O principal negociador climático dos Estados Unidos, Todd Stern, declarou nesta terça-feira (15) que as negociações para criar um acordo de mitigação de emissões para 2015 podem ser a última chance para limitar o aquecimento global.
Para isso, segundo Stern, a Plataforma de Durban, que visa compreender todos os países em um acordo para reduzir os gases do efeito estufa (GEEs) e que deve ser firmada até 2015 para entrarem vigor até 2020, precisa ser um tratado ambicioso, flexível e ter uma abordagem que redefina as responsabilidades de cada nação.
“A negociação da Plataforma de Durban pode ser a última e melhor chance para a UNFCCC criar um regime que pode alterar o curso das mudanças climáticas. Devemos estar prontos para pensar de forma diferente das negociações climáticas passadas e criar uma estrutura flexível”, comentou ele na Cúpula Mundial de Energia do Futuro em Abu Dhabi.
O negociador climático dos EUA enfatizou que é importante que a Plataforma de Durban coloque metas de redução de emissões para todos os países e não apenas os desenvolvidos, como fez o Protocolo de Quioto. Os norte-americanos nunca ratificaram o protocolo, alegando que grandes poluidores emergentes, como a China, a Índia, o Brasil, a Coreia e o México, não estavam incluídos no tratado.
“Não vamos arar os mesmos sulcos mais uma vez: 2015 não é 1992 – e 2030 será diferente. Simplesmente não podemos enfrentar as mudanças climáticas com a teoria de que todos os compromissos devem vir dos países desenvolvidos”, observou.
Ele ressaltou ainda que atualmente os países emergentes são responsáveis por 55% das emissões de GEEs e essa porcentagem deve aumentar para 65% até 2030, por isso seria injusto essas nações não terem metas de redução.
Mas apesar de não ter dado detalhes sobre as metas, Stern observou que deve haver diferenciação entre os grandes emergentes e as nações menos desenvolvidas do mundo, como Burquina Fasso e Yemen, cuja contribuição para as mudanças climáticas são pequenas e cujos recursos para lidar com elas são poucos.
“Em Durban, concordamos em negociar um novo acordo com força jurídica e ‘aplicável para todas as Partes’ – em contraste com o Protocolo de Quioto, cujas obrigações reais eram aplicáveis apenas aos países desenvolvidos. Então isso foi um momento marcante. Agora temos que executar”, concluiu.
FONTE: www.institutocarbonobrasil.org.br
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