quarta-feira, 25 de julho de 2012

NASA registra degelo sem precedentes na Groenlândia
Autor: Fabiano Ávila 

Cientistas chegaram a duvidar da veracidade das imagens de satélites que mostram que uma enorme parte da camada de gelo da ilha desapareceu em apenas quatro dias, um fenômeno nunca antes visto.

“Isto é tão extraordinário que a princípio eu questionei os resultados: é mesmo real ou a leitura está errada?”, afirmou Son Nghiem, pesquisador da agência espacial norte-americana (NASA).
O que levou Nghiem e outros cientistas a duvidarem do que estavam vendo foram imagens de três satélites que mostram a Groenlândia entre os dias 8 e 12 de julho e registram que o degelo saltou de 40% para 97% neste curto período.
É comum que a Groenlândia perca boa parte do gelo durante o verão, porém nunca antes havia sido registrado um degelo tão rápido e extenso. A média das últimas três décadas é de 55%.
“Literalmente uma onda de calor varreu a região e derreteu tudo pelo caminho”, explica Tom Wagner, da NASA.
Outros centros de pesquisa foram consultados e todos confirmaram os dados da agência norte-americana.
“O degelo extremo coincide com uma série de ondas de ar quente, descritas como ‘redomas de calor’. Cada uma dessas ondas tem sido mais forte do que a anterior”, destacou Thomas Mote, da Universidade da Geórgia.
Este foi o segundo evento raro visto na Groenlândia nos últimos dias. Na semana passada um iceberg de 119 quilômetros quadrados, duas vezes o tamanho de Manhattan, se desprendeu do glaciar de Petermann.   http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas1/noticia=731209
O verão de 2012 está tão intenso, que mesmo na área ao redor da chamada Estação de Encontro, que fica mais de dois quilômetros acima do nível do mar, existem sinais de degelo, algo que não acontecia desde 1889.
“Houve períodos em que o degelo pode ter ocorrido a essa altitude, mas apenas por um ou dois dias. Agora, um derretimento com essa extensão, por toda a Groenlândia, era desconhecido, com certeza nunca havia acontecido desde o início do monitoramento por satélites”, salientou Jay Zwally, glaciologista da NASA, em entrevista ao jornal The Guardian.
Os pesquisadores não podem determinar se o degelo foi resultado de um raro evento natural ou das mudanças climáticas. Mas o que afirmam com certeza é que a camada de gelo esta ficando mais fina a cada ano devido ao aquecimento global.
“Quando vemos um fenômeno assim, nunca observado antes, somos obrigados a parar e pensar: o que está acontecendo? É um sinal que temos que analisar e entender nos próximos anos”, declarou Waleed Abdalati, chefe dos pesquisadores da NASA.
fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias

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