Prejuízos anuais com as mudanças climáticas ultrapassam US$ 1,2 trilhão
Autor: Fabiano Ávila
Apesar de muita gente ainda considerar as mudanças climáticas uma “fraude” ou uma peça de “ficção científica”, cada dia que passa ficam mais claras, e custosas, as consequências do fenômeno para a humanidade.
Nesta quarta-feira (26) foi apresentado o estudo Climate Vulnerability Monitor: A Guide to the Cold Calculus of A Hot Planet, publicado pelo Grupo Dara a pedido de 20 países, que destaca os enormes impactos das mudanças climáticas que já podem ser vistos no planeta e que projeta um cenário desolador para as próximas décadas.
O documento, elaborado por um grupo de 50 cientistas, economistas e especialistas em políticas públicas, afirma que as mudanças climáticas contribuem para a morte de 400 mil pessoas anualmente e resultam em prejuízos de mais de US$ 1,2 trilhão, cerca de 1,6% do PIB global.
Ainda segundo o relatório, até 2030, mais de cinco milhões de mortes ocorrerão como consequência da fome, da poluição do ar e de doenças relacionadas com as mudanças climáticas. Desse total, 90% acontecerão em países em desenvolvimento.
“A crise climática deve resultar na morte de 100 milhões de pessoas entre agora e o fim da próxima década”, destaca o documento.
Para chegar a essa conclusão, foram avaliados os impactos econômicos e humanos de eventos climáticos extremos somados a alterações mais longas nos padrões climáticos, como mudanças na quantidade de chuvas, em mais de 184 nações.
Também até 2030, os prejuízos econômicos devem chegar a 3,2% do PIB global. Se nada for feito, até o fim do século essa porcentagem ultrapassará os 10%.
As nações mais pobres são as que mais sofrerão, pois são as mais vulneráveis aos efeitos das secas, da queda de produção agrícola e das doenças. Na média, estes países podem perder até 11% do PIB nos próximos 20 anos.
Sheikh Hasina, a primeira-ministra de Bangladesh, um dos países que comissionaram o estudo, destaca a verdade desses dados e como a transformação no clima está impedindo o desenvolvimento de sua nação.“Um aumento de 1°C nas temperaturas representa 10% de queda na produtividade agrícola. Para nós, isso significa perder quatro milhões de toneladas de grãos, um prejuízo de US$ 2,5 bilhões, cerca de 2% do nosso PIB. Se somarmos os danos às propriedades e outras perdas, encaramos 4% a menos no PIB.”
“As mudanças climáticas não são uma ameaça de um futuro distante, mas um perigo atual. Os impactos econômicos já estão conosco”, completou Michael Zammit Cutajar, ex-secretário-executivo do braço climático da ONU (UNFCCC).
O estudo recomenda que US$ 150 bilhões sejam disponibilizados anualmente para ações de adaptação e mitigação climática. De acordo com os autores, o ideal seria investir 0,5% do PIB durante toda a próxima década em tecnologias limpas que garantiriam a redução das emissões de gases do efeito estufa necessária para limitar o aquecimento global.
“Este relatório deveria ser encarado como um alerta vermelho para as negociações climáticas internacionais”, afirmou Hasina.
Mas diante dos impasses entre países ricos e emergentes sobre diversas questões, como o futuro do Protocolo de Quioto, a perspectiva de que a Conferência do Clima da ONU em Doha, no Catar, em novembro, traga avanços concretos não é muito boa. Mesmo assim, a Dara cobra ações urgentes.
“Os governos devem agir decisivamente para combater os custos crescentes - resultado da inação - das mudanças climáticas para os países. Os investimento exigidos para evitar as piores consequências do fenômeno são bem inferiores aos prejuízos, isto deixa claro que é o caminho que devemos seguir”, concluiu José María Figueres, ex-presidente da Costa Rica e membro da Dara.
Nesta quarta-feira (26) foi apresentado o estudo Climate Vulnerability Monitor: A Guide to the Cold Calculus of A Hot Planet, publicado pelo Grupo Dara a pedido de 20 países, que destaca os enormes impactos das mudanças climáticas que já podem ser vistos no planeta e que projeta um cenário desolador para as próximas décadas.
O documento, elaborado por um grupo de 50 cientistas, economistas e especialistas em políticas públicas, afirma que as mudanças climáticas contribuem para a morte de 400 mil pessoas anualmente e resultam em prejuízos de mais de US$ 1,2 trilhão, cerca de 1,6% do PIB global.
Ainda segundo o relatório, até 2030, mais de cinco milhões de mortes ocorrerão como consequência da fome, da poluição do ar e de doenças relacionadas com as mudanças climáticas. Desse total, 90% acontecerão em países em desenvolvimento.
“A crise climática deve resultar na morte de 100 milhões de pessoas entre agora e o fim da próxima década”, destaca o documento.
Para chegar a essa conclusão, foram avaliados os impactos econômicos e humanos de eventos climáticos extremos somados a alterações mais longas nos padrões climáticos, como mudanças na quantidade de chuvas, em mais de 184 nações.
Também até 2030, os prejuízos econômicos devem chegar a 3,2% do PIB global. Se nada for feito, até o fim do século essa porcentagem ultrapassará os 10%.
As nações mais pobres são as que mais sofrerão, pois são as mais vulneráveis aos efeitos das secas, da queda de produção agrícola e das doenças. Na média, estes países podem perder até 11% do PIB nos próximos 20 anos.
Sheikh Hasina, a primeira-ministra de Bangladesh, um dos países que comissionaram o estudo, destaca a verdade desses dados e como a transformação no clima está impedindo o desenvolvimento de sua nação.“Um aumento de 1°C nas temperaturas representa 10% de queda na produtividade agrícola. Para nós, isso significa perder quatro milhões de toneladas de grãos, um prejuízo de US$ 2,5 bilhões, cerca de 2% do nosso PIB. Se somarmos os danos às propriedades e outras perdas, encaramos 4% a menos no PIB.”
“As mudanças climáticas não são uma ameaça de um futuro distante, mas um perigo atual. Os impactos econômicos já estão conosco”, completou Michael Zammit Cutajar, ex-secretário-executivo do braço climático da ONU (UNFCCC).
O estudo recomenda que US$ 150 bilhões sejam disponibilizados anualmente para ações de adaptação e mitigação climática. De acordo com os autores, o ideal seria investir 0,5% do PIB durante toda a próxima década em tecnologias limpas que garantiriam a redução das emissões de gases do efeito estufa necessária para limitar o aquecimento global.
“Este relatório deveria ser encarado como um alerta vermelho para as negociações climáticas internacionais”, afirmou Hasina.
Mas diante dos impasses entre países ricos e emergentes sobre diversas questões, como o futuro do Protocolo de Quioto, a perspectiva de que a Conferência do Clima da ONU em Doha, no Catar, em novembro, traga avanços concretos não é muito boa. Mesmo assim, a Dara cobra ações urgentes.
“Os governos devem agir decisivamente para combater os custos crescentes - resultado da inação - das mudanças climáticas para os países. Os investimento exigidos para evitar as piores consequências do fenômeno são bem inferiores aos prejuízos, isto deixa claro que é o caminho que devemos seguir”, concluiu José María Figueres, ex-presidente da Costa Rica e membro da Dara.
fonte: institutocarbonobrasil.org.br
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