Uso abusivo de agrotóxicos como um dos principais problemas ambientais.
Agrotóxicos são produtos e agentes químicos ou biológicos cuja finalidade é alterar a composição da flora e da fauna a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Os agrotóxicos, principalmente os de origem orgânica vem sendo usados desde 40 a 90 D.C. (depois de Cristo). Entre os mais usados citam-se os produtos à base de enxofre e cobre.
O primeiro inseticida sintetizado foi o DDT. Entre os fungicidas, o mais antigo é a calda bordalesa, descoberto em 1874 na França, por Millardet e usada até hoje em muitos países devido à facilidade no preparo e alta eficiência contra doenças causadas por fungos dos gêneros Phytophthora, Pythium, Peronospora, Bremia e outros.
Durante a segunda guerra mundial, os agrotóxicos foram utilizados até como arma química. No Brasil, a sua utilização se tornou mais evidente em ações de combate a vetores agrícolas na década de 60. Alguns anos depois, os agricultores foram liberados a comprar o produto de outros países.
De acordo com a deputada estadual Luciana Rafagnin, o consumo de agrotóxicos nas lavouras brasileiras foi cerca de 790 milhões de litros na safra 2008/2009, o que corresponde a mais de três litros de agrotóxico por habitante. No Paraná, a situação é mais grave: o consumo é três vezes maior do que no resto do país. Enquanto a média nacional de uso de agrotóxicos nas lavouras é de 4Kg por hectare/ano, a paranaense é de 12Kg/ha/ano.
Os agrotóxicos são atualmente responsáveis pelo comércio de bilhões de dólares em todo o mundo. Estas substâncias podem oferecer perigo para o homem dependendo da toxicidade, do grau de contaminação e do tempo de exposição durante sua aplicação.
Quando bem utilizados, os agrotóxicos impedem a ação de seres nocivos, sem estragar os alimentos. Porém, se os agricultores não tiverem alguns cuidados durante o uso ou extrapolarem no tempo de ação dos agrotóxicos, eles podem afetar o ambiente e a saúde.
A ANVISA diz que o descuido com os agrotóxicos pode ser fatal e causar agravos à saúde, tais como: irritações na pele e nos olhos, problemas respiratórios, câncer em vários órgãos e distúrbios sexuais, como a impotência e a esterilidade.
O uso de agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais, além de abortos, fetos com má-formação (já foram registrados casos de transmissão de leucemia para o feto, por mulheres que estiveram em contato com agrotóxicos durante a gravidez), suicídios (por ser de fácil acesso, corresponde a um terço de todos os suicídios ocorridos na Ásia, África, América Central e do Sul), câncer, dermatoses e outras doenças. Segundo a OMS, há 20.000 óbitos/ano em consequência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas, nos países em desenvolvimento, como o Brasil.
O uso descontrolado, a propaganda massiva, o medo de perda de produtividade da safra, a cultura do “fruto bonito é aquele que as pessoas gostam de comprar”, a não utilização de equipamentos de proteção e o pouco conhecimento dos riscos, são alguns dos responsáveis pela intoxicação dos trabalhadores rurais. Os riscos não se limitam ao homem do campo. Os resíduos das aplicações atingem os mananciais de água e o solo. Além disso, os alimentos comercializados nas cidades podem apresentar resíduos tóxicos.
Já no meio ambiente, o uso abusivo de agrotóxicos pode causar a contaminação do ar, solo, água e dos seres vivos, determinando a extinção de espécies de menor amplitude ecológica.
Com o objetivo de monitorar o cumprimento da legislação sobre o grau permitido de resíduos de agrotóxicos nos alimentos, quais produtos podem ser utilizados em cada colheita e garantir que produtos como frutas, verduras e legumes cheguem com qualidade e segurança à mesa dos brasileiros, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desenvolveu em 2002 o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA).
De acordo com a ANVISA, caso a utilização de agrotóxicos esteja acima dos limites permitidos por ela, os órgãos responsáveis pelas áreas de agricultura e meio ambiente são acionados para rastrear e solucionar o problema. As medidas em relação aos produtores são de orientação para adoção de boas práticas agrícolas.
Para tentar minimizar os efeitos dos agrotóxicos, foram listadas algumas práticas importantes:
- Para pessoas com doenças de baixa imunidade como o câncer e a AIDs, além das que se encontram em estado de convalescença, recomenda-se o consumo massivo de alimentos de cultura orgânica, evitando ao máximo os alimentos da cultura convencional, muito cozidos ou industrializados.
- Alguns consumidores, não satisfeitos em consumir alimentos que possam conter resíduos tóxicos, estão exigindo a produção de alimentos fabricados e armazenados sem agrotóxicos. Os alimentos orgânicos – isentos de agrotóxicos – estão ganhando a atenção dos consumidores interessados neste assunto.
- Alface, batata, maçã e morango: Deixar de molho por 30 minutos numa solução de bicarbonato de sódio e suco de limão, pois existe uma possibilidade de alguns agrotóxicos se desestabilizarem em pH ácido. Depois precisam ser lavados em água corrente. No caso da batata, é indicado também descascá-la. A receita é a seguinte: 1/2 colher de sopa de bicarbonato em pó + suco fresco de 1 limão para cada 1 litro de água.
- Tomate, berinjela e pepino: Escolher os mais franzinos e mais maduros, pois com o passar do tempo os venenos vão se dissipando. Evitar consumo diário.
- Banana, mamão e laranja: Evitar o mamão papaia e frutas muito bonitas. Livre-se das cascas, após lavá-las muito bem, uma vez que os agrotóxicos estão na superfície. Para tirar proveito das cascas e sementes usar somente frutas de cultura orgânica.
- Cenoura e beterraba: Lavar com uma escova macia e limpar bem qualquer resíduo de terra.
Enfim, esta questão deve ser tratada com cautela e preocupação por todos, principalmente pelas autoridades. O surgimento de novos produtos que ajudem na conservação dos alimentos sem causar danos à natureza e aos animais, deve ser analisado urgentemente. Por mais que os agrotóxicos ajudem a uma preservação maior dos alimentos para o consumo humano, podem, se não prestado a devida atenção, prejudicar a todos.
Referências Bibliográficas
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Brasil). Brasília, DF,
(2008). Acessado em 15/08/2010 às 21h10min no endereço < http: // www.anvisa.org. br>.
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TRUCOM, Conceição. Livre-se dos agrotóxicos. 2006. Disponível no site <http://www.terrazul.m2014.net/>. Acessado dia 15/08/2010 às 21h00min.
Curiosidades sobre os agrotóxicos. Disponível no site <http://pt.wikipedia.org/ >. Acessado dia 15/08/2010 às 21h15min.
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