segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Fontes renováveis crescerão, mas não limitaremos o aquecimento global em 2ºC, afirma BP




As energias renováveis e as não convencionais de petróleo e gás, como areias petrolíferas, petróleo de alta densidade e gás de xisto, devem ter o maior crescimento dentre as fontes de energia e os países emergentes devem ser os maiores responsáveis por esse aumento, sugeriu um novo relatório da BP, publicado nesta quarta-feira (16).
Apesar disso, os combustíveis fósseis ainda dominarão a produção energética mundial, o que significa que as emissões de CO2 poderão crescer 26% até 2030. Por essa razão, Christof Rühl, principal economista do Grupo BP, acredita que o limite de 2ºC para frear os piores efeitos das mudanças climáticas deve ser ultrapassado.
“Todo mundo sabe que vamos deixar escapar a meta de 2ºC”, observou ele. Mesmo assim, Rühl revelou que a análise da BP indica que o crescimento das emissões deve desacelerar nos próximos 20 anos.
Segundo o Energy Outlook 2030 (Panorama de Energia 2030), em duas décadas estaremos 31% mais eficientes do que atualmente, pois enquanto a economia quase dobrará (um crescimento de 97%), a demanda energética aumentará 36%, a uma média de 1,6% ao ano.
De acordo com o documento, as economias emergentes serão responsáveis por 93% do crescimento da demanda por energia, e metade desse crescimento virá da China e da Índia. Até 2030, o uso de energia nas economias emergentes deve ser 61% maior do que em 2011, enquanto nos países desenvolvidos o crescimento deve ser de 6%.
Com o crescimento dessa demanda, os países emergentes, principalmente a China e a Índia, devem se tornar cada vez mais dependentes de importações de energia. Para conter o crescimento da demanda, precisarão ser feitos investimentos em inovação para aumentar a eficiência energética e maximizar todas as formas de recursos energéticos.
Em relação ao petróleo, EUA e Canadá liderarão a produção, seguidos pela Rússia e pela China. No entanto, o petróleo deve ter o menor crescimento dentre todas as fontes, e a demanda deve crescer em média 0,8% ao ano. Ainda assim, isso significará um aumento na produção de 16 milhões de barris por dia. China, Índia e Oriente médio devem somar quase metade do aumento da demanda.
O relatório também nega que as fontes de petróleo estejam diminuindo. “O Panorama mostra que o grau uma vez aceito de sabedoria foi invertido. Medos sobre o petróleo esgotar-se – aos quais a BP nunca se submeteu – parecem cada vez mais infundados”, comentou Bob Dudley, diretor executivo do Grupo BP.
O carvão deve ser o combustível com o segundo menor crescimento, atrás apenas do petróleo. A demanda deve crescer em média 1,2% ao ano até 2030. E quase todo o crescimento da demanda (93%) deve vir da China e da Índia, cuja parcela do consumo mundial deve chegar a 65% em 2030, dos atuais 57%.
O gás natural deve ser o combustível fóssil com o crescimento mais rápido, com um aumento na demanda de 2% ao ano. Os países emergentes devem gerar cerca de 76% do crescimento da demanda.
A produção de energia nuclear deve aumentar cerca de 2,6% ao ano até 2030, e China, Índia e Rússia devem ser responsáveis por 88% do crescimento. A participação da energia nuclear na China, por exemplo, deve passar de 3% para 30%, e o país deve ultrapassar os EUA como maior produtor mundial em 2026.
O que deve se desenvolver com grande intensidade é a produção energética a partir de fontes não convencionais de petróleo, que poderá atingir 70% de crescimento até 2030. Em se tratando de gás de xisto, por exemplo, a América do Norte terá 73% da produção mundial, seguida pela China, com 8%. A oferta de gás de xisto deve suprir cerca de 37% no crescimento da demanda por gás e somar 16% da produção de gás mundial.
Mas as fontes que devem se desenvolver mais são as renováveis, que deverão ter uma taxa de crescimento de 7,6% ao ano, o que equivalerá a 11% do uso de energia mundial em 2030. A produção de energias renováveis por países emergentes deve chegar a 41% da geração mundial em 2030.
“As projeções demonstram de novo que habitamos um mercado de energia diverso e dinâmico. O futuro está cheio de oportunidades para negócios que criem empregos com tecnologias e capacidade de liderança mundial e para países que queiram trabalhar com elas”, declarou Dudley.

FONTE: institutocarbonobrasil.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário