domingo, 5 de fevereiro de 2012


NASA: 2011 foi o nono ano mais quente da história

Por Fabiano Ávila, para o Instituto CarbonoBrasil/NASA/NOAA
crédito carbono
Análise da Agência Espacial norte-americana aponta a concentração de gases do efeito estufa como a responsável pelo fato de que nove dos dez anos com as maiores temperaturas médias já registradas desde 1880 foram no século XXI


A concentração do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera há 120 anos era de apenas 285 partes por milhão, em 1960 era de 315ppm e atualmente está acima das 390ppm. Este aumento é indicado pela Agência Espacial norte-americana (NASA) como o grande responsável pelo recorde de temperaturas que o planeta vem registrando nas últimas décadas.
A entidade divulgou nesta quinta-feira (19) seu relatório para 2011 e confirmou que o ano passado está entre os mais quentes já registrados. Segunda a NASA, a temperatura média ficou 0,51°C acima da média do século XX, classificando 2011 como o nono ano mais quente desde 1880.
“Sabemos que o planeta está absorvendo mais energia do que emitindo. Continuamos a ver uma tendência para altas temperaturas mesmo com os efeitos da La Niña presentes, o que diminui a temperatura das águas do Oceano Pacífico, e com a baixa atividade solar nos últimos anos”, afirmou James E. Hansen, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA.
A diferença entre 2011 e o ano mais quente já registrado (2010) é de apenas 0,12°C, o que reforça a noção de que apesar de pequenas altas e baixas nos gráficos, a tendência é o aumento das temperaturas para as próximas décadas.
De acordo com a NASA, o efeito estufa está absorvendo a radiação infravermelha emitida pela Terra e a retendo na atmosfera, o que explica as altas temperaturas.
Além da concentração de gases do efeito estufa estar aumentando, outros dados preocupam os cientistas, que acreditam que teremos em breve a quebra do recorde de ano mais quente da história.
“A atividade solar está se intensificando e o El Niño vai começar a atuar, elevando a temperatura do Oceano Pacífico. Nos próximos três anos deveremos ter um novo recorde”, alertou Hansen.
Extremos climáticos
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) também divulgou seus números para 2011 e classificou o ano como o 11º mais quente da história. A La Niña foi uma das razões apontadas pela entidade para explicar porque 2011 não foi ainda mais quente.
A temperatura média no ano passado ficou 0,5°C acima da média do século XX, confirmando uma tendência de aquecimento que já dura 35 anos.
O NOAA registrou que 14 desastres climáticos atingiram os Estados Unidos no ano passado e causaram mais de US$ 1 bilhão em prejuízos cada um.
Outro dado alarmante é que 58% do território dos EUA sofreu com tempestades extremas ou com secas severas, uma área três vezes acima do que seria considerado normal. Sete estados registraram seu ano mais chuvoso da história, enquanto o Texas teve o ano mais seco.
Globalmente, 2011 foi o segundo ano mais chuvoso já registrado, ficando atrás apenas de 2010. Mas as chuvas foram extremamente mal distribuídas, com grandes enchentes na Austrália, Brasil e no Sudeste Asiático, enquanto o La Niña facilitou a ocorrência de secas na África e em algumas partes da América do Sul.
A extensão do gelo do Ártico se manteve abaixo da média durante todo o ano de 2011, confirmando uma tendência de 127 meses.

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