Jaguaribe debate urbanização da margem do rio na sede do município e defende despoluição

A cidade que dá nome a toda região, ao rio do Ceará antes considerado o maior curso d’água seco do mundo - hoje perenizado pelo açude Orós -,  convive com uma das mais belas paisagens. Mas não valoriza o rio Jaguaribe. Percorri no sábado toda a avenida Beira Rio a fotografar o que Jaguaribe faz do seu rio que corta o grande município de norte a sul e embeleza a cidade na área urbana, perto do centro.

Vi uma calçada esburacada, a mureta com trechos danificados. Só não fotografei porque não quis um homem que no aperto da necessidade abaixou-se atrás de uma moita para defecar entre a mureta e o leito do rio, despreocupado em mostrar as nádegas vistas pela lateral ao alcance do zoom da câmera. Um triste símbolo do que a cidade faz com o rio, pois mais na frente um esgoto despeja dejetos no Jaguaribe.

 

O lixo, um retrato de abandono, evidencia o valor dado às águas correntes onde um cidadão que contempla a paisagem conta já ter pescado ali tucunaré de 1,5 Kg e de 2 quilos. Hoje, com a construção da barragem, os peixes só podem chegar ao trecho que corta a cidade quando chove e chove muito para provocar a sangria.

O rio Jaguaribe tem 633 km de extensão e flui perene desde a construção do açude Orós em 1961, levando água e vida por uma bacia de cerca de 80 Km², cerca de 40% do território do Ceará. Tem como afluente os rios Salgado, Banabuiú, Figueiredo, o Riacho do Sangue, Jucá, Palhano, Conceição, Quixeré e Cariús. O manancial tem as cabeceiras na serra da Joaninha, em Tauá.

O rio é tema da campanha política na eleição municipal deste ano em Jaguaribe. O projeto de reurbanização da beira-rio foi colocado como um dos compromissos da campanha do economista José Abner Nogueira Diógenes Pinheiro, candidato a prefeito. Um outdoor com imagem do projeto e a assinatura do candidato e do vice na chapa, José Ricardo Mendes de Sousa, firma o compromisso à margem do rio.

Foi também anunciado como compromisso a construção da ponte de Mapuá, um dos quatro distritos de Jaguaribe, onde a cidade foi iniciada. Como a área fica ilhada quando o rio enche, a sede administrativa do povoado foi transferida para o local onde hoje se ergue a cidade. Mas as famílias que continuam a morar no populoso distrito continuam na mesma situação e ficam ilhadas em anos chuvosos que sobem o nível do rio Jaguaribe.

O candidato que defende a manutenção e preservação do conjunto paisagístico, com maior destaque para a urbanização da avenida Beira-Rio, diz que os adversários zombam do projeto falando que ele pensa que Jaguaribe é Paris. 

A ironia é rebatida com exemplos de integração do rio com a cidade, adotado pelo município de Palhano, banhado por um afluente do mesmo rio na Região do Jaguaribe. Outro exemplo a ser seguido é Belém do Pará, que vivia de costas para o braço do rio Amazonas que embeleza a cidade e foi integrado ao conjunto urbanístico, dando nova vida à capital paraense.

José Abner firmou no seu programa de governo o compromisso de lutar para despoluir e preservar todo o rio Jaguaribe, tarefa que, diz ele, “depende de co-participação de outros municípios de nossa região”. O candidato anuncia que pretende criar, “em caráter remunerado, o Comitê de Despoluição e Preservação do rio Jaguaribe cuja principal ação está voltada para a identificação de todas as fontes de recursos, em todos os níveis de governo e outras entidades que possam ser trabalhadas, politicamente, para viabilizar o projeto de recuperação de nosso Rio”.

Outro projeto do candidato visa a criação de uma empresa municipal para a coleta e destinação do lixo. José Abner também antecipou o compromisso de fazer a ampliação da rede de coleta e tratamento de esgoto em Jaguaribe. O projeto de urbanização e a ponte serão levados por José Abner ao governador Cid Gomes, caso eleito prefeito de Jaguaribe. 

José Abner e Ariosto Holanda

O deputado Ariosto Holanda anunciou emenda de R$ 3 milhões para o novo prefeito no orçamento de 2013, a serem aplicados nas prioridades da gestão de José Abner. Além disso, o parlamentar assegurou recursos para a implantação de Centros de Inclusão Digital (CID) nos distritos Mapuá, Feiticeiro e Nova Floresta e a intenção de lutar pela implantação de um polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) ao lado do campus Jaguaribe do IFCE.

fonte: desimbloglio.blogspot.com.br