualidade ambiental de uma determinada região e têm papel na cadeia alimentar em áreas de mata na Grã-Bretanha, segundo a ONG. A diminuição das populações pode afetar a polinização das plantas e causar uma redução em populações de animais silvestres, como pássaros, pequenos mamíferos e morcegos que se alimentam delas, afirma a Butterfly Conservation.
(iii) Guerrilheiros africanos do grupo Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), com atuação em países como Sudão, Congo e Uganda, estão caçando elefantes para retirar e vender o marfim, aponta um relatório produzido pela organização “Invisible Children” e divulgado pela WWF no dia 04 de fevereiro. O marfim está sendo usado para financiar as ações da guerrilha, diz o documento. O líder do LRA, Joseph Kony foi alvo de uma campanha na internet, em 2012, que denunciou em um vídeo que o LRA e ele teriam sido responsáveis por sequestrar mais de 30 mil crianças para transformá-las em soldados. Segundo o relatório, guerrilheiros foram avistados no Parque Nacional de Garamba, no Congo, fugindo com dez presas de elefantes. Guardas inclusive entraram em confronto com soldados da LRA, em outra ocasião, após encontrarem três animais mortos.Em dezembro de 2012, o Conselho de Segurança da ONU solicitou uma investigação sobre a atuação do grupo guerrilheiro na caça de elefantes como forma de obter financiamento, além da participação da LRA na venda ilegal de marfim.
(iv) Uma corte sul-africana condenou um homem por matar um grande tubarão-branco na primeira decisão do tipo no país, informou no dia 04 de fevereiro o Ministério de Agricultura e Pesca. A decisão foi elogiada por conservadores que dizem esperar que a iniciativa ajude a dissuadir outros de caçar a espécie protegida. Uma corte da província do Cabo Ocidental multou o pescador amador Leon Bekker em 120 mil rands (US$ 13,4 mil) por capturar e matar o predador em 2011. “Este é o primeiro caso e condenação sobre a morte de um grande tubarão-branco em cortes sul-africanas”, informou o ministério em um comunicado. Bekker também foi condenado a uma pena de 12 meses com direito a sursis. O grupo ambientalista WWF saudou a decisão. “Ver as autoridades tomarem uma medida clara como esta é um indício excelente de seu compromisso em manter o status de espécie protegida”, afirmou a porta-voz da WWF sul-africana, Eleanor Yeld-Hutchings. “Esperamos que esta sentença nada desprezível seja um inibidor para estas práticas na África do Sul”, acrescentou.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), entidade mundial que trabalha na proteção de espécies selvagens em risco de extinção, listou o grande tubarão-branco como uma espécie vulnerável. O grande predador está presente em todo o globo. Pescadores comerciais apreciam suas barbatanas, mandíbulas, dentes, óleo do fígado, pele e carne. “Há evidências que sugerem que eles continuam a ser visados na pesca recreativa como uma espécie de troféu e também que existe um comércio de partes do corpo do grande tubarão branco”, afirmou Yeld-Huthings. Segundo o Comitê do Tubarão da província de KwaZulu-Natal, 1,2 mil grandes tubarões brancos circulam ao longo da costa sul-africana. Em 1991, a África do Sul se tornou o primeiro país a aprovar leis para proteger o animal. Desde então, cientistas afirmam que a população de espécies de tubarão tem conseguido crescer razoavelmente. Muitos outros países, como os Estados Unidos, seguiram medidas para proteger os tubarões.
(v) Centenas de especialistas munidos de câmeras sofisticadas começaram no dia 05 de fevereiro a percorrer as florestas das planícies meridionais do Nepal para contar o número de tigres-de-bengala (Panthera tigris) ameaçados que vagam pelos parques nacionais do país. Esse censo é crucial para uma estratégia do governo na tentativa de duplicar o número de animais até 2022. Atualmente, há 176 indivíduos da espécie contabilizados no Nepal, mas eles estão ameaçados pela caça e pela perda do habitat natural. O censo de tigres será feito em vários parques nacionais do sul do país – reservas que se estendem até a vizinha Índia, que também fará um levantamento semelhante em seu lado da fronteira. “A contagem simultânea ajudará a evitar que o mesmo animal que cruza de um lado para o outro seja contado duas vezes”, disse o ecologista Maheshwar Dhakal, do Departamento Nacional de Parques e da Vida Selvagem do Nepal. No passado, milhares de tigres-de-bengala andavam pelas florestas de Bangladesh, Índia e Nepal, mas hoje restam apenas cerca de 3 mil deles, segundo especialistas. Um grande desafio para a sobrevivência da espécie é o combate ao comércio ilegal de órgãos dos animais, que são usados na medicina tradicional chinesa.
(vi) A União Europeia anunciou no dia 30 de janeiro, que irá banir a importação e comercialização de qualquer ingrediente ou produto cosmético testado em animais. O anúncio, feito por Tonio Borg, novo comissário europeu de Saúde e Consumo, informa que a nova regra deve entrar em vigor já em março deste ano.Com a proibição, nenhuma pessoa ou empresa poderá vender novos produtos ou ingredientes cosméticos que foram testados em animais dentro da EU ou em qualquer outra parte do mundo. “A decisão significa também que teremos de intensificar os esforços para o desenvolvimento, validação e aceitação de métodos alternativos, bem como o reconhecimento internacional desses meios”, afirmou ainda o comissário.
A proibição estende-se a todos os tipos de cosméticos – desde produtos de higiene, como sabonetes, xampus e pastas de dente, até os de beleza, como hidratantes e cremes de rosto. Ativistas da ONG Cruelty Free, que trabalham na defesa dos animais, comemoraram a decisão. Segundo Michelle Thew, diretora executiva da organização, trata-se de um evento histórico que resulta de mais de 20 anos de campanha contra a prática. “Agora vamos aplicar a nossa decisão e determinação num palco global para garantir que o resto do mundo seguirá o mesmo caminho”, promete.
(vii) Cientistas da Universidade de Aberdeen, na Grã-Bretanha, fizeram uma expedição marítima ao norte da Nova Zelândia e exploraram um dos pontos mais profundos do planeta, recolhendo peixes e outros animais entre 1 km e 6,5 km abaixo do oceano. Dezenas de espécies raras e com aspecto estranho foram encontradas pelos pesquisadores. Uma das descobertas foi uma nova espécie de peixe da família Zoarcidae, conhecido popularmente em inglês como “eelpout”. O animal foi encontrado a 4,2 km de profundidade e ainda não recebeu nome científico, de acordo com os pesquisadores. Além disso, uma espécie rara, nunca antes identificada na região do Oceano Pacífico próxima da Nova Zelândia, foi encontrada a 5,5 km de profundidade: a Coryphaenoides yaquinae. Foram usadas sondas com câmeras capazes de suportar grandes profundidades, assim como iscas para atrair os animais. Outro animal identificado foi um peixe com formato de enguia, da família Ophidiidae. Ele foi achado em profundidade recorde – de 3,5 km – segundo os cientistas.
(viii) Uma nova espécie de canela que é encontrada apenas nos estados do Paraná e Santa Catarina foi descrita em setembro na Revista Rodriguésia, editada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro. AOcotea marumbiensis foi encontrada pelos pesquisadores Marcelo Brotto, do Museu Botânico Municipal de Curitiba, e João Batista Baitello, do Instituto Florestal de São Paulo, na Serra da Prata, localizada dentro do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange. Ela foi encontrada no no Pico do Marumbi, daí se chamar marumbiensis, homenagem a esse local onde há o maior número delas. A espécie foi categorizado como “Em Perigo”, de acordo com os critérios da IUCN.
No mesmo local, a Serra da Prata, também foi encontrada a plantaThismia prataensis, desconhecida da ciência até o ano passado. Seu nome também faz referência ao local onde foi descoberta pelos pesquisadores Christopher Thomas Blum, Werner Mancinelli e Eric Smidt. A T. prataensis tem apenas 18 cm de altura e cresce sobre camadas de folhas em decomposição a 1.000 metros de altitude. Coletada por Christopher Thomas Blum em 2009, durante pesquisa para o doutorado, foi descrita em outubro de 2012, na “Systematic Botany”, a revista da Sociedade Americana de Taxonomistas de Plantas (American Society of Plant Taxonomists).
(ix) A Tailândia quer acabar com a sua imagem como um lugar onde muitos tipos de animais selvagens – como as tartarugas de Madagascar, macacos saguis da América do Sul, pássaros exóticos – são encontrados à venda, um comércio internacional impulsionado pelo mercado global de carnes exóticas e animais raros. Durante os últimos dois anos, as autoridades locais capturaram mais de 46.000 animais de traficantes, vendedores e caçadores, mais que o dobro dos 18.000 apreendidos nos dois anos anteriores. Mas agora o governo enfrenta o dilema de o que fazer com todos os animais que salvou – uma espécie de Arca de Noé de espécies ameaçadas de extinção, que provavelmente afundaria sob o peso de todos os elefantes, tigres, ursos e macacos. “Quanto mais animais nós apreendemos, mais animais temos sob o nosso cuidado”, explicou Theerapat Prayurasiddhi Said, vice-diretor-geral do Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Conservação de Plantas.
O fardo de cuidar de animais apreendidos foi ressaltado em outubro de 2012, quando 16 filhotes desnutridos de tigres foram encontrados no caminhão de um contrabandista. Cuidadores no Centro para a Vida Selvagem de Pratubchang Khao foram sobrecarregados pelos cuidados necessários com os filhotes. “É como ter um filho – há tantos detalhes”, disse Sathit Pinkul, chefe do centro. ” O centro abriga outros 45 tigres, 10 leopardos e 13 outros pequenos felinos asiáticos. Centros de vida selvagem em todo o país já estão operando na sua capacidade máxima. Um centro de Bangkok hospeda mais de 400 macacos. Um na província de Chonburi tem 99 ursos.
(x) Llanos de Moxos, na Amazônia boliviana, considerada a maior área úmida do mundo, foi incluída na lista de áreas prioritárias pela comunidade internacional que recomenda medidas de conservação da área. A decisão foi anunciada pelo grupo de mais de 150 países signatários da Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional (Convenção Ramsar), assinada em 1971, no Irã. Com essa espécie de “tombamento da região”, que ocupa quase 7 milhões de hectares, os países pretendem afastar ameaças que poderiam impactar outros territórios, como desvio de fluxos de água em função de construções de estradas ou da pecuária extensiva e plantações de soja, por exemplo. Especialistas defendem que áreas como Llanos de Moxos são capazes de evitar inundações, manter vazões mínimas nos rios durante a estação seca e regular o ciclo hidrológico da região. Os levantamentos feitos na área apontaram que o novo Sítio Ramsar concentra 131 espécies de mamíferos, 568 diferentes aves, 102 de répteis, 62 de anfíbios, 625 de peixes e pelo menos mil espécies de plantas.
(xi) A observação de uma lesma-do-mar capaz que se reproduzir usando um órgão sexual “descartável” está surpreendendo os cientistas. Pesquisadores japoneses vinham observando há algum tempo os hábitos de acasalamento inusitados da espécie Chromodoris reticulata, encontrada no Oceano Pacífico. Agora, eles publicaram um estudo sobre o tema na revista “Biology Letters”, da Real Sociedade Britânica, relatando o registro, pela primeira vez, de uma criatura que pode copular repetidas vezes com o que foi descrito com um “pênis descartável”. Acredita-se que quase todas as lesmas-do-mar (também conhecidas como nudibrânquios) sejam “hermafroditas simultâneos”. Isso significa que esses animais têm tanto órgãos sexuais masculinos quanto femininos e podem usá-los ao mesmo tempo. Conforme explica Bernard Picton, especialista em invertebrados marinhos do Museu Nacional da Irlanda do Norte, os órgãos sexuais, em geral, ficam do lado direito do corpo das lesmas e, durante a cópula, os dois animais se unem por esse lado, fecundando-se simultaneamente.
A equipe japonesa observou lesmas-do-mar coletadas em recifes de coral rasos no país, analisando 31 cópulas. Segundo os registros, logo após o acasalamento, essas criaturas se desfaziam de seus órgãos sexuais masculinos, deixando-os no fundo do tanque de estudo. Em apenas 24 horas, porém, as lesmas já tinham se regenerado e estavam prontas para acasalar mais uma vez, com “novos” órgãos sexuais. Um exame mais detalhado da anatomia dos animais revelou que eles tinham parte do “pênis” enrolada em espiral dentro do corpo, o que permitia a regeneração rápida do órgão. As lesmas-do-mar foram capazes de copular três vezes seguidas, com intervalos de 24 horas entre cada uma delas. Os cientistas não deixaram claro se, após o uso dessa “reserva interna”, o animal deixa de se reproduzir para sempre ou se é capaz de regenerar a “reserva” em algumas semanas ou meses. Outros animais já foram observados “desfazendo-se” de seus órgãos sexuais após a cópula, entre eles uma espécie de aranha e uma lesma terrestre (Ariolimax). A lesma Chromodoris reticulata, porém, parece ser a única criatura capaz de regenerar os órgãos para usá-los novamente. Para os cientistas, essa capacidade daria ao animal uma vantagem sexual: aumentar as chances de cada lesma passar seus genes adiante. “Esses animais têm uma biologia muito complicada”, diz Picton.
(xii) Pesquisadores que procuravam uma ave noturna na Indonésia identificaram, acidentalmente, uma nova espécie de coruja. Segundo o cientista Philippe Verbelen, um dos responsáveis pela descoberta, a coruja Rinjani Scops não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo. O animal foi identificado pela primeira vez em 2003 e desde então foi visto apenas em Lombok, uma ilha a cerca de 25 quilômetros de Bali. A descoberta foi publicada no periódico PLoS ONE. A pequena coruja, com penas marrons e brancas e olhos dourados, havia sido confundida com uma espécie semelhante por mais de um século. No entanto, pesquisadores da Suécia e dos Estados Unidos perceberam que se tratava de uma espécie diferente ao observar o som característico emitido pela coruja. A demora para publicar a descoberta, de 10 anos, foi justificada pelos pesquisadores pela necessidade de aprofundar o estudo sobre a nova espécie.
fonte: http://novo.maternatura.org.br/news.php?news=673
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