terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vegetais e oceanos absorvem mais CO2, segundo estudo



Nossas emissões de CO2 crescem a cada ano, mas a vegetação e os oceanos, que absorvem cerca da metade do dióxido de carbono emitido, também estocam uma quantidade maior hoje do que no passado, segundo o trabalho “Increase in observed net carbon dioxide uptake by land and oceans during the past 50 years” publicado na edição do dia 1º de agosto da revista científica Nature. “A absorção global em sorvedouros de carbono oceânicos e terrestres quase dobrou nos últimos cinquenta anos”, segundo relatório elaborado por cinco cientistas da Universidade do Colorado (Estados Unidos), em Boulder.


Os sorvedouros de carbono definem os processos naturais que contribuem para retirar o CO2 da atmosfera. Eles se referem principalmente aos oceanos, que estocam o carbono nas profundezas, aos vegetais e às florestas. A metade das emissões de dióxido de carbono é absorvida por estes sorvedouros.

O potencial e a evolução destes processos são tema de debate e estudos recentes sugerem uma diminuição de sua capacidade de absorção, indicaram os cientistas que insistem na importância de quantificar adequadamente estes fenômenos para prever melhor as evoluções do clima.

Ao analisar as medidas de concentração de carbono na atmosfera ao longo dos anos e levando em conta as emissões de origem humana, eles calcularam a absorção líquida anual mundial em terra e nos oceanos. Segundo eles, esta absorção dobrou em cinquenta anos, passando de 2,4 bilhões de toneladas anuais de carbono em 1960 a 5 bilhões em 2010. “A taxa de aumento do CO2 atmosférico continua aumentando porque as emissões de origem fóssil se aceleraram, não porque os sorvedouros de carbono falharam”, insistiu.

A absorção de CO2 por vegetais e oceanos é amplamente vinculada à pressão do dióxido de carbono na atmosfera e é lógico, até um certo limite, que o aumento das emissões de CO2 provoquem um aumento da absorção destes sorvedouros, destaca o cientista.

Por outro lado, cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, descobriram uma nova fonte de emissão de gases de efeito estufa: as árvores doentes podem estar gerando metano, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global. Eles pesquisaram 60 plantas na floresta de Yale Meyers, na região nordeste do estado de Connecticut, e encontraram concentrações do gás 80 mil vezes maiores do que o normal.

Em condições comuns, a presença do metano é de menos de duas partes por milhão na atmosfera. Nas partes ocas das árvores doentes, os pesquisadores encontraram níveis médios de 15 mil partes por milhão de metano no ar.

A pesquisa “Elevated methane concentrations in trees of an upland Forest” foi divulgada na revista Geophysical Research Letters (“Cartas de Pesquisa Geofísica”, na tradução do inglês). A concentração do metano nas árvores doentes chega a ser inflamável, segundo o coordenador do estudo, Kristofer Covey, da Universidade de Yale.

O pesquisador aponta que as condições encontradas nas árvores são normais em vários locais de floresta no mundo, o que indica que os cientistas podem ter achado uma nova fonte de produção do metano “em escala global”. As árvores doentes têm um potencial de aquecimento global equivalente a 18% do carbono capturado pelas mesmas florestas, reduzindo o benefício climático que elas criariam em cerca de um quinto, segundo Covey.

“Se nós extrapolarmos o que foi encontrado no estudo para florestas em escala global, o metano produzido pelas árvores representaria 10% das emissões do mundo”, afirmou Xuhui Lee, co-autor da pesquisa e professor de meteorologia em Yale. Ele reconhece que os cientistas “não sabiam da existência” deste processo de criação do metano.

As árvores que produzem metano são mais velhas e doentes, com idade entre 80 e 100 anos. No caso da floresta de Yale, elas estão sendo afetadas por um fungo que cria condições favoráveis para a proliferação de micro-organismos que fabricam o gás. Ninguém havia pensado que a ideia de podridão causada por fungos, um problema comum em florestas, poderia estar ligado à produção de gases-estufa e ao aquecimento global, reforçam os cientistas.


fonte: http://novo.maternatura.org.br

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