sexta-feira, 9 de março de 2012


Insetos podem substituir agrotóxicos em lavouras

As pequenas vespas se tornam parasitas em ovos de mariposas e borboletas. | Foto: Heraldo Negri/Divulgação

Um grupo de empresários e cientistas brasileiros desenvolveu uma alternativa sustentável aos compostos agrícolas, usados para combater pragas nas lavouras. O grupo utiliza apenas insetos e ácaros, feitos em laboratório, para manter a qualidades das produções.

A proposta de usar os insetos no lugar dos agrotóxicos não é realmente inovadora, já que é utilizada desde os anos 80. O que a Bug Agentes Biológicos conseguiu fazer de mais diferente foi a produção destes fertilizantes naturais em larga escala. O principal item comercializado pela empresa paulista é o trichogramma, uma vespa muito pequena.
Conforme informações do iG, a cada um grama do preparo feito pela empresa, estão contidos 37 mil ovos de pequenas vespas, que ao nascerem se tornarão parasitas em ovos de mariposas e borboletas. As culturas que mais recebem o material são de cana-de-açúcar e soja.
Apenas sete anos após a primeira grande comercialização do produto, a Bug já é responsável por atender 350 mil hectares de lavouras pelo Brasil a fora. Em 35 mil destes hectares, as vespas foram capazes de substituir integralmente os agrotóxicos. Além disso, segundo a empresa, o processo natural é 30% mais econômico, se comparado ao uso de elementos químicos.
Há 20 anos, o sócio Heraldo Negri trabalha em pesquisas com a trichogramma na escola de agronomia da Universidade de São Paulo (USP), onde também conheceu o outro sócio Diogo Carvalho e a empresa iniciou. Primeiramente, as pesquisas foram financiadas pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que destinou R$ 1,2 milhão ao projeto.
Em 2005, surgiu a primeira venda, quando o produto comercializado foi usado em uma área de 500 hectares de cana. Os insetos são registrados e liberados pela Anvisa, Ibama e pelo Ministério da Agricultura. Para serem comercializados os ovos são dispostos em cartelas, com 24 tabletes, recheados com 2,5 mil vespas cada. O uso ideal do produto deve ser feito com a dispersão de um tablete a cada 20 metros de lavoura.
A alternativa sustentável fez com que a empresa alcançasse reconhecimento internacional, sendo classificada como a empresa mais inovadora do Brasil e a 33ª no ranking mundial, conforme classificação feita pela revista norte-americana Fast Company.
Em 2011, a Bug se fundiu com a Promip, empresa especializada em ácaros, criada em 2006, e hoje ela se expande cada vez mais. “O plano de negócios é que em cinco anos a empresa passe a faturar US$ 40 milhões por ano”, informou Marcelo Poletti, sócio-diretor da Bug. Com informações do iG.

 O grupo utiliza apenas insetos e ácaros, feitos em laboratório, para manter a qualidades das produções. | Foto: Greg Salibian
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O grupo utiliza apenas insetos e ácaros, feitos em laboratório, para manter a qualidades das produções. | Foto: Greg Salibian


 Em cada um grama do preparo feito pela empresa, estão contidos 37 mil ovos. | Foto: Greg Salibian
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Em cada um grama do preparo feito pela empresa, estão contidos 37 mil ovos. | Foto: Greg Salibian


 A Bug já é responsável por atender 350 mil hectares de lavouras pelo Brasil. | Foto: Greg Salibian
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A Bug já é responsável por atender 350 mil hectares de lavouras pelo Brasil. | Foto: Greg Salibian


 O uso ideal do produto deve ser feito com a dispersão de um tablete a cada 20 metros de lavoura. | Foto: Greg Salibian
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O uso ideal do produto deve ser feito com a dispersão de um tablete a cada 20 metros de lavoura. | Foto: Greg Salibian




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