*Esta reportagem é da edição de abril da revista National Geographic, mas foi publicada aqui, no site do Planeta Sustentável, no dia 21/03/2011
Uma semana a bordo. Nenhum continente ou ilha fica a menos de mil quilômetros do ponto em que estamos agora. No meio do Atlântico Sul, a tripulação do veleiro Sea Dragon
avalia que o oceano parece limpo. Mas a miragem se desmancha nas mãos do cientista americano Marcus Eriksen, do projeto 5 Gyres: após deslizar um coletor por uma hora na superfície da água, ele exibe uma coleção de fragmentos de plástico.
A VIAGEM DO LIXO
Plásticos, náilon, isopor: todo o lixo capaz de flutuar é um potencial viajante e colecionador de poluentes. Ao ser levado pelas águas - da chuva, dos rios ou do mar -, logo desaparece de vista. Porém, permanece no ambiente por longo tempo. Caixas e vasilhames se quebram, cordas emaranham, sacolinhas se rompem - e todos os pedacinhos flutuantes prosseguem sua jornada. Por onde passam, deterioram a paisagem, contaminam as águas, causam impactos sobre a fauna e afetam a qualidade de vida.
Plásticos, náilon, isopor: todo o lixo capaz de flutuar é um potencial viajante e colecionador de poluentes. Ao ser levado pelas águas - da chuva, dos rios ou do mar -, logo desaparece de vista. Porém, permanece no ambiente por longo tempo. Caixas e vasilhames se quebram, cordas emaranham, sacolinhas se rompem - e todos os pedacinhos flutuantes prosseguem sua jornada. Por onde passam, deterioram a paisagem, contaminam as águas, causam impactos sobre a fauna e afetam a qualidade de vida.
VEJA O INFOGRÁFICO "A VIAGEM DO LIXO" E ENTENDA MELHOR O QUE ACONTECE COM OS RESÍDUOS DESCARTADOS SEM CUIDADO
Os mares do mundo foram invadidos por uma praga quase invisível, o lixo plástico, em boa parte arrastado das cidades pelo curso dos rios Os resíduos não chegam a formar ilhas flutuantes, mas uma fina camada de fragmentos está presente em todo o percurso da expedição - 3,5 mil quilômetros entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão britânica.
Nem uma vez recolhemos o coletor sem plástico. Em viagens pelos maiores giros oceânicos do mundo, o 5 Gyres obteve os mesmos resultados. O que varia é a densidade de fragmentos. O lixo é mais nocivo do que aparenta. Enquanto viaja, o plástico entra em contato com os poluentes orgânicos persistentes (POPs), uma categoria de contaminantes de longa duração no ambiente - caso do pesticida DDT e das dioxinas. "Um fragmento de plástico circulando há alguns anos no mar chega a ter uma concentração de POPs 1 milhão de vezes maior que a água a seu redor", diz Eriksen.
Os mares do mundo foram invadidos por uma praga quase invisível, o lixo plástico, em boa parte arrastado das cidades pelo curso dos rios Os resíduos não chegam a formar ilhas flutuantes, mas uma fina camada de fragmentos está presente em todo o percurso da expedição - 3,5 mil quilômetros entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão britânica.
Nem uma vez recolhemos o coletor sem plástico. Em viagens pelos maiores giros oceânicos do mundo, o 5 Gyres obteve os mesmos resultados. O que varia é a densidade de fragmentos. O lixo é mais nocivo do que aparenta. Enquanto viaja, o plástico entra em contato com os poluentes orgânicos persistentes (POPs), uma categoria de contaminantes de longa duração no ambiente - caso do pesticida DDT e das dioxinas. "Um fragmento de plástico circulando há alguns anos no mar chega a ter uma concentração de POPs 1 milhão de vezes maior que a água a seu redor", diz Eriksen.
LF. Martins
Os giros oceânicos: a rotação da Terra e as diferenças de temperatura nos oceanos geram um movimento circular contínuo das correntes marinhas. Assim, como se estivesse em um ralo, o lixo plástico flutua em círculos cada vez menores em torno do centro do giro. Campeão em volume, o lixo dos Estados Unidos divide o Atlântico Norte com os resíduos da Europa e o Pacífico Norte com os da Ásia
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