quinta-feira, 19 de julho de 2012


Indonésia, Brasil, México e Peru obtêm grande estímulo no rastreamento de desmatamento e mensuração de biomassa


Esforços para rastrear rápida e precisamente o desmatamento e a degradação florestal na Indonésia, Brasil, México e Peru receberam um incentivo nesta semana com uma sessão de treinamento técnico especial organizado pelaForça-Tarefa de Governadores pelo Clima e Florestas (GCF)


O encontro, realizado na Universidade de Stanford e no campus do Vale do Silício da Google, reuniu funcionários de agências dos governos e ONGs dos quatro países tropicais e especialistas técnicos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), da Instituição Carnegie para a Ciência, do Fórum de Preparação para REDD, do Centro de Pesquisa Woods Hole e da Google Earth Outreach.
Os participantes receberam treinamento sobre o aumento do desmatamento e degradação florestal existente e sobre recursos de monitoramento de biomassa, que são altamente variáveis entre os países e entre agências e jurisdições subnacionais.
O exercício de uma semana visa melhorar os sistemas de monitoramento, reporte e verificação (MRV) para o programa de redução de emissões de desmatamento e degradação florestal (REDD+) que está sendo defendido pela GCF, um esforço colaborativo entre 17 estados do Brasil, Indonésia, Nigéria, Peru e EUA para desenvolver os recursos necessários para gerar “ativos florestais com grau de conformidade” para reduzir o desmatamento e a degradação.
O GCF está trabalhando para estabelecer regras e salvaguardas para garantir que os projetos de REDD+ realmente reduzam as emissões sem causar impactos socioambientais adversos, temidos pelos críticos do conceito.
A reunião começou com uma sessão de treinamento da Instituição Carnegie para a mais nova versão do pacote de software CLASlite de análise de desmatamento e degradação florestal, que converte dados de até oito sensores de satélite diferentes em mapas detalhados de desmatamento e distúrbios florestais.
Ao contrário de outros sistemas, o CLASlite pode medir danos de exploração seletiva de madeira, que têm uma pegada global substancialmente maior do que o desmatamento geral e pode ser uma fonte significativa de emissões de gases do efeito estufa e degradação ecológica.
“Nossa meta com o CLASlite é apoiar as nações tropicais em seu esforço para mapear rotineiramente o desmatamento e a degradação florestal em seus computadores”, disse Greg Asner, ecologista do Instituto Carnegie que lidera o projeto CLASlite. “Não deve haver barreira para não especialistas no MRV.”
Asner observou que mais de 180 organizações têm sido treinadas para usar o CLASlite na região dos Andes, da Amazônia e em outros lugares. John Clark, também da Instituição Carnegie, acrescentou que os governos da Colômbia e do Peru já expandiram seus recursos para mapeamento de desmatamento e degradação em grande escala usando o CLASlite.
Alessandro Baccini e Greg Fiske do Centro de Pesquisa Woods Hole explicaram como converter dados de desmatamento e degradação para estimativas de emissões usando mapas detalhados de biomassa. Eles ressaltaram a importância de bons mapas de biomassa, e explicaram que os primeiros esforços para estimar as emissões de desmatamento eram imprecisos por causa dos dados ruins de biomassa.
O encontro terminará com uma breve visita à Google para destacar sua Earth Engine, que ajudará os usuários a encontrarem dados de satélites globais que estão incluídos no CLASlite. Aproveitando seu grande sistema de computação em nuvem, o Earth Engine foi usado em 2010 para criar um mapa detalhado da cobertura florestal e hídrica do México em menos de um dia, uma façanha que teria levado três anos usando um único computador.
A co-organizadora Claudia Stickler do IPAM afirmou ao mongabay.com que o treinamento deve aumentar a capacidade dos estados e províncias participantes da GCF para monitorar precisa e efetivamente suas florestas.
“Embora o progresso em nível internacional esteja sendo lento na evolução de sistemas de MRV, os estados e províncias em países em desenvolvimento estão indo em frente com seus próprios programas de monitoramento florestal”, declarou Stickler. “Ferramentas como o CLASlite podem apoiar esse esforço, melhorar a precisão das estimativas de emissões e estimular a capacidade técnica local de reduzir emissões do desmatamento e degradação.”
Imagem: Mapa da Amazônia peruana gerado com o CLASlite / Mongabay
Traduzido por Jéssica Lipinski
Leia o original (inglês)


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