sábado, 5 de janeiro de 2013

Benedito Braga e os desafios da gestão da água em 2013




O professor de engenharia ambiental e civil Benedito Braga - eleito presidente doConselho Mundial da Água (World Water Council – WWC), em 19 de novembro deste ano, durante sua 6ª Assembleia Geral, em Marselha, na França - quer revigorar a capacidade do Conselho de produzir novas políticas mundiais sobre gestão e distribuição de água. Para tanto, a organização deve manter sua estratégia focada nasegurança da água em três direções:
- para as necessidades essenciais humanas,
- para o desenvolvimento econômico e
- para a sustentabilidade ambiental. 


No mesmo mês em que deixou o cargo de vice-presidente para assumir a presidência do conselho, Braga participou do Fórum O Futuro da Água, organizado pela revista Exame com apoio do Planeta Sustentável, e revelou dados preocupantes como o fato de que apenas 2,5% da água do planeta é potável e só 0,007% dessa água está disponível para os seres humanos de maneira sustentável. “É o que eu chamo de efeito James Bond”, provocou (leia areportagem).

A gestão desses 2,5% de água doce eleva o desafio de abastecer as pessoas com água a um patamar ainda mais alto. E o especialista continuou: “A fragmentação institucional da gestão hídrica nos países em desenvolvimento é um problema que deve ser encarado tanto em nível nacional como internacional. Pelo menos 40% da população humana vive em bacias e rios compartilhados por dois ou mais países. Para os rios transfronteiriços, a questão da gestão desse recurso é uma barreira politica de difícil transposição”.

O novo mandato no Conselho dura três anos, o que significa que Braga ainda terá muito trabalho pela frente. O fato de 2013 ter sido escolhido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o “Ano Internacional para a Cooperação pela Água” agrega ainda mais importância ao tema no mundo. O Conselho deve aproveitar esse calendário para intensificar o debate e ajudar a aumentar a conscientização para conquistar uma realidade diferente da atual, em que cerca de 11% da população mundial ainda não possui acesso à água potável e 37% vive sem redes de esgoto.

A seguir, os principais pontos da entrevista que Benedito Braga concedeu ao Planeta Sustentável, por telefone, em dois momentos - de Marselha e já em São Paulo -, em meados deste mês.

Este ano foram realizados dois importantes eventos: a Rio+20 e o Fórum Mundial da Água, em Marselha, dos quais participaram ministros de Estado, prefeitos, empresas e representantes da sociedade civil. Por conta disso, acredita que o debate sobre água avançou mais? Pode-se dizer que o resultado é positivo?

Creio que sim. O Fórum Mundial da Água foi realmente um evento extraordinário. Levou mais de 35 mil pessoas ao Parc Chanot - Palais des Congrès et des Expositions, em Marselha, para debater o tema. O encontro foi um grande marco: participaram estados e governos, prefeitos e parlamentares, e o Brasil teve participação bastante expressiva. Entre os Ministros de Estado, esteve presente Izabella Teixeira, da pasta de Meio Ambiente. Já na Rio+20, obtivemos resultado muito interessante com a inclusão de um capítulo inteiro sobre água no documento final da Conferência. Desde os anos 1970, esta foi a primeira reunião sobre meio ambiente das Nações Unidas em que o tema apareceu com essa importância de fato, o que prova a relevância que tem conquistado nos debates políticos mundo afora.

2013 será um ano tão promissor para a Água quanto este?

2013 será o Ano Internacional para a Cooperação pela Água, o que significa que o sistema das Nações Unidas reconhece a importância da gestão da água. O tema engloba inúmeras questões. Os países reconhecem a importância da segurança hídrica.


fonte: planetasustentavel.abril.com.br

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