Aos 86 anos, o britânico David Attenborough é pessimista sobre o futuro
O naturalista britânico David Attenborough acredita que os humanos são “uma praga sobre a Terra” e disse, em entrevista à revista “Rádio Times”, que é preciso controlar o crescimento da população para garantir a sobrevivência.
O prestigiado naturalista, de 86 anos, mostrou seu pessimismo em relação ao futuro do Planeta, que, em sua visão, não será afetado apenas pelas mudanças climáticas, mas também pela presença maciça de humanos, para os quais talvez não haja recursos suficientes.
A carreira do Sir David Frederick Attenborough se confunde com a criação e evolução dos documentários sobre história natural nos últimos 57 anos. Seus inúmeros trabalhos foram feitos para a rede britânica de televisão BBC, da qual foi diretor de 1965 a 1972.
“Não se trata só da mudança climática. É também uma questão de espaço, se haverá lugares suficientes para cultivar alimentos para fornecer a essa enorme multidão”, explicou.
O naturalista e apresentador de documentários sobre a vida silvestre, que foi prêmio Príncipe de Astúrias em 2009, pediu, além disso que seja controlado o crescimento da população antes que o próprio planeta faça isso, como “já ocorre” em algumas zonas da África assoladas pela crise de fome.
“Seguimos desenvolvendo programas contra a fome na Etiópia. Há muita gente ali. Eles não conseguem se manter e não é desumano dizê-lo em voz alta. É a realidade”, declarou Attenborough.
Para o naturalista britânico, os efeitos de massificação humana serão visíveis em 50 anos e que, enquanto não houver uma linha de atuação coordenada por todos os países, a situação no Planeta “irá ficar pior ainda”.
A convicção de que o próprio humano será o destruidor do nosso Planeta faz com que o argumento seja habitual, expresso em diversas vezes em seus documentários.
Em mais de 60 anos de profissão, ele realizou diversas séries centradas na vida da Terra que lhe renderam vários prêmios dentro e fora do Reino Unido, uma forma de trabalhar que, segundo Attenborough, está em período de extinção.
“Esse tipo de programas, feito sob medida, quando a narração trabalhada combinava devidamente com as imagens, está fora de moda, igual a um chapéu velho”, comentou, atribuindo as mudanças à economia.
Rejeitou, entretanto qualquer tipo de nostalgia quanto a seu método de trabalho, já que não “acredita que seja necessário um novo Attenborough”.
Com informações das agências
FONTE: http://blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental/
Nenhum comentário:
Postar um comentário