domingo, 23 de setembro de 2012

Com investimentos em práticas sustentáveis que remotam a sua criação, a multinacional sueca Tetra Pak garante um futuro mais verde


Nunca antes se discutiu tanto sobre sustentabilidade como nos dias atuais em todos os cantos do planeta. Mas muito antes desse tema ganhar tal amplitude, a multinacional sueca Tetra Pak, uma das maiores fabricantes de embalagens longa vida do mundo, adotou práticas sustentáveis em seu modelo de negócio. Na definição de Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da Tetra Pak, a melhor síntese para a visão da empresa sobre o assunto: "Desde sua criação, há mais de 50 anos, a companhia possui o DNA de sustentabilidade.
Entretanto a palavra sustentabilidade nem existia naquela época. O que sempre conduziu essa gestão verde foi o conhecimento empírico." Mas a partir da década de 90, a Tetra Pak lançou uma política ambiental mundial que rege todas as suas fábricas. "Ela prevê o atendimento à legislação ambiental de cada país. Além de realização da análise do ciclo de vida (ACV) das embalagens e dos equipamentos, redução do consumo de materiais, energia, combustível e água e a busca constante de fontes renováveis de matéria-prima", afirma.
Desde a implantação da política ambiental, os ganhos já são muitos. Não só para o meio ambiente, mas também econômicos. Um bom exemplo disso, conta Zuben, é a redução significativa do peso das embalagens longa vida de 1 litro (representa 70% do volume produzido pela empresa no Brasil) feita nos útlimos 25 anos. "Hoje ela pesa 28 gramas. Conseguimos reduzir 20%, principalmente, com o uso de alumínio e papel cartão de menores gramaturas". Isso foi possível graças à análise de ciclo de vida de embalagens (ACV) feita pela Tetra Pak, desde 1992, que permite diminuir o impacto ambiental. "Toda embalagem ou máquina nova tem que ter um impacto menor do que àquelas que elas vão substituir. Além disso, é possível obter redução de custos dos materiais e das máquinas", diz o diretor. Outra bem-sucedida solução verde fruto do uso dessa importante ferramenta é a máquina de envase, que em 1975, utilizava 200 litros de água/mil embalagens longa vida de 1 litro. "Atualmente, a mais nova versão já opera com apenas 10 litros de água/mil embalagens de 1 litro", compara Zuben. Em termos de energia, a economia também foi bem significativa. "Em 1973, o consumo de energia nas máquinas era de 9 kilowatts. Hoje, os novos equipamentos utilizam 0,5 quilwatts".
Essas práticas sustentáveis visando a redução do consumo de água e energia se estende para suas duas plantas fabris, em Monte Mor (SP) e Ponta Grossa (PR). O monitoramento do consumo de energia começou em 1997. Desde então, a Tetra Pak conseguiu reduzir 15% por milhão de embalagem. Para atingir esse resultado, a companhia substitui motores antigos por motores de corrente contínua, instalou um gerenciador de energia elétrica e aprimorou o sistema de refrigeração (leia-se substituição de compressores, medidores e ventiladores) dentro das fábricas. "Já o consumo de água, por exemplo, caiu de 17,7 m3 por milhão de embalagem, em 2003, para 15,4 m3 em 2007. Esse desempenho foi alcançado basicamente com melhorias na torre de refrigeração e campanhas de conscientização dos nossos colaboradores realizadas anualmente durante o Dia Mundial da Água e o Dia Mundial do Meio Ambiente", revela Zuben. A Tetra Pak também reutiliza 25% da água consumida e tratada nos vasos sanitários e para limpeza de áreas das plantas fabris.
Gestão de Resíduos Todo material gerado nas plantas fabris de Monte Mor (SP) e Ponta Grossa (PR) da Tetra Pak vai para uma unidade chamada área de resíduos sólidos. Tudo é separado antes de ser triturado e enfardado para depois ser vendido para diversas empresas recicladoras dos estados de São Paulo e Paraná. "Hoje, 99,22% dos resíduos gerados são vendidos para empresas recicladoras", revela Zuben. Entre os resíduos sólidos estão materiais, como papel virgem, papelão, papel branco de escritório, papel virgem impresso, sobras de polietileno e de material laminado, além de aço, ferro, caixa de madeira e paletes. Esses últimos estão entre os menores volumes. "As recicladores utilizam esse tipo de material como matéria-prima", diz o executivo.
Aumento da Reciclagem A reciclagem de embalagem longa vida ganhou um aliado de peso para seu crescimento no Brasil. Com o desenvolvimento da tecnologia de plasma que separa o alumínio do polietileno (PE), iniciado em 1997, e o laçamento da primeira fábrica, em 2005, em Piracicaba (SP), a embalagem longa vida ganhou vida longa. Que o diga os números da evolução de sua reciclagem. No ano passado, o índice de reciclagem foi de 26,6% correspondendo a 53 mil toneladas de embalages longa vida. E a meta para 2012 é atingir o índice de 40%. E as ações para isso já começaram. Em agosto, um segundo reator começou a operar, na planta fabril, em Piracicaba (SP), que gerou um aumento no consumo de alumínio e polietileno. Essa maior demanda, segundo Zuben, resultou também na alta do preço de materiais pós-consumo para as cooperativas de reciclagem. Bom para a cadeia. Mas a expansão do índice de reciclagem também se deu pelo crescimento do mercado de telhas produzidas com polietileno (PE) e alumínio das embalagens longa vida. "Em 2008, 8 mil toneladas de placas geraram 650 mil telhas no mercado brasileiro", revela.
Além desse trabalho, a Tetra Pak realiza ações sustentáveis com empresas recicladoras e cerca de 600 cooperativas de reciclagem de todo o Brasil. "Doamos big bags para as cooperativas de reciclagem organizarem melhor o seu trabalho de separação de materiais, além de prensas. Mas o mais importante é que nós conectamos as empresas recicladores com as cooperativas para que elas possam vender o material diretamente sem a figura do atravessador", explica Zuben.
Em parceria com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), a Tetra Pak iniciou, no ano passado, um projeto que leva conhecimento para as cooperativas de reciclagem. Internamente, conta o executivo, isso já é feito há vários anos, com a realização de palestras e aulas pela equipe de profissionais da área de meio ambiente e também por outros multiplicadores da empresa. "Recentemente os colaboradores da fábrica de Ponta Grossa (PR) realizaram um trabalho muito bom com uma cooperativa local melhorando seu fluxo de processo, com a instalação de uma nova mesa de separação e doação de EPI's para garantir a segurança dos trabalhadores", afirma
Eduação Ambiental para Crianças Inserir a educação ambiental às atividades escolares rotineiras das crianças do Ensino Fundamental é o objetivo do programa de educação ambiental Cultura Ambiental nas Escolas, criado há 11 anos, que aborda toda a problemática do lixo urbano e suas soluções. Esse projeto é feito em todo o Brasil e, nesse período, já atendeu cinco milhões de crianças. "Nós enviamos Kits com cadernos para os alunos que apresentam o tema de forma lúdica, além de dois cadernos para os professores que mostram como abordar a questão ambiental e o resíduo sólido urbano em várias disciplinas, como português, matemática, ciências, geografia", informa Zuben. Para saber como as escolas estão aplicando o programa de educação ambiental, a Tetra Pak realiza pesquisas, que agora poderão ser respondidas pelo sistema online, bastando apenas fazer o cadastro. "Mas as escolas também dão o seu feedback voluntário, enviando para a empresa o resultado desse trabalho, como peças de teatro e filmes, que foram realizados em suas atividades escolares" acrescenta. Zuben destaca: "A consciência ambiental está aumentando bastante. E nós acreditamos que a Tetra Pak está colaborando para isso". (MH)
fonte:www.culturaambientalnasescolas.com.br

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