Fiocruz inicia projeto Cidade Saudável é Cidade Sem Miséria, em parceria com o Brasil sem Miséria
Por Nathállia Gameiro e Nayane Taniguchi, da Agência Fiocruz de Notícias
A Fiocruz Brasília começou uma série de atividades para melhorar as condições de vida na região de Sobradinho (DF). Trata-se do projeto Cidade Saudável é Cidade Sem Miséria, apresentado em 31 de julho aos representantes do governo, pesquisadores da Fundação e integrantes de movimentos sociais. Por meio dele, equipes da Fiocruz vão identificar determinantes sociais da saúde que incidem de forma negativa sobre a população do estado.
O projeto tem o objetivo de promover a aproximação entre governo, a academia e os movimentos sociais, em busca da garantia da qualidade de vida e saúde da população. Por meio do fortalecimento da Rede Região Serrana, que contempla as cidades de Sobradinho, Sobradinho 2 e Fercal, as ações da Fiocruz atuam em parceria com o DF Sem Miséria e o Brasil Sem Miséria (BSM), programas do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Governo Federal, respectivamente.
Para o diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, a atuação da Fundação em Sobradinho é um grande desafio. “A partir de uma ação que a Fiocruz tem feito em Sobradinho nós começamos a ingressar a instituição no DF Sem Miséria. Estamos com uma expectativa enorme de como vamos nos comportar, disposição grande de não fazer mais do mesmo e selar o compromisso de melhorar a saúde da população”.
Fortalecimento de organizações sociais
O secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF (Sedest), Daniel Seidel, ressaltou o apoio à Fiocruz Brasília. “Venho participar dessa oficina com a perspectiva de fortalecer essa iniciativa, agora em uma articulação com o GDF, e colocar a Sedest à disposição dessas inovações. O compromisso que temos é de estender essa rede por todo o DF. A credibilidade que a Fiocruz e todas as parcerias que construímos no Brasil Sem Miséria e no DF Sem Miséria têm sido fundamentais para esse fortalecimento”, afirmou o secretário, na abertura da Oficina.
Seidel comentou ainda sobre a atuação da Sedest em outras cidades do DF, que, segundo ele, tem buscado o fortalecimento de organizações sociais. O secretário afirmou ainda que as ações para o segundo ano do DF Sem Miséria estão sendo definidas, a partir do balanço do primeiro ano de implementação do programa. “Esse ano foi feito um trabalho para garantia de renda. No cadastro único, mais de 50 mil famílias foram agregadas”, disse.
Para o secretário, é por meio do acesso aos serviços públicos que se alcançará a redução da pobreza. “Acredito na ideia que o Projeto Cidade Saudável é Cidade Sem Miséria tem de pensar o conceito de saúde como a Fiocruz sempre se propôs, no sentido da integralidade, ou seja, no acesso às demais políticas públicas. Essa oficina pode contribuir muito no segundo eixo do DF Sem Miséria e no protagonismo das nossas comunidades. Não acredito que haja mudança sem a mobilização das pessoas que vivem nessa situação”, acrescentou. Entre as ações previstas pela secretaria, está a realização de políticas específicas para grupos como catadores, idosos, pessoas com necessidades especiais e jovens.
O vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção à Saúde da Fiocruz (VPAAPS), Valcler Rangel, apresentou os projetos da Fiocruz relacionados ao BSM e DF Sem Miséria. “Saúde é um elemento essencial no combate à extrema pobreza e a Fiocruz pode dar contribuições para essa tarefa que é, essencialmente, de mobilização social, para reverter tendências seculares em um Estado que não consegue atender as pessoas que não conseguem acessá-lo”, disse. E acrescentou: “em Sobradinho, temos a oportunidade de ter um território de intervenção que serve para o nosso aprendizado, para a geração de conhecimento e para alcançarmos resultados. O fundamental é a gente conseguir combinar projetos e tornar a nossa ação sinérgica, no sentido de dar densidade para que elas se dirijam a busca da redução da miséria”.
Entre as ações já realizadas pela Fiocruz Brasília em Sobradinho estão a Oficina de Diálogo Social para Prospectiva Territorial, em março deste ano, em que foi feita a seleção de temas prioritários a serem trabalhados na região junto com a sociedade local, organizações da sociedade civil e do Estado; e o mapeamento dos serviços públicos locais e dos atores da região e a constituição de uma rede virtual composta pelas organizações sociais e governamentais. Também são organizados periodicamente, em conjunto com a Rede Social de Sobradinho, grupos de trabalho definidos por ciclos de vida – idosos, mulheres, crianças e adolescentes e jovens, por exemplo.
fonte: http://www.plurale.com.br/noticias-ler
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