sábado, 15 de setembro de 2012


Brasil alcança metas para controle do buraco da camada de ozônio

O Brasil alcançou as principais metas estabelecidas para o controle do buraco da camada de ozônio, que é o escudo protetor da Terra contra os raios ultravioleta. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, declarou como excepcional a atuação do País na redução do consumo de clorofluorcarbonos (CFCs). Presentes em equipamentos de refrigeração, aerosois, entre outros produtos, os CFCs são as principais substâncias que afetam a concentração de gás ozônio na estratosfera. “Esse é um resultado do esforço de todos os agentes envolvidos”, afirmou.

As declarações foram dadas ontem (14 de setembro), durante as comemorações do Dia Internacional de Proteção da Camada de Ozônio e dos 25 anos do Protocolo de Montreal, acordo internacional com o objetivo de eliminar as substâncias destruidoras do ozônio. Para celebrar a data, o Ministério do meio Ambiente (MMA) realizou, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o seminário “Protegendo nossa atmosfera para as gerações futuras”.
Resultados
Entre os resultados obtidos com a implantação do Protocolo de Montreal no âmbito brasileiro, está a eliminação de 10.525 toneladas de substâncias com Potencial de Destruição do Ozônio (PDO), equivalente ao consumo de CFC constatado entre 1995 e 1997. Foi implantado, ainda, um sistema de recolhimento, reciclagem e regeneração de substâncias nocivas em todo o País. Além disso, 24,6 mil técnicos receberam capacitação em boas práticas de refrigeração.
Comerciantes de Brasília receberam, durante o evento, certificado de participação no programa de substituição de refrigeradores antigos do MMA. O projeto também aparece como uma das iniciativas do governo federal voltadas para a proteção da Camada de Ozônio. Ao todo, 100 estabelecimentos foram analisados e quatro receberam novos freezers e geladeiras, como forma de incentivar a consciência ambiental e troca dos equipamentos antigos que ainda contêm CFC.
Expansão
A ministra Izabella Teixeira ressaltou, ainda, a posição avançada do Brasil e defendeu a exportação das boas práticas desenvolvidas no País. “Os resultados são extremamente estruturantes. Chegou o momento de o Brasil oferecer conhecimento para outros países. Já fazemos isso em áreas como a de florestas e devemos começar a fazer o mesmo no setor de desenvolvimento industrial”, explicou.
O representante-residente do PNUD no Brasil, Jorge Chediek, afirmou que o Protocolo de Montreal é um modelo de articulação internacional e elogiou o desempenho brasileiro no acordo. “O protocolo estabelece o princípio da responsabilidade compartilhada”, disse. “Dentro disso, o Brasil tem se tornado modelo tanto nas questões institucionais quanto na realização das metas e objetivos”.
Menor
O buraco na camada de ozônio deve ficar menor este ano sobre a Antártica do que no ano passado, declarou a Organização das Nações Unidas (ONU) ontem. Para os pesquisadores, isso mostra como a proibição a substâncias prejudiciais interrompeu a destruição dessa camada.
O buraco, entretanto, provavelmente está maior do que em 2010 e uma recuperação completa ainda está longe de ocorrer.
A assinatura do Protocolo de Montreal, há 25 anos, deu início à retirada aos poucos dos clorofluorocarbonos (CFCs) do mercado. Estudos comprovaram que essas substâncias químicas destroem a camada de ozônio.
A iniciativa ajudou a evitar milhões de casos de câncer de pele e de cataratas, assim como os efeitos nocivos sobre o ambiente, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência climática da ONU.
“As condições de temperatura e a extensão das nuvens estratosféricas polares até agora este ano indicam que o grau de perda de ozônio será menor do que em 2011, mas provavelmente algo maior do que em 2010″, disse em um comunicado a OMM.
O buraco da camada de ozônio na Antártica, que atualmente mede 19 milhões de quilômetros quadrados, provavelmente estará menor este ano do que no ano recorde de 2006, informou a organização. A ocorrência anual em geral atinge sua área de superfície máxima durante o fim de setembro e sua profundidade máxima no começo de outubro.
Mesmo depois da proibição, os CFCs, que já foram usados em geladeiras e latinhas de spray, duram bastante na atmosfera e levará várias décadas para que as concentrações voltem aos níveis pré-1980, informou a OMM.
Fonte: MMA e Agência Reuters
fonte; blogs.diariodonordeste.com.br/gestaoambiental

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