domingo, 5 de fevereiro de 2012


Publicação “Florestas Nativas de Produção Brasileiras” é um alerta sobre a capacidade do Brasil para suprir a demanda de madeira de forma sustentável

Serviço Florestal Brasileiro e IPAM

Relatório técnico produzido pelo Serviço Florestal Brasileiro e IPAM está disponível para download.
A produção de madeira nativa da Amazônia em áreas privadas segue em queda e se mantiver o ritmo dos últimos anos, em duas décadas deve chegar a 5 milhões de metros cúbicos, quando a demanda deve ser de 21 milhões de metros cúbicos, em uma perspectiva conservadora.

A publicação “Florestas Nativas de Produção Brasileiras”,  lançada em 21 de dezembro de 2011 em Brasília, foi elaborada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e mostra que para ampliar a produção legal e sustentável será necessário disponibilizar áreas para manejo em florestas públicas, principalmente aquelas ainda na categoria de não destinadas.
Existem mais de 64 milhões de florestas públicas não destinadas (sem uso definido) segundo dados do SFB e estima-se que seriam necessários 36 milhões de hectares, em um ciclo de 30 anos, para gerar 21 milhões de metros cúbicos anuais de madeira para o mercado. A produção atual de madeira no país está em torno de 14 milhões, segundo estudo do SFB e do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
“A publicação oferece uma perspectiva da demanda e da oferta de madeira de florestas nativas para nos anteciparmos a um problema de escassez que já aconteceu no setor de energia. No caso florestal, existe uma demanda que vem do mercado e precisamos saber de onde vai sair a oferta de madeira para que venha de fontes legais e sustentáveis”, afirma a diretora de Fomento e Inclusão do SFB, Claudia Azevedo-Ramos.
Fontes atuais
Segundo o relatório, há cerca de 15 milhões de hectares de florestas federais não destinadas com capacidade de destinação para a produção florestal, e 25 milhões de hectares em florestas estaduais não destinadas na mesma condição. Esses valores já excluem áreas com potenciais conflitos de uso da terra.
A conservação dessas áreas tem ainda importante papel para evitar emissões de gases do efeito estufa, diz a Coordenadora de Geoprocessamento do IPAM e uma das autoras do estudo, Ane Alencar. "A destinação destes 15 milhões de hectares para a produção florestal tiraria as terras públicas ainda não destinadas sujeitas a invasão e desmatamento do mercado ilegal de terras, evitando a emissão de cerca de 2 Gton C ou 20% da emissão anual do mundo", afirma.

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