Empresas compensam emissões de CO2 investindo em projetos de subsistência
Os moradores de 450 aldeias do Senegal plantaram mais de cem milhões de árvores de mangue, desde 2009. | Foto:IUCN
Dezenas de milhares de pessoas ao redor do mundo têm maior acesso a alimentos por causa de um novo fundo de investimentos. Chamado de Livelihoods Fund (Fundo de Subsistência, em tradução livre), o sistema permite que as empresas compensem suas pegadas de carbono investindo em programas de restauração de ecossistemas.
Em consequência desta estratégia as comunidades são beneficiadas em diversos aspectos, incluindo a segurança alimentar. A expectativa é de que o Fundo armazene 6,1 milhões de CO2 durante as próximas duas décadas, principalmente a partir de três segmentos de projetos: restauração e preservação de ecossistemas naturais, agro-florestais e da dinamização do fornecimento de energia.
“Esta é uma colaboração que terá impactos para além dos projetos específicos”, explica Carl Gustaf Lundin, diretor do Programa Marinho e Polar Global da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). “Estes projetos de cuidado com a terra, conservação e restauro geram resultados positivos locais, tanto para o controle de carbono, como também para a segurança alimentar da população.”
Nos últimos anos, o Fundo, em parceria com a IUCN, implementou projetos inovadores e desenvolveu uma metodologia de cálculo de carbono em grande escala. Além disso, o restabelecimento dos mangues esteve entre os assuntos prioritários. Grandes projetos de restauração foram aplicados com maior facilidade.
Através do apoio do Fundo de Subsistência, os moradores de 450 aldeias do Senegal plantaram mais de cem milhões de árvores de mangue, desde 2009. Isso melhorou a qualidade das terras agrícolas, reduzindo o acúmulo de sais no solo e criou habitat para muitas espécies, prosperando em fontes de alimentos, como peixes, ostras e caranguejos. Na Índia, mais de 65 mil pessoas que vivem no Vale do Araku, em Andhra Pradesh, impulsionaram a segurança alimentar através do plantio de árvores frutíferas em seis mil hectares de terra.
“O Fundo de Subsistência ajuda o setor privado a cumprir suas metas de redução de emissões de carbono, ao mesmo tempo em que permite a obtenção de financiamento para a restauração de habitats que têm papel importante a desempenhar na redução da pobreza e insegurança alimentar para algumas pessoas vulneráveis no mundo”, garante Bernard Giraud, presidente da Livelihoods Venture.
Essas experiências bem sucedidas são importantes para que novos projetos sejam desenvolvidos em outras localidades. Além disso, funcionam como vitrine para incentivar o investimento privado. Com informações daIUCN.
fonte: ciclovivo.com.br
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